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No dia seguinte, acordo cedo para pegar o primeiro vôo para Nova Iorque. Eu estava ansiosa demais, e tinha quase certeza de que Alex estava começando a notar.

Me despedi dos pais de Alex e tive que recusar o café da manhã, para não correr o risco de ficar enjoada.

Alex quis se despedir do lado de fora, e confesso que fiquei tensa, pois achei que ele iria perguntar o porquê de eu estar assim. Mas ele só queria um pouco de privacidade.

— te vejo assim que der, meu amor. — ele diz, após terminar de me beijar.

— espero que em breve. — falo, e o abraço forte.

Ele deixa um beijo na minha testa.

Chamo um táxi e Alex espera eu entrar e sumir da vista dele.

Isso foi realmente difícil para mim, pois desde que ficamos noivos, não teve um dia que não passamos juntos. Mas pelo menos agora eu não precisava mais esconder meu nervosismo e ansiedade dele.

Chego no aeroporto, e começo a ficar enjoada. Pago o taxista e saio do carro. Achei que demoraria mais para o enjôo dar as caras.

Primeiro vou ao banheiro, e depois compro a passagem. Para a minha sorte, eu só estava com uma mala. Então não tinha peso para ficar carregando pelo aeroporto.

O vôo não demorou nada para sair e logo eu já estava dentro do avião. A cada vez que eu sentia enjôo, ia o mais rápido possível para o banheiro. Não queria vomitar em alguém dentro do avião.

Parte de mim ainda esperava ser só um mal estar. Mas eu já estava ficando sem essa parte.

— posso te fazer uma pergunta, moça? — o rapaz que estava sentado ao meu lado, falou.

— claro. — respondi, com a força que juntei do fundo da minha alma.

Depois de vomitar pela quarta vez, você começa a ficar bem fraca.

— qual o seu número?

— o quê? — pergunto, esquecendo, por um segundo, que estava passando mal. — por acaso não viu o anel de noivado no meu dedo? — levanto minha mão esquerda para ele.

Ele fica envergonhado.

— desculpa. Eu só não queria sair daqui sem tentar.

Sorrio.

— tudo bem.

— ele é um cara de sorte. — olho para o rapaz, sem virar a cabeça. — o seu marido. Se me permite falar, você é muito bonita.

— obrigada. — sorrio para ele, novamente. — espero que ele ache isso também. Pois, talvez, nosso relacionamento mude depois de hoje.

— por quê?

Talvez eu estivesse achando o rapaz ao meu lado um pouco intrometido. Mas conversar com ele estava aliviando meu enjôo.

— porque eu posso estar esperando um filho dele. E faz apenas um mês que estamos noivos. — falar isso em voz alta era assustador.

— caramba... Está com um problema e tanto, né?

Dou de ombros.

— talvez. Nunca falamos em ter filhos. Não que eu me lembre, pelo menos. Não sei o que ele acha sobre isso.

— e estão noivos?

Agora eu havia começando a me estressar.

— estamos noivos há um mês, mas já nos conhecemos faz anos. Já namoramos, nos separamos, tentamos voltar, não deu certo, e então voltamos. E agora é pra valer!

— se você diz... Mas vocês tiveram muitos empecilhos, heim.

— você não sabe de um terço das
coisas que aconteceram... Se soubesse, veria que somos um para o outro. Caso o contrário, não teríamos passado por tudo isso e ficado juntos no final.

— tem razão. — ele diz.

Respiro fundo. O avião estava pousando. Essa é a parte que eu menos gosto.

— bom, boa sorte com o seu noivo. — o rapaz, que eu não sabia o nome, falou.

— obrigada. — suspiro.

Pego minha mala e desço do avião.

Vou direto para a farmácia e compro um teste de gravidez. Depois vou para a casa da Kate. Eu estava a dois minutos de descobrir uma das coisas mais importantes da minha vida.

baby I'm yoursWhere stories live. Discover now