baby I'm yours

28

terminamos de ver a série e depois fomos comer alguma coisa para dormir. Alex propôs para que a gente dormisse na sala, já que percebeu que eu havia ficado sentida, mas achei melhor que cada um fosse para o próprio quarto, assim iríamos descansar melhor.

consegui dormir bem a noite toda e logo já era dia. para a minha surpresa, tínhamos visita para o café da manhã.

— então você é o famoso Miles Kane!? — digo ao ver Miles sentado em uma poltrona no canto da sala.

— me desculpe, mas se tem alguém famoso aqui, é você, Melinda Clarkson. — diz, me fazendo sorrir envergonhada.

— bem que eu queria.

vou até ele e o cumprimento com um abraço.

— posso dizer que sou fã do TLSP. — falo, me soltando do abraço.

— e eu posso dizer que é uma honra te ter como fã.

Alex estava o tempo todo apenas observando nossa conversa, mas então entrou no meio.

— eu tenho ela como fã duas vezes. — se gaba.

— ei, quem disse que eu sou fã dos arctic monkeys? — pergunto.

meu tom sarcástico era notável.

— você assistiu nosso show da área vip. — ele se vira de costas e anda até a cozinha, mas antes de entrar se vira novamente para nós. — e já organizou dois deles.

ele entra no cômodo e me viro para Miles, que estava rindo da situação, enquanto eu balançava a cabeça, indignada.

— Alex é uma figura.

assinto.

— uma figura rara. — digo.

Miles me pega pela mão e me leva até a cozinha, aonde sentamos à mesa e nos servimos do café da manhã preparado por Alex.

— confesso que não imaginava que Alex sabia cozinhar. — digo, enquanto coloco calda na minha panqueca.

— não se iluda. ele só sabe fazer isso. — Miles o provoca.

— pelo menos eu sei fazer alguma coisa. — Alex retruca.

acabo rindo da pequena discussão dos dois.

nunca na minha vida que eu imaginária estar tomando café com Alex e Miles, mas precisaria deixar esse pensamento em off, já que eu não queria um clima estranho de fã e artista.

(...)

Alex e Miles saíram pra ir ao mercado, enquanto eu fiquei em casa escutando alguns dos discos de Alex.

a hora parecia não passar, então resolvi dar uma volta ao redor da casa. eu sei que Alex me mataria se soubesse, mas eu não sou obrigada a passar tédio sozinha.

comecei olhando os canteiros de flores e depois as luzes que tinha ao redor, mas não só dá casa dele, que antes eu achava ser sem vida.

me sentei nos degraus da pequena escada e abracei minhas pernas. o dia estava frio eu não havia me agasalhado bem. a preguiça falou mais alto que a tremedeira do meu corpo, então deixei por isso mesmo.

a manhã já estava quase no final e provavelmente Alex e Miles já estavam voltando. não é possível que eles demorem tanto a ponto de deixarem uma pessoa passar fome em casa.

estranhei quando vi um carro passar em frente da casa duas vezes seguidas. eu sabia que não era o carro de Miles, pois o vi estacionado antes de eles saírem.

senti receio em continuar ali sentada, então me levantei para entrar. eu estava com um frio percorrendo todo o meu corpo, e agora não era por causa da temperatura.

a porta não queria abrir e comecei a entrar em pânico. esse pânico piorou quando vi o carro estacionar em frente a casa.

tentei manter o controle, mas era impossível. a pessoa não saia de dentro do maldito carro e aquilo me apavorava. eu pensei em correr, mas não daria tempo.

droga, Melinda, a única coisa que você sabe fazer é chorar, pensei quando as lágrimas de pavor começaram a descer.

a verdade é que eu não me lembro do que aconteceu depois. senti algo molhado encostar no meu nariz e o pressionar, fazendo com que eu não conseguisse respirar.

em menos de segundos eu já estava apagada.