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hoje decidi acordar mais cedo para correr. mas na saída de casa, me barraram. os mesmos polícias de ontem disseram que seria um absurdo eles me permitirem sair na rua com uma ameaça de morte. até quando isso vai durar?

pego um livro e me sento no banco do lado de fora da casa. aqui pelo menos eu poderia ficar sem estar correndo perigo.

nada que eu faça, me deixa concentrada. deixo o livro de lado, pego meus fones e o celular para escutar alguma coisa. coloco Nirvana no aleatório e fecho meus olhos. se o Kurt ainda estivesse vivo, com certeza eu iria a um show deles, senão até para organizar, penso.

quase perto do meio dia, mamãe chega em casa. estranho. ela sempre almoça perto do consultório. mas hoje quis vir para casa.

— filha, venha. — ela está cheia de sacolas em suas mãos. — vamos comer.

— eu estou sem fome, mãe. — minha voz quase não sai.

— mas precisa comer. — ela balança a cabeça. — pelos céus! se eu encontrar com esse Jesse na rua, pode deixar que matarei ele. eu mesma. — os polícias olham para ela assustados e eu acabo rindo com a situação. — não conhecem ironia? — ela pergunta e depois entra em casa sem esperar a resposta deles.

entro atrás dela.

— se você tiver trazido pizza, eu almoço. — me sento à mesa acompanhada de Molly.

— eu trouxe algo saudável. — ela tira um monte de folha de dentro da sacola.

faço careta.

— me recuso a comer isso. — levanto da mesa e vou até o meu quarto.

me deito na cama e acendo um cigarro. a cada tragada, uma lágrima descia, pois eu lembrava de Alex.

Até quando eu continuaria nessa situação caótica? Com medo de sair na rua, ou melhor dizer, sem permissão para sair na rua. Vivendo à base de seguranças preocupados comigo o dia todo.

Suspiro.

Se eu ao menos podesse ligar para ele. Mas não quero envolver ele nisso.

Eu tomei uma decisão, e vou levá-la até o fim.

baby I'm yoursWhere stories live. Discover now