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Um mês depois.

Estou ao telefone com Kate, ajudando ela a escolher itens de decoração para o chá de bebê que irá fazer daqui uma semana. Não estou fazendo isso pessoalmente, porque estou em Londres — vim com Alex há uma semana para contar a novidade aos pais dele. Caso o contrário, a ajudaria pessoalmente.

Espero ela terminar a lista para poder falar sobre algo que está me incomodando.

— há uma coisa que não te contei. — digo e espero ela falar para eu prosseguir. — na noite em que eu e Alex ficamos noivos e ele dormiu lá em casa, dormimos juntos, literalmente. Sabe que me guardei por anos... Mas a questão é que, minha menstruação está atrasada há três dias e hoje de manhã senti muito enjôo depois do café.

— espera um pouco, Melinda. Está me dizendo o que acho que está me dizendo?

— se acha que estou dizendo que acho que estou grávida, sim.

Há um silêncio incômodo do outro lado da linha.

— nossos bebês irão crescer juntos!

Seguro minha risada.

— Kate, isso é sério! — digo, mais pelo fato de estar nervosa do que brava.

— me desculpe. — sua voz sai como de uma criança fingindo arrependimento por ter quebrando alguma coisa. — mas, por que ainda não fez o teste?

— porque não posso fazer aqui. Tenho medo de alguém descobrir. Quero esperar voltar para Nova Iorque, para ter mais privacidade. 

— entendo. Você volta quando?

— amanhã.

— o Alex também?

— não. Ele disse que tem um negócio para resolver com a banda e precisa ficar.

— certo. Bom, posso comprar o teste para você e assim que você chegar, vem até a minha casa para fazer.

— não seria estranho você comprar um teste de gravidez?

— talvez seja um pouco.

Ela ri.

— deixa que eu mesma compro. Farei isso assim que chegar aí. Depois passo na sua casa, para evitar de ir para a minha e minha mãe descobrir. Não sei se estou grávida mesmo, e não quero que ela crie expectativas.

— tudo bem. Combinado, então.

— obrigada, Kate. Nos vemos amanhã.

— até, Mel.

— até.

Desligo o telefone e desço para a sala, aonde Alex e seus pais estão sentados no sofá assistindo a um filme.

— venha assitir conosco, querida. — a mãe de Alex me convida.

— claro. — repondo, com um sorriso quase imperceptível.

Eu ainda estava um pouco enjoada, mas tentaria esconder isso.

— tudo bem? — Alex pergunta baixinho no meu ouvindo quando me sento ao lado dele.

— tudo. Só estou com um pouco de dor de cabeça. — boa desculpa.

Ele assente.

— tenho remédio no meu quarto. Se quiser ir lá tomar, eu vou com você. — ele me olha maliciosamente.

Abafo minha risada com a minha mão.

— não vou fazer isso na casa dos seus pais! — digo.

— já faz uma semana, Melinda. Isso é maldade. — ele diz, fazendo cara de coitado.

— não estou pronta para fazer isso aqui. Quem sabe da próxima vez que viermos... Aliás, você aguentou por tanto tempo. Tenho certeza que pode aguentar mais um pouquinho.

Ele suspira.

— tudo bem.

Deito minha cabeça no ombro dele, e ele me enrola com os braços.

Apesar de estar me sentindo bem ali, o dia de amanhã não saia da minha cabeça. Eu estava muito ansiosa para descobrir se estou ou não gerando uma vida.

Ainda bem que Alex não percebeu. Pois, não sei nem como contarei a ele caso esteja. Tenho medo de como ele irá reagir.

Muito medo.

baby I'm yoursحيث تعيش القصص. اكتشف الآن