'Cinquenta e Cinco'

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DIA SEGUINTE...

Acordo com o corpo inteiramente dolorido conseqüência dos diversos tobogãs de ontem.

Depois de tomar um banho rápido vou tomar meu café com Dustin, um dos únicos dias até agora que acordamos no mesmo horário e isso é raro.

-Bom dia. –Dustin diz e recebe um bom dia em coro de todos que já estavam sentados a mesa.

-Estou completamente dolorida. –Falei sentando-me. –Aqueles tobogãs quase me mataram.

-Velha. –Bailey diz rindo e então eu lhe mostro a língua. Sim criancice, mas quando estamos juntos temos a mentalidade igual à de uma criança.

-Eai qual vai ser o plano de hoje? –Shivani perguntou.

-Deitar e dormir. –Josh respondeu a garota que fez uma cara de chateada.

-Nada disso, as meninas não sei, mas os garotos tem que ir tirar as medidas e experimentar alguns tecidos para os ternos de padrinhos. –Os garotos fingiram entusiasmo, mas até mesmo Any sabia que eles não estavam nem um pouco a fim de passar o dia todo, experimentando ternos.

(...)

Chegou o horário do ensaio, hoje marcamos para antes do jantar, pois sabíamos que depois ficaríamos com preguiça.

Estava na sala aguardando o Noah chegar que estava atrasado no mínimo uns vinte minutos.

Que droga, esse garoto não tem relógio não?

-Cheguei. –Noah disse ofegante, deve ter vindo correndo até aqui.

-Aleluia.

-Perdi a hora, desculpa. –Se desculpou e sentou-se na cadeira colocando seu violão em seu colo.

(...)

-To cansada. –Informei deitando-me no chão de frente a varanda por onde entrava uma brisa refrescante junto com o cheiro salgado de mar.

-Preguiçosa. –Falou deitando-se ao meu lado.

-Ei, trabalhei muito hoje. –Fingi estar brava.

-Ah claro. –Disse irônico. –Eu que passei o dia todo enfurnado dentro daquela sala, tirando milhares de medidas.

-Para de drama, você só teve que ficar lá de pé, se você esta cansado imagina a Any que está organizando tudo. –Falei e o garoto ponderou um pouco.

-Casamentos dão trabalho.

-Dão mesmo. –Concordei.

-É por isso que você não casa com Dustin logo? –Me encarou com seus olhos esverdeados.

-Não... Quer dizer sim, é complicado. –Me embolei nas próprias palavras, por que eu estou nervosa assim?

Seus olhos verdes fixaram em meus olhos e fez com que meu corpo arrepiasse. Segundos depois seus olhos corriam por todos os pequenos detalhes do meu rosto, o que me deixou corada.

Noah percebeu que tinha me deixado vermelha e riu.

-Você tem vergonha de mim? –Ele perguntou ainda me encarando.

-Não, mas não gosto que fiquem me encarando desse jeito. –Respondi. –Parece que você consegue ver todas as minhas imperfeições.

Ele riu como se eu tivesse contado uma piada.

-Que foi idiota?

-Que imperfeições você tem? Você sabe que é linda. –Falou finalmente deixando de me encarar e colocando seus braços por de trás da cabeça, como se estivesse relaxando na praia e não em um chão gelado.

-Por quê?

-Por que, o que? –Ele perguntou com os olhos fechados, ainda deitado na mesma posição.

-Por que me acha bonita? –Não sei como chegamos nessa conversa, não sei o do por que estarmos conversando sobre isso.

-Deve ser por que, seu olho castanho que combina perfeitamente com suas sardas, ou seu nariz empinado que parece que fizeram algum tipo de plástica... Ou deve ser sua boca perfeitamente alinhada abaixo do nariz com o sorriso mais lindo e sincero que já vi.

Noah falava aquilo com a maior naturalidade, e sei que é bobagem, mas me deixou mais vermelha do que já estava antes, agradeci mentalmente por ele ainda estar de olhos fechados.

Que saco, quando eu to perto dele, me sinto uma adolescente idiota. Mas eu não posso sentir isso.

-Você me deixa confusa Urrea. –Deixei escapar. Mas é verdade, desde que chegamos não consigo me afastar dele, não consigo ter raiva, muito pelo contrario quero estar com ele, quero o ouvir cantando e quero ver ele sorrindo.

Meu Deus eu não posso sentir isso.

-Eu sei disso, me desculpa. –Senti sinceridade no que ele dizia.

Mas mesmo assim, estava me sentindo mais confusa do que nunca.

(...)

Acordei de madrugada assustada por ter tido outro pesadelo, meu coração batia repetidamente em questões de segundos, minhas mãos estavam suadas e minhas pernas bambas.

Olhei para o lado e vi Dustin dormindo tranquilamente, certifiquei-me que aquilo não era mais um sonho e levantei da cama. Busquei pelo meu copo de água e bebi todo o liquido incolor que estava dentro.

Aos poucos meu coração foi se estabilizando, mas minha cabeça ainda estava a mil por hora, odeio ter esses pesadelos. Sinto-me sufocada, presa a algo que nem mesmo eu sei o que é.

Precisava respirar ar puro, então apenas com um pijama fino, sai do quarto e fui até a praia que ficava na parte de trás do castelo.

Sentei-me na areia gelada sem se importar que sujasse meu pijama, respirei fundo enchendo meus pulmões de ar puro. O vento estava um pouco gelado, mas nada muito frio, as ondas calmas se quebravam e faziam um som tranquilizante.

O céu estava um azul escuro, porém já não era mais possível ver as estrelas, imagino que já vai amanhecer, deve ser umas cinco e pouco da manhã, nem mesmo os criados devem estar acordados esse horário.

Fechei os olhos e foquei somente no barulho que as ondas faziam ao se quebrar e o barulho das folhas da palmeira balançando devido ao vento.

Depois de alguns minutos apenas de olhos fechados, abro os olhos e vejo uma pessoa há alguns metros de mim. Forcei minha vista para tentar decifrar quem era e um tempo depois, quando a pessoa se deu conta da minha presença lá e se aproximou... Era Noah.


The Real Life// Now UnitedWhere stories live. Discover now