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Era um dia frio

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Era um dia frio. Não sabia dizer que dia da semana era ou se estava claro ou escuro lá fora. Porém, o frio naquele quarto era fazia sua pele arrepiar e seu corpo tremer. A menina estava sentada ao chão, as costas contra a parede e os olhos fixos na escuridão debaixo da cama.

Os cabelos cor de fogo que uma vez foram cheio de brilho, estava embaraçado e sem vida. As olheiras debaixo de seus olhos ficavam mais fundas a cada dia que se passava e as feridas continuavam sem se cicatrizarem.

Na maior parte do tempo, Amelia estava alucinando pelos cantos do quarto ou estirada sobre a cama como um cadáver gelado. Naquele dia, por algum milagre, ela estava sóbria. Os olhos atentos as sombras que passavam pela fresta embaixo da porta e os ouvidos apurados para ouvir qualquer coisa.

Não aguentava mais ficar presa. Precisava sentir o vento batendo em seus cabelos ou o sol queimando sua pele pálida. Estava enjoada dos cheiros de produtos de limpeza e sangue. Queria o cheiro de terra, de chuva, de flores. O cheiro dele.

Darling so it goes... — cantarolou, encostando a cabeça na parede e encarando o teto. A saudade que sentia de Bucky era tanta que seu corpo inteiro doía. — Some things are meant to be... — Um sorriso fraco surgiu em seus lábios rachados e uma lágrima solitária escorreu por seu rosto.

Será que ele já tinha recebido o gatinho? Quanto tempo já se fazia que ela estava ali? Ou melhor... Será que eles estavam a procurando? Se sim, por que estavam demorando tanto para a salvarem? Um suspiro sôfrego saiu pela boca dela e ela bateu com os punhos no chão.

Take my hand, take my whole life too...

Se fechasse os olhos podia sentir os toques dele por sua pele arrepiada. A voz rouca sussurrando em seu ouvido as coisas mais românticas e obscenas, causando com que ela gargalhasse e retribuísse o beijo com avidez.

Amelia abriu os olhos, não sabendo naquele momento se relembrar de Bucky era confortante ou doloroso. Não aguentava viver naquele vazio, tanto o do quarto quando o de seu coração.

A bandeja de comida ainda estava sobre a cômoda, as moscas rodeando o alimento e, provavelmente, deveria ter formigas roubando alguns farelos.

Angelina — a enfermeira ou carrasca — passou no quarto para checar Amelia três vezes em menos de cinco minutos. Seja pra trazer comida ou para trazer medicamentos — onde diversas das cápsulas estavam escondidas debaixo da cômoda, já que as vezes Amy apenas fingia que os tomava —, ou aplicar o maldito tranquilizante em sua veia.

Rumlow também havia vindo visitar Amelia, o que causou uma certa ansiedade nela ao se encontrar sozinha com ele no quarto trancado. Porém, sentia satisfação ao lembrar do chute que havia dado bem no meio das pernas dele. Sua risada se misturando com os gemidos de dor dele, eram como música para seus ouvidos. Foi um bom dia aquele.

✓ Fix You¹ • Bucky BarnesWhere stories live. Discover now