✓ Fix You¹ • Bucky Barnes

36

O quarto estava tomado pela escuridão, a única luz era a da lua que passava pelas enormes janelas de vidro. A mulher estava parada ali, os braços cruzados em frente ao peito e os olhos fixos na vista privilegiada que tinha de Wakanda.

Ao longe, podia escutar as vozes e risadas abafadas de seus amigos em algum lugar do palácio. Shuri estava quase conseguindo retirar a Joia da mente, então estavam todos felizes com a possibilidade de poder destruírem a Joia que faltava.

Porém, Amelia estava apreensiva. Sentia o estômago revirar só de imaginar motivos para que nada corresse como o planejado. E se Shuri não conseguisse tirar a Joia? E se Thanos chegasse antes do esperado? E se ela não conseguisse destruí-la?

Encostado no batente da porta, o homem observava a silhueta da ruiva. Tentava adivinhar o que se passava na cabeça dela, em seu coração. Ela parecia não ter notado a sua presença, estava muito alheia em seus pensamentos.

— É linda, né? — questionou com a voz baixa.

A mulher olhou sobre os ombros e franziu os olhos para a silhueta do homem, e ao reconhecê-lo deu um meio sorriso, voltando a observar Wakanda. Escutou os passos de Bucky atrás de si e logo ele parou ao seu lado, o braço de metal roçando ao seu e o perfume dele impregnando em suas narinas.

— Como soube que eu estava aqui?

— Foi o segundo lugar em que pensei que você estaria — murmurou.

Amelia franziu o cenho e olhou-o, esticando a mão para o abajur e acendo-o. A luz amarelada não iluminava quase nada, mas agora conseguia ver melhor o rosto de Bucky.

— Qual o primeiro?

— O lago, atrás das pedras grandes.

— Como sabe? — indagou, surpresa. Bucky riu fraco e cruzou os braços.

— É um ótimo esconderijo... — sorriu.

O homem virou de lado, observando o perfil de Amelia. As sobrancelhas dela estavam franzidas e ela tinha aquela ruguinha adorável na ponte do nariz. Algo estava a incomodando.

— Está tudo bem? — perguntou, preocupado, sua mão acariciando o braço dela de leve.

— Só estou preocupada. — Deu de ombros e forçou um sorriso. — Não é nada demais. — Bucky concordou com a cabeça, mas sabia que ela estava mentindo para ele. — Então... Você estava me procurando?

Bucky sorriu e acenou com a cabeça, olhando ao redor e apoiando o corpo na parede ao lado da janela. A mulher mordeu o interior da bochecha com força e o observou atentamente.

— Sam ficou preocupado que você não apareceu para o jantar — falou. — e por algum motivo ele achou que, atirando sardinha em mim faria você magicamente aparecer.

— Por isso esse cheiro esquisito? — perguntou, franzindo o nariz e rindo.

— Está tão forte assim? — indagou ele, cheirando a camiseta que vestia e passando os dedos pelo cabelo.