Escolhas Do Coração - A Ascensão

Capítulo 30 - Weenny: Expectativas.

— Fique aqui e descanse, por favor. Seja o que for, eu resolverei e voltarei o mais breve possível. – ouço as palavras do meu marido e assinto, enquanto o vejo vestir o kurta pajama apressadamente.

Estranho sua demora, visto um penhoir e sigo os ruídos de suas vozes, ouço a conversa no hall de entrada, falam a respeito de rumores de uma revolta em uma das províncias indianas, os ministros pedem uma interferência e resolução do Imperador, por isso o servo vem trazer a mensagem e suplica o perdão de sua majestade por interromper o seu descanso.

O Imperador ordena uma preparação especial no prédio do governo nesse momento, a sala de conferência deve ser organizada para uma reunião. Todos os ministros, conselheiros, chefes da guarda imperial indiana estão convocados e deverão se apresentar para essa conferência em trinta minutos, faz questão de acrescentar que o Soberano também deverá ser avisado, já que é o regente no momento.

Ao ouvir isso não tenho tempo para digerir tais palavras, apenas me apresso para organizar tudo o que meu marido vai precisar, como as vestes imperiais e jóias.

— Venha, tudo está pronto. – estendo a mão em sua direção, surpreendendo-o ainda no corredor, Pati apenas suspira aliviado, permitindo que eu veja em seus olhos o quanto está grato pelo meu apoio.

Vamos para o banho juntos, o ajudo a se vestir e vou adornando-o com suas jóias de Imperador, uma a uma pacientemente, enrolo seu turbante e seu sarpech, ajeito o manto vermelho sobre seu braço direito e ombro esquerdo, então visto meu sari e jóias e juntos caminhamos até o pequeno templo dos nossos aposentos para que eu cumpra o meu papel de esposa fazendo as oferendas aos deuses, pedindo proteção e sucesso para o meu marido, em seguida pego a bandeja e levo diante do Imperador.

Faço o aarti, que são as sete voltas ao redor do seu rosto com a chama sagrada pedindo que Lord Ganesha e a deusa Lakshmi o protejam, então toco no tilak com o polegar e faço a marca entre suas sobrancelhas.

— Dhanyavaad, Mere jeevan ka prakaash. Aapake aasheervaad se kuchh bhee galat nahin ho sakata. Main tumase pyaar karata hoon. (Obrigado, luz da minha vida. Com suas bençãos nada pode dar errado. Eu te amo.) – ele diz e eu sorrio, ainda com a bandeja erguida em sua direção, então Pati purifica sua mão direita passando sobre no fogo sagrado, toca no sindur e unge a minha testa, me curvo e toco seus pés para pedir sua benção.

Descemos juntos até o hall, nos despedimos com um breve sorriso, este não é o momento de conversar ou de detê-lo, meu marido tem assuntos importantes a resolver, que os deuses iluminem seu entendimento.

Olho ao meu redor, os salões e as salas estão vazias, apenas as servas circulam, o banquete para o café da manhã já está servido, alguns amigos começam a descer a escada ainda bocejando e reclamando que acordaram cedo demais.

— Bom dia. Durma mais um pouco, aproveite que a casa está silenciosa. – eu digo e sorrio.

— Bom dia. Eu acordei com esse cheiro delicioso de café e croissant, não consigo dormir com a barriga roncando. – Eduardo diz.

— Bom dia. Nós também, não tem estômago que resista. – Ricardo e Rafael dizem ao mesmo tempo.

— Essas cozinheiras são o máximo. – Igor e Leonardo dizem.

— Ei, bom dia para vocês também. – Guiherme diz.

— Vocês nem tomam banho antes de vir tomar café? – Iara diz.

— Isso é jeito de tomar café com os Imperadores? – Gislaine diz.

— Vocês sempre são sem noção. – Filipe diz.