Escolhas Do Coração - A Ascensão

Capítulo 47 - Weenny: Eh Samara.

Dá para notar que Samara fica constrangida com a reação de seus familiares frente ao ritual de purificação.

Tentamos animar o cerimonial dançando e cantando, então Enzo vem nos lambuzar com o haldi e Samara acaba entrando na brincadeira, nos divertimos por algum tempo e envolvemos não apenas os padrinhos, mas os convidados também.

Algum tempo depois todos começam a se recompor para a próxima festa que vai acontecer em breve, enquanto os noivos se preparam para concluir o ritual com o banho em água perfumada.

Nos dividimos para acompanhar os noivos, os rapazes seguem com o Enzo e nós, as madrinhas, seguimos com a Samara e as mulheres de sua família, mesmo duvidando que ela nos deixe ajudar em alguma coisa.

Entramos na suíte e Samara corre com a mãe e Getúlia para o banheiro, nos deixando no quarto, vejo Kauana estendendo com cuidado uma roupa e separando algumas jóias.

— É esse sari que ela usará agora? – pergunto.

— Sim, majestade. Eu o fiz para essa ocasião especial. – ela diz e alisa o tecido.

— É muito bonito, você é realmente muito talentosa, Kauana. – digo e sorrio.

— Acho que ela não vai abrir a porta, Weenny. – Dani nos interrompe e faz sinal para a porta ainda fechada, o que me faz suspirar longamente, já sem paciência.

— Vamos até o noivo, então. Estivemos aqui, conforme manda a tradição, ela nos rejeitou. – digo, viro as costas e saio.

Não olho para trás, mas sinto que as meninas me acompanham, vamos até o SPA e pedimos licença para entrar.

— Podemos banhar o nosso irmão? – pergunto e observo os olhares de supresa dos rapazes para nós.

— Ser banhado pelas mulheres da minha vida será uma verdadeira honra, odeio ser alisado por esses homens, mesmo gostando deles como irmãos. – Enzo diz e todos riem.

— Tinha certeza que você queria que nós viéssemos, mas se esse era o caso, devia ter pedido logo. – Dani diz e beija o primo no rosto.

— O que houve? – Pati sussurra para mim.

— Conto depois. – sussurro.

Nos aproximamos da banheira e logo as servas trazem tudo o que é necessário, água quente e fria, pétalas de rosas, fragrâncias, buchas vegetais, toalhas, roupão, incenso e velas aromáticas.

Os rapazes vão acendendo as velas aromáticas, Vivian e Tatiane despejam a água e Michele vai dosando a fragrância, Dani despeja as pétalas de rosas, Gislaine acende o incenso, Iara e Melissa esfregam os pés, Marília e Carol esfregam os braços e eu esfrego as costas do Enzo, enquanto Pati e eu lhe aconselhamos sobre como ele deve agir como um Grihastha ou chefe de família.

É um momento de muita emoção para todos nós, Enzo parece decidido a abraçar a as nossas tradições e agir como um verdadeiro hindu, com todas as suas responsabilidades. Assim que ele sai do banho, veste o roupão e seguimos com a tradição, vestindo-o com novos trajes, nesse caso um kurta pajama preto.

— Quero um abraço. – Enzo diz.

— Não podemos sujar o noivo. Está tão lindo, perfumado e elegante. – Dani diz, enxugando as lágrimas.

— Você tem razão, sujei todos vocês. Agora vocês precisam ir se arrumar logo, daqui a pouco é a churda, vão acabar se atrasando por minha causa! – Enzo diz.

— Não se preocupe, meu amigo. Jamais deixaríamos de cumprir essa parte do ritual, teremos tempo para nos arrumar, vamos agora mesmo. – Pati diz.