019

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Eu tentava abrir a porta mas não conseguia, eu estava super preocupada.

    — Jughead, por favor, se isso for algum tipo de brincadeira... — Falei com os olhos cheios de lágrima, quando fui interrompida.

Jughead abriu a porta bruscamente.

    — Jughead! Por que você não respondeu? — Perguntei furiosa.

    — Me deixa quieto. — Ele disse, grosso.

    — O que? Jughead, eu fiquei preocupada com você!

    — O problema não é meu. — Ele disse indo em direção a porta do quarto.

    — O problema é seu sim! — Falei puxando o braço dele e o obrigando a olhar para mim, reparei que seus olhos estavam cheios de lágrimas. — Você diz que me ama e me trata desse jeito! Eu não entendo!

    — Porra, Betty! — Ele ralhou deixando escapar uma lágrima. — Você é a única coisa que importa para mim agora. A única pessoa que eu amo mais que a mim mesmo. Eu faria de tudo por você!

Eu não aguentei e comecei a chorar.

    — Te ver assim, me mata por dentro. Porque eu sei que é por minha causa. E eu não quero que sofra por mim. — Ele deixou que as lágrimas caíssem. — Eu te amo Betty. — Ele juntou nossas testas e colocou as mãos no meu rosto. — Mas eu não posso deixar que se envolva nos meus problemas.

Respirei fundo e me afastei.

    — Não são mais os seus problemas. Eu estou do seu lado Juggie. Eu vou te apoiar, sempre.

    — Betty, eu não posso fazer isso com você.

    — Fazer o que? — Perguntei.

    — Eu não sou o cara certo pra você. — Ele falou começando a chorar. — Eu posso morrer a qualquer momento, e se eu conseguir um transplante de pulmão, só vai durar por cinco anos, depois toda a nossa preocupação vai recomeçar. Não posso te satisfazer mais, não posso sair com você sem que as pessoas nos olhem torto. Betty... — Ele fez uma pausa. — Eu tenho 90% de chance de ser infértil. Eu não posso deixar que perca a sua vida por minha causa.

    Do que você tá falando, Juggie? Eu escolhi você, tá bem? — Me aproximei dele, segurando seu rosto. — Eu vou te amar pra sempre. E nada nem ninguém vai mudar o que eu sinto por você.

Jughead passou as mãos pelo rosto e andou pelo quarto. Ele parou ao lado do carrinho de remédios.

É melhor eu morrer logo. — Ele falou furioso, mas ainda chorando. — Eu não te mereço.

Ele respirou fundo. De repente ele virou o carrinho de remédios no chão, me fazendo pular de susto.

Amor... — Tentei falar com ele mas fui interrompida.

Eu não preciso disso. Eu quero morrer. — Ele falou encostando a cabeça na parede. — Eu preciso morrer logo, não posso viver assim. — Ele disse chorando e se sentando no canto.

Ei... — Me sentei ao lado dele. — Eu preciso de você aqui comigo. Preciso do meu cara implicante comigo. Eu preciso... — Hesitei um pouco ao falar. — Eu preciso do meu namorado comigo.

Ele olhou para mim e seus olhos brilharam.

Pode dizer de novo? — Ele brincou.

Você é um chato sabia? — Falei um sorrisinho bobo na cara.

Mas sou seu namorado. — Ele sorriu, e me beijou.

Vem... — Falei me levantando e fazendo ele levantar também. — Você sabe que você vai ter que arrumar essa bagunça não é?

Sei...

Que bom... Vamos logo para a casa de Verônica, se é que ainda dá tempo. — Falei.

Espera. — Ele puxou minha mão. — Eu tenho uma coisa pra você. — Ele foi até o guarda-roupa, e pegou uma caixinha em sua gaveta, se ajoelhando na minha frente. — Achei que precisava de um pedido oficial.

Mentira. — Falei rindo quando ele mostrou as alianças. — Não precisava de alianças!

Será que pode pegar a aliança e me beijar? Eu to tremendo aqui.

Ele colocou a aliança no meu dedo e no dele também, logo em seguida eu o beijei.

Pode falar... — Ele sussurrou. — Eu sou um fofo. Ajoelhei e tudo.

Cala boca. — Sorri e dei um empurrãozinho um seu peito.

Vamos logo. — Ele deu um sorrisinho e abriu a porta, me puxando para fora do quarto.

Descemos as escadas e Sweet Pea não percebeu. Ele estava com o fone no máximo.

Sweet Pea? — Falei.

Ele não tá escutando. — Jughead falou

Ah, jura? — Sorri e revirei os olhos.

    — Mais respeito comigo, docinho. — Ele brincou e deu um tapinha na minha bunda, me fazendo dar um pulinho.

Me aproximei de Sweet Pea, dava pra escutar a música dele, de tão alto que seus fones estavam.

    — Meu Deus! — Falei tirando os fones de ouvido dele. — Você vai ficar surdo desse jeito.

    — Foi o único jeito que eu achei para não escutar nada. — Ele disse se levantando. — Vocês demoraram pra caralho.

    — Acontece... Agora será que dá pra irmos logo para a casa da minha irmã? — Jughead disse.

    — Seu cateter. — Falei.

    — Você não esquece não é? — Ele resmungou indo para as escadas.

    — Se for para o seu bem, não. — Falei enquanto ele subia.

Pronto. — Ele falou descendo enquanto colocava o cateter em seu rosto.

[...]

Chegamos na frente da casa. Jughead estava nervoso. Digitei a senha e abri a porta.

Chegamos! — Falei enquanto Sweet Pea, Jughead e eu entrávamos em casa.

Verônica veio nos receber com um sorriso, que desapareceu assim que viu Jughead.

    — Jughead? O que houve? Por que você está com isso no rosto? — Verônica perguntou.

    — Que se foda, vou comer primeiro. — Ele disse desviando da morena e indo até a mesa do almoço já posta.

Sweet Pea e eu nos entreolharmos. Verônica nos olhava exigindo resposta.

    — Vamos comer primeiro. Acredite, é a melhor opção. — Falei.

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Ele não morreu não gente calma KKKKKKKKKKKK

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