Fragile Lies

021

Ele me puxou rapidamente para fora e fechou a porta, trancando-a novamente com o grampo.

Às vezes eu esquecia que o internato ficava no meio de uma floresta, afastado de tudo. As vezes eu esquecia que morava num internato.

Jughead me abraçou e começou a beijar meu pescoço, deixando leves mordiscadas, me fazendo arfar.

— Ei! — Falei ofegante, fazendo com que ele parasse de beijar meu pescoço. — Você me trouxe aqui pra me beijar? Sério?

Ele revirou os olhos, passando a mão para trás em seus fios bagunçados.

— Não, mas você acabou de cortar meu barato. — Ele disse.

Cruzei os braços e arqueei as sobrancelhas.

— Vem. — Ele puxou minha mão.

— Jughead, não acha melhor ficarmos por perto do internato? — Perguntei com um certo medo de que nos perdêssemos.

— Relaxa. Eu sempre venho aqui. — Ele respondeu.

— Hum... — Falei. — Trouxe todas as outras aqui também?

E parou e se virou para mim.

— Não. Ninguém além do Reggie e Sweet Pea conhecem esse lugar. — Ele falou e depois continuou andando. — E eu já disse... Só namorei antes para ver se conseguia te tirar da minha cabeça. Já me viu usar aliança com alguma das outras?

Senti minhas bochechas corarem.

— Estamos quase chegando. — Ele disse enquanto eu o seguia por uma trilha mal feita no meio da floresta.

Começou a ficar mais claro, parecia que estávamos chegando em um lugar aberto.

— Certo, antes que cheguemos, coloca isso nos olhos. — Ele tirou a bandana vermelha amarrada em seu pescoço e me entregou.

Fiz o que ele pediu.

— Certo. — Ele disse.

Senti ele me pegar no colo.

— Jughead! Você... — Antes que eu pudesse terminar de falar, ele me interrompeu.

— Qual é, Betty. Acha que eu não te aguento? Você parece ter o peso de uma criança de dez anos. — Ele riu. — E se você for andar por aqui sem prestar atenção em cada passo, diga tchau para sua vida.

— Jughead tá maluco? Me põe no chão então! — Falei me desesperando.

— Ei... — Ele riu. — Eu estou só brincando com você.

[...]

— Chegamos. — Ele me colocou no chão. — O que consegue ouvir?

Fiquei em silêncio, ainda com a venda nos olhos, tentando identificar os sons.

— Uma cachoeira? Não acredito. — Falei. — Meu deus eu amo cachoeiras!

— Tire a bandana. — Ele falou.

Tirei a bandana devagar, me deparei com uma linda cachoeira, parecia uma coisa de outro mundo.

— Aí meu deus... — Falei com um sorriso no rosto. — Juggie... Como você... uau. Isso é lindo!

Me virei para ele, que me admirava de cima a baixo. Entrelacei meus braços em seu pescoço, e ele entrelaçou os dele na minha cintura.

— Obrigada. — Falei.