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Jughead e eu acordamos bem cedo, por volta de umas nove da manhã, para irmos buscar o resultado dos exames no hospital.

Descemos as escadas e já vestidos e já prontos para sairmos. Tomamos café com Verônica e Cheryl antes.

    — Relaxa, Jughead. Vai dar tudo certo. — Verônica falou.

Jughead estava tenso e extremamente preocupado. Conseguia ver a tremedeira em suas mãos.

    — Amor... — Falei, mas ele pareceu não escutar. — Jughead? — Falei de novo.

Ele balançou a cabeça de um lado para o outro, parecendo sair de um transe.

    — Oi? — Ele perguntou.

    — Não vai comer as panquecas? — Falei.

    Ele negou com a cabeça. — Não to com fome.

    — Certo. — Falei colocando o último pedaço de panqueca na boca e me levantando. — Pronto para ir?

    — Eh... sim. — Ele disse passando a mão pelo cabelo e se levantando também.

Boa sorte. — Cheryl disse enquanto íamos em direção a porta.

Dei um sorrisinho pra ela e fiz um tchau discreto.
Jughead andou com as mãos no bolso durante todo o caminho e eu resolvi não o tirar de seus pensamentos. Talvez ele precisasse de um pouco de espaço.

Paramos em frente ao hospital e Jughead respirou fundo. Ele sussurrou algo como "lá vamos nós" e entramos no hospital.

Fomos direto para o balcão, e a enfermeira falou para que acompanhássemos ela, entrando no elevador.

Ela nos levou para o andar dos exames em geral, — o mesmo em que Jughead havia pegado seu cronograma para remédios — e foi até os registros dos exames.

Ouça bem, senhor Jones. O seu resultado está neste envelope. — ela disse indicando um dos dois envelopes em sua mão. — E este aqui — ela indicou o outro envelope. — é um outro exame que fizemos em você, no qual consta que o senhor não está tomando os seus medicamentos.

Olhei confusa para Jughead, que soltou um suspiro e apertou os olhos.

Como é? Você está falando dos remédios para o tratamento da Fibrose? — Perguntei para a enfermeira.

Sim. — Ela confirmou. — E se ele continuar sem tomar, ele pode dar adeus à chance de ter pulmões novos.

Respirei fundo, decepcionada com Jughead. A enfermeira me entregou os exames e eu agradeci.

Betty... — Jughead tentou falar quando decíamos pelo elevador.

Falamos sobre isso em casa. — Falei seca.

Fomos para a casa de Jughead, que ficava mais perto. Entramos e Jughead foi direto para seu quarto, sem cumprimentar Sweet Pe e Reggie que estavam sentados na sala.

    — O que aconteceu? — Sweet Pea perguntou.

    — Ele não está tomando os medicamentos! — Falei batendo levemente os exames na minha perna.

    — O que? Como não? Nós sempre o vimos tomar. — Reggie falou.

    — Parece que ele mentiu pra vocês também. — Falei e subi as escadas, indo até o quarto de Jughead.

Quando eu entrei, ele estava com as mãos no rosto, sentado na cama. Se levantou rapidamente quando você entrei.

    — Betty... — Ele começou a falar mas eu o interrompi.

    — Amor, não quero discutir com você. — Falei calmamente. — Só quero entender o motivo de não estar tomando seus remédios.

Ele levou seus olhos para o chão. Passei por ele e me sentei em sua cama. Ele se sentou também.

    — Não vão adiantar. — Ele falou baixinho.

    — Como é?

    — Os remédios, Betty. Não adiantam porra nenhuma. — Ele falou aumentando o tom de voz.

    — Jughead,  primeiro de tudo, abaixa o tom de voz comigo. Eu não vou mais permitir de forma alguma você falar comigo desse jeito, assim como eu também não vou aumentar o tom de voz para você.

    — Certo... desculpa. — Ele falou baixinho.

    — Está bem... — Falei. — Esses remédios, ajudam a conter que o muco se acumule em seus pulmões. Se você não tomá-los, sua expectativa de vida diminui cada vez mais... e eu preciso de você comigo o máximo de tempo possível.

    — Eu não vou tomar os remédios. — Ele falou.

    — Jughead, escuta... — Falei me levantando e indo até ao carrinho de remédios, começando a o organizar. — Eu já cansei desse drama seu, você tem que para de lutar contra o tratamento! Se você não quiser morrer, siga ele à risca. Você só precisa tomar um comprimido ao acordar, e um ao dormir.

Jughead revirou os olhos.

    — Eu não lembro de tomar essas coisas, Betty.

    — Eu vou te ajudar a lembrar. — Falei terminando de arrumar os remédios.

Fui até Jughead e sentei em seu colo, entrelaçando os braços em seu pescoço e lhe dando um beijo.

    — Bom.,. agora precisamos ver o resultado do seu teste. — Falei cuidadosamente.

Jughead afundou a cabeça em meu ombro, fiz um carinho, distribuindo leves beijos por sua nuca.

    — Vamos lá. — Falei me levantando e indo até a mesinha onde deixei os exames.

Peguei o envelope e entreguei para Jughead, fiquei em pé na sua frente. Ele abriu o envelope e leu cuidadosamente.

Seus olhos encheram de lágrimas, ele colocou os papéis em cima da cama e cobriu o rosto com as mãos.

    — Ei... tá tudo bem. — O abracei quando ele começou a chorar. Consegui ver no exame, ele era infértil.

Ele se sentou no chão e eu o acompanhei. Ele chorava cada vez mais, descontroladamente. Ele afundou a cabeça em meu peito, sentia suas lágrimas molharem minha blusa.

Eu nunca tinha visto Jughead chorar daquele jeito. Ele chegava s soluçar. Parecia que eu era o único consolo dele.

O ver desse jeito me matava. Eu consegui conter minhas lágrimas, tentando ser forte para o consolar naquele momento.

Eu também estava destruída. Jughead era o homem que eu queria me casar, e não poderíamos ter filhos.

    — Me perdoa, Betty. — Ele disse entre choro.

    — Não é culpa sua, meu bem... Não é culpa sua. — Falei baixinho em sua orelha. — Vai ficar tudo bem, eu prometo que não vou sair do seu lado.

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Sorry gente... relaxem, no final vcs não vão me odiar tanto. Tenho tudo planejado KKKKKKKK

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Fragile Lies Where stories live. Discover now