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    — Me declarar pra ele? — Dei uma risadinha debochada. — Ele é quem foi o babaca da história! Não vou me humilhar pra ele.

    — Tem razão. — Sweet Pea falou. — Ele mudou a senha. — Sweet Pea disse quando eu estava presta a digitar.

    — E qual é a nova? — Perguntei.

    — A data do aniversário de namoro de vocês.

Fiquei calada por um tempo. Respirei fundo e digitei a senha.

    — Boa sorte. — Sweet Pea disse descendo as escadas.

Abri a porta devagar. Não tinha ninguém na cama. Entrei fechando a porta ainda mais devagar.

Escutei ele chorar no banheiro.

    — Juggie? — Perguntei abrindo a porta com cuidado.

Me deparo com ele sentado no chão, segurando uma lâmina e tentando cortar os pulsos.

    — Jughead! — Falei dando um tapa em sua mão, jogando a lâmina para longe. — O que tá fazendo?

Ele cobriu o rosto com as mãos e soluçava de tanto chorar. Seus pulsos estavam com inúmeros cortes com sangue.

Meus olhos se encheram de lágrimas e meu rosto começou a queimar, mas eu não chorei, não podia chorar.

    — Me perdoa, Betts... Eu não queria fazer isso, eu não queria fazer isso. — Ele repetia chorando.

    — Vem... — Falei com cuidado, o guiando até sua cama.

Ele chorava cada vez mais... aquilo fazia com que meu coração se apertasse.

Ele se deitou na cama. Fui até o banheiro e vi algumas gotas de sangue pelo chão. Apertei os olhos e abri as gavetas procurando algodão, álcool e uma pomada cicatrizante.

Em uma das gavetas, achei um envelope escrito "Para Betty". Não peguei, iria perguntar depois. Achei o que eu estava procurando e fui até a cama de Jughead, me sentando ao seu lado.

    — Isso pode doer um pouco. — Falei pegando um de seus braços.

Passei o algodão com álcool por cima dos cortes, permitindo vê-los com mais nitidez. Ele fez vários cortes desesperados, querendo chegar em um mais fundo. Meu coração se apertou.

    — Porque fez isso? — Perguntei.

Ele permaneceu imóvel, olhando para o teto.

    — Como acha que eu iria ficar se você partisse? — Falei pegando seu outro pulso.

    — Aliviada.

    — É isso que você pensa? — Perguntei e ele assentiu com a cabeça. — Pois está errado. — Falei.

Senti um forte cheiro de maconha. Olhei para uma caixa quase vazia, exceto por algumas folhas de maconha dentro.

    — Você andou fumando? — Perguntei enquanto abria a pomada.

Jughead soltou um longo suspiro.

    — Foi o único jeito que achei para te tirar da cabeça. E nem assim deu certo. — Ele falou.

    — Isso te faz mal, Jughead. Faz seus pulmões piorarem cada vez mais. — Falei passando e espalhando cuidadosamente a pomada em seus pulsos. Sentia os cortes com as pontas dos meus dedos. — Sweet Pea me disse que não está tomando os remédios.

    — O que queria que eu fizesse?

    — Que conversasse comigo. — Falei quando terminei de passar a pomada. — E não que me bloqueasse de tudo, fingisse que não existo e sair por ai transando com um milhão de garotas.

    — Eu não transei com ninguém, tá legal? — Ele falou.

    — Ah, não? — Duvidei.

    — Não, Betty! — Ele se pôs sentado. — Eu não consegui! Não consegui porque a única pessoa em quem eu pensava era você! Não importava o quão chapado eu estivesse, você não saiu da minha cabeça um segundo sequer! Reconhecer que fui um filho da puta, e aceitar que te perdi foi demais para mim.

Soltei um suspiro.

    — Se pensa assim não deveria ter terminado comigo por ciúmes. — Falei seca.

    — Eu sei... Foi um erro.

Ficamos em silencio por um momento e resolvi perguntar sobre o envelope que eu vi em sua gaveta no banheiro.

O que tem no envelope com o meu nome na sua gaveta?

Uma carta de suicídio. — Ele disse indiferente.

Porque você queria se matar, Juggie?

Não consigo viver sem você, Betty. Eu só queria que você me perdoasse.

    — Eu já te perdoei, Jughead. Agora temos que seguir nossas vidas. — Fiz uma pausa. — Espero que ainda possamos ser amigos.

    — Não, Betty... por favor. — Ele falou colocando a mão na minha coxa. — Quando eu te vejo eu só penso em nós. Não consigo me imaginar com outra pessoa a não ser você.

    — Jughead... — Falei enquanto tirava sua mão da minha coxa.

    — Betty, eu vou mudar. Eu preciso de mais uma chance. Eu prometo que não vou ser mais ciumento. — Seus olhos encheram de lágrimas. — Por favor, eu prometo. Eu não consigo parar de te amar.

Respirei fundo fechando os olhos. Eu o desejava. Eu o queria de volta. Eu queria sentir o sabor de seus lábios de novo. Queria ter a sensação de suas mãos tocando minha pele. Queria ter seu perfume misturado com o meu. Queria senti-lo novamente. Eu o queria por completo.

Me aproximei dele e o beijei, me sentando em seu colo deixando uma perna em cada lado de seu corpo. Era um beijo desesperado, eu estava me reencontrando, preenchendo o vazio que sentia dentro de mim. Meu coração estava querendo sair para fora do meu peito.

Eu não quero morrer, Betty. Eu só queria tirar toda aquela dor... me desculpa por não ter pensado em como você se sentiria.

    — Não faz mais isso comigo. Promete? — Falei deixando escapar umas lágrimas.

    — Eu prometo. — Ele falou olhando em meus olhos.

Jughead me olhou por alguns segundos.

    — Me perdoa, tá bem? — Ele falou com os olhos cheios de lágrimas. — Eu prometo que nunca mais vou fazer nada para te deixar chateada.

Soltei um sorrisinho e o beijei de novo. Reparei na aliança em sua mão.

Você não tirou a aliança? — Perguntei.

Não... — Ele deu um sorrisinho fraco. Ele olhou para minha mão. — Você também não tirou a sua?

Não... — Dei um sorrisinho e o beijei.

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2 caps em um dia.. ahh to inspirada to nem aí KKKKKKKK

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Fragile Lies Where stories live. Discover now