CAPÍTULO QUATORZE

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Dominick Hills

Ryder está me esperando encostado na caminhonete que leva minhas inicias na placa. Seu semblante fechado não é um bom sinal. Caminho até ele sem muita vontade, fito o céu escuro e cheio de estrelas com vontade de voltar até o hotel onde deixei Scarlet e ter coragem de perguntar, sem receio de escutar sua resposta, se o toque dos nossos braços também desestabilizou seu mundo.

— Onde você estava, porra? — Ryder sufoca o grito ao esticar as mãos para cima.

— Calma aí, irmão — faço um sinal claro de paz.

Meu irmão parecia furioso de longe, mas agora vejo que está preocupado.

— Estou calmo, Dominick.

— Dá para perceber — ironizo.

— Poxa, Nick — Ryder desencosta da caminhonete e passa as mãos pelo cabelo. — Pensei que ela tinha saído sem rumo, ela disse que ia embora e, de repente, ela some.

— Ela estava tentando ir para o hotel, Ryder — tranquilizo.

— E se perdeu no caminho?

— Virou duas ruas antes da que deveria — dou de ombros e passo por ele.

— E você estava seguindo?

— Sim.

— Bancou o super-herói?

— Não pensei dessa forma, não quis bancar ninguém.

— Ah, cara — observo meu irmão chacoalhar as chaves do carro. — Eu fiquei preocupado porquê o celular dela ficou descarregado e se acontecesse alguma coisa não teria como saber.

— Não aconteceu nada, Ryder — arquejo em resposta. — Está tudo bem. Você precisa relaxar.

— Eu preciso "relaxar"? Você viu a sua situação sentado no bar? — ele faz uma pausa, ponderando.— Bom, Graças a Deus que ela não está perdida por aí — Ryder espalma suas mãos na lataria da caminhonete e o barulho alto de algo sendo amassado me faz querer chutar seu traseiro.

— Porra, Ryder — afasto suas mãos do meu carro com um safanão pesado. — Você vai pagar cada centavo se quebrar ou amassar mais uma vez a lataria, entendeu? Vai batucar uma bateria, inferno.

— Desculpa — ele solta o ar dos pulmões e pende a cabeça para o lado.

Entro no carro e dou partida, mas Ryder continua parado ao lado da janela.

— Conversou com ela? — ele pergunta.

— Tecnicamente, não.

— Defina "tecnicamente".

— Você estava certo, é isso o que quer ouvir?

— É sempre bom saber que estou certo, mas de qual parte está falando?

— Que ela é boa — confesso, Ryder me encara sem entender. — Vou tentar repensar os atos como o de hoje. Não quero causar uma impressão ruim.

— Isso, faça isso. Ela não merece, Nick. Não merece — ele reforça a última frase, dando ênfase. — Ethan gostou de rever a nossa amiga, Sky.

Perco a paciência, pela segunda vez consecutiva e fito Ryder pelo canto dos olhos.

— Caralho, Ryder. Olha bem para a minha cara e vê se você encontra algum mísero fio de curiosidade para saber sobre seu amigo de merda?

— Nossa, eu disse brincando. Não está mais aqui quem falou, Dominick — ele semicerra os olhos, incrédulo. — Te vejo em casa?

Balanço a cabeça, concordando.

EMPIRE MYSTERYWhere stories live. Discover now