CAPÍTULO VINTE E QUATRO

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Dominick Hills.

É uma grande e enorme frustração ficar aqui, sentado, enquanto observo as investidas de Ethan e de outro idiota que não conheço. Não quero perder a cabeça agora, não quando Scarlet parece tão... tão feliz e envolvida em uma brincadeira boba que fazíamos quando criança.

Ethan, um dos amigos de Ryder, já passou dos limites para mim, mas foi bom que Julia o fizesse confessar suas intenções com Scarlet. Felizmente não tenho mais que arrumar desculpas caso decida quebrar a sua cara de moleque mimado. Afinal, já deu motivos suficientes para mim.

Contudo, Ethan está em um dia de sorte. Não tenho pretensão alguma em acabar com a festa, muito pelo contrário, só quero sair daqui com ela e planejar alguma coisa que envolva a nós dois sozinhos. Porra, só de pensar...

Ryder, mais uma vez, é sorteado como um dos dois jogadores. Scarlet é a outra. Menos mal, é o que penso até ver o que Scarlet escolhe e escutar a proposta do meu irmão.

Não preciso de muito para entrar no armário, além de passar na frente de Ethan e conter a vontade gritante de socar a sua cara. Ainda pretendo perguntar qual a porra do problema que ele tem na cabeça de achar que ele conseguiria fazer alguma coisa com ela. Será que não enxerga o que está claro para todo mundo?

O closet é apertado e escuro demais, quase não consigo enxergar.

— Não, Scar — Ouço Ryder dizer, sério e rígido — O jogador chegou, você não pode tirar a venda, entendeu? Fique com a merda do lenço nos olhos! — meu irmão passa por mim, batendo no meu ombro com uma das mãos. — O tempo de vocês começa quando escutarem a porta de madeira fechar. É só um jogo idiota, Scar! Fica tranquila, Dominick tem que começar a correr se quiser ter uma chance com você.

Talvez Ryder também ganhe uma conversa com a minha mão fechada depois dessa maldita festa, porra de moleque que gosta de me tirar do sério.

— Oi — Scarlet diz, algum tempo depois, sussurrando. — Olha, eu não estou interessada em ninguém.

Ninguém? Quase rio. Avanço mais um pouquinho, encurtando o espaço vazio entre os nossos corpos.

— Em ninguém que estava jogando — completa, murmurando as próprias palavras para si mesma.

— Ainda bem — respondo no mesmo tom. — Eu não estava jogando.

— Dom? — ela sussurra, assustada, arrancando a venda improvisada num movimento rápido e desesperado.

— Shhhh.

Com um passo de cada vez, esgoto a distância entre nós. Choco seu corpo com o meu e o contato urgente parece liberar endorfina pela corrente sanguínea, deixando-me em êxtase. Fecho os olhos quando sinto suas mãos, tão agoniadas quanto as minhas, puxarem-me para mais perto. Em um segundo estou aqui, no outro já não estou mais.

Inalo seu perfume com força, inebriando meus próprios sentidos com a fragrância doce e tão familiar que me causa arrepios. Oh, eu não vou desistir de você. Onde você estava, Scarlet? Por um instante, quero beijar cada centímetro da sua pele, matar a saudade que consome o meu peito ferido que parece capaz de rasgar o tórax e saltar para fora.

Quando encosto nossos lábios, selando qualquer dúvida que sou, e sempre serei, dela, uma explosão irrompe pelo corpo. Um misto de tudo que estava entalado na garganta, preso dentro da alma, escorre pelos olhos. Sinto seus lábios macios e carnudos abertos, dando-me passagem para intensificar o beijo. Devagar, não quero que isso acabe. Sinto um gosto se divergir e com cuidado tateio suas bochechas para ter certeza de que ela também está chorando.

EMPIRE MYSTERYWhere stories live. Discover now