EMPIRE MYSTERY

CAPÍTULO TRINTA E QUATRO

Ryder Hills

De todas as merdas do mundo, a pior aconteceu. Enquanto arrumo as malas para passar alguns dias em Nova Iorque, penso em como o mundo consegue ser traiçoeiro com um casal que já sofreu por tempo demais, de maneiras tortuosas feito área movediça. Chega a ser doloroso como os contratempos que ligam Dominick e Scarlet desviam um do outro.

Hilary conseguiu, mais uma vez, estragar o que não deveria. Scarlet se sente enganada, Dominick está por um fio de virar aquela cidade de ponta cabeça e colocar fogo em cada esquina até que encontre Scarlet.

Debbie não conversa direito comigo desde que a bomba explodiu, Liz me bloqueou das redes sociais e comunicação virou artigo de luxo. Então, para o bem de todos, resolvi que agora seria uma boa hora para fazer uma visita e tentar, de todas as formas, resolver essa situação de merda.

Meu telefone toca, vibrando alto da mesinha de centro do quarto, e me surpreendo com o nome no display. Debbie Miller.

— Debbie? — Atendo no segundo toque e fico apreensivo. — Tudo bem?

— É claro que não está tudo bem! — ela bufa, exasperada. —Quero matar o seu irmão.

— Eu não sei o que Hilary disse, mas não acredite — solto, de uma vez, antes que desligue o telefone.

— Impossível.

— Por favor, Debbie... onde Scar está?

— Scarlet está em segurança, longe de todos os Hills.

— Por favor, Debbie, deixe-me falar com ela.

— Não.

Faço uma pausa, tirando a mala do caminho para poder sentar na minha cama bagunçada e desfeita.

— Então posso falar com você? — peço.

— Estou ouvindo, Ryder.

— Amor, por favor — sussurro, recostando no dossel da cama.

— Não me venha com amor, Ryder. Você deixou bem claro que o que tivemos ficou na fazenda e não fora dela. — Ela parece mais magoada do que deveria.

— Debbie, pelo amor de Deus, você disse que não estava procurando por um relacionamento, o que queria que escutar de mim?

— Hmmm. — Ela fica em silêncio, pensativa. — Vamos falar sobre o que realmente importa, Scarlet e Dominick.

— Você é importante para mim, Deb — declaro, sem pensar duas vezes. Não é uma mentira.

— E sobre Dominick? — me interrompe, cortando o assunto pela metade. Minha paciência balança de um lado para o outro, quase se esvaindo por completo.

— Estarei em Nova Iorque até o final do dia, podemos sair e conversar? Talvez tomar um sorvete.

— Não.

— Por favor, Debbie.

Fecho os olhos com força, reunindo forças e pensamentos positivos para que ela aceite e deixe de ser tão cabeça dura.

— Talvez, amanhã.

— Talvez?

— Sim.

— Deb, eu sei que você tem problemas para confiar nas pessoas e respeito isso, mas eu juro, por tudo, absolutamente tudo, que Hilary é uma baita mentirosa sem caráter.

— Você não sabe o que ela disse, Ryder.

— Mas sei que meu irmão e Scar não estão juntos, e qualquer coisa capaz de os separar é fruto de mentira.