CAPÍTULO CINCO

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Scarlet Smith

O final de semana passa em um piscar de olhos, o estúdio consumiu praticamente todo o tempo disponível que eu tinha. Foquei minhas energias em terminar a arrumação das caixas, e colocar as outras cosias em seus devidos lugares, aproveitei também para ir até B&H Photo Video, a melhor e maior loja de equipamentos fotográficos da cidade, para comprar uma luz profissional que ainda não tinha.

Liz e Deb saíram no domingo de manhã, foram caminhar pelo Central Park enquanto fiquei em casa para estudar algumas técnicas novas de um profissional que gosto muito.

Pela tarde, antes das meninas chegarem, decido pesquisar sobre minha futura cliente: Hilary Clifford. Entro em suas redes sociais e encontro uma modelo em ascensão. Aparentemente Hilary tem viajado bastante pela costa do país fazendo alguns trabalhos.

Procuro pelas fotos profissionais e de festas com os amigos alguma recordação com o noivo. Mas não encontro nenhuma imagem que remeta a um casal. Estranho. Rodo o feed e vejo as fotos mais antigas, aparentemente ela é natural de Nova Iorque e costuma frequentar os ambientes padrões aqui da cidade.

Clico em uma das poucas selfies e noto o quão bonita Hilary é. Aposto que nossas fotos ficarão incríveis com tamanha beleza. Seu rosto é delicado e seu cabelo está um pouco mais curto que o meu, logo acima da orelha em um Chanel sofisticado e moderno. Percebo também que a cor é de alguma mistura de salão, mas que combinou perfeitamente com seus traços finos.

— O que está fazendo? — Tomo um susto com Liz enfiando a cabeça no quarto.

— Que susto, Liz. Meu Deus — Encaro seu coque desarrumado. — Estou futricando a vida da minha cliente.

— Aquela de amanha?

— Essa mesmo.

— Posso dar uma olhada?

— Claro, vem aqui — Abro espaço na cama para que Liz consiga se sentar e entrego o notebook para ela.

— Hmmm... — Liz faz uma careta. — E onde está o noivo?

— Eu também me fiz a mesma pergunta — Dou de ombros e olho para fora da janela. — Talvez prefiram manter o relacionamento longe das redes sociais.

— Só se preferir manter o futuro noivo longe da internet, porque a garota expõe tudo o que faz — Liz aponta para a tela. — Olha isso, essa foto não faz nem quinze minutos. Quem, em um domingo e em uma hora dessas, vai para um pubzinho com as amigas?

— Ah, Liz... e qual o problema? — Rio.

— Sei lá, acho que ela deve ser rica. Talvez o futuro marido seja muito feio.

— Ou muito bonito... — Confronto sua tese.

— É, pode ser também — Liz faz várias caretas enquanto passa pelas outras fotos. — Acho que estou com inveja da vida que ela leva. Semana passada a mulher estava no Texas. Fala sério, quem fica bem com essas botas?

Sigo seu dedo apontado e vejo as tais botas que causaram indignação em minha amiga. É, com certeza não são para qualquer um.

— Será que são de animais verdadeiros?

— Ah, acredito que não. É muita crueldade.

— E esse povo rico se importa com alguma coisa?

— Pare de generalizar dessa forma, Liz — Belisco seu braço fino. — Você precisa ter um pouco mais de fé nos seres humanos.

— Fé eu tenho em Deus — Ela me mostra a língua. — Mas você tem razão, sabe que tenho essa mania de analisar demais as outras pessoas e acabo passando dos limites. — Liz me passa o notebook e pula fora da cama. — Pizza hoje à noite?

EMPIRE MYSTERYWhere stories live. Discover now