CAPÍTULO ONZE

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Dominick Hills

Olho às horas no relógio de pulso e pressiono o cavalo pra mais velocidade. Estou atrasado, inferno. Hilary disse que o trem deveria chegar lá pelas onze ou, mais tardar, meio dia.

Na entrada do casarão, vejo a caminhonete estacionada e me pergunto para onde Ryder acha que vai?! Deixo o cavalo em uma árvore grande e caminho pela trilha em direção à casa.

Alcanço o celular do bolso, na expectativa de talvez ter alguma chamada perdida, mas as únicas ligações que não atendi são de Hilary pela manhã.

Ignoro o celular aberto no contato de Scarlet Smith quando vejo Ryder descer as escadas apressado.

— Onde você esteva? — ele pergunta, nervoso. — Não tem responsabilidade?

— Do que você está falando? — Retiro o chapéu e coloco debaixo do braço.

— Não tinha que buscar a Scarlet?

— Ainda tenho tempo para isso, Ryder. Calma — Solto uma risada forçada e encho os pulmões com força.

— Ah, tem mesmo? — ele parece realmente furioso. — De onde você tirou que tem tanto tempo?

— Cara, o que está acontecendo? Hilary disse que o trem só...

— Hilary... Hilary... Hilary, manda essa garota ter um pouco mais de juízo. O trem da Scarlet chegou dez da manhã.

O quê?

Dez da manhã?

Inferno, Hilary.

Olho às horas e vejo que estou mais de quarenta minutos atrasado.

— Onde está a chave da sua caminhonete?

Que caralhos.

Dez horas? Isso é sério?

Não tenho tempo para ir até a garagem e pegar o meu carro. Scarlet está na estação sozinha, será que conseguiu carona? Merda.

Carona com quem?

Não tem ninguém por aquelas bandas.

— Cadê a porra da chave? — Reforço o pedido, perdendo a paciência.

— Eu já busquei ela, fica tranquilo.

Merda.

Isso é ainda pior.

Ela está aqui.

Ryder não levaria Scarlet até o hotel sem antes trazê-la aqui.

Merda.

Ela está aqui.

Scarlet está aqui.

Fito a casa silenciosa e tento adivinhar em qual cômodo ela está. Meu coração parece a ponto de explodir, movido pela adrenalina de segundos atrás com os calafrios de saber que ela está em algum lugar da minha casa.

Hesito alguns passos e encosto e sinto a caminhonete atrás de mim. Eu preciso me acalmar, merda. Prometi a mim mesmo que não seria assim, não mais.

Ela não tem esse direito.

Não tem mais nada.

Abro a boca para perguntar como ela está, mas mordo a língua na mesma velocidade. Não seja estúpido, Dominick.

Ryder caminha de um lado para o outro, parece ansioso.

— Por que você está andando de um lado para o outro? Está me deixando nervoso.

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