CAPÍTULO TRINTA E UM

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Scarlet Smith

Encaro o telefone pela milésima vez, sem entender o que acabou de acontecer. Hilary. Casamento. Dominick. Espera, o quê? Encaro Deb, com os olhos arregalados me fitando de volta, como se visse o enorme símbolo de interrogação plantado em cima da minha cabeça.

— Por que está com essa cara? — Deb joga a almofada do sofá colorido pro canto, ignorando o pedaço de torta que acabou de pegar.

— O que aconteceu? — Liz salta para dentro da sala, vestindo seu avental de flores e nuvens. — Credo, Scar... que cara de velório.

— Era Hilary no telefone — dou de ombros, jogando o celular no outro canto do sofá, quase atingindo Deb.

— O que a bruaca queria? — Deb indaga, olhando para o meu celular jogado.

— Queria marcar um encontro.

— Um encontro? — Liz parece não entender.

— Para resolverem as coisas da rescisão do contrato, certo? — é Deb quem dá de ombros.

— Muito pelo contrário — abocanho um pedaço de torta do prato da Deb. — Marcou um horário, pra amanhã, pra fazer as fotos individuais para o álbum do casamento.

— Espera — Liz arregaça as mangas da blusa. — O quê?

— Que merda é essa? — Deb grita, exasperada. — Ligue para Dominick e o mande dar um jeito nisso.

— Isso mesmo. Ligue para ele, Scar — Deb concorda, batendo os pés no assoalho de madeira escura.

— Certo, tudo bem.

Alcanço o celular do outro lado do sofá e disco o número de Dominick. Chama uma, duas, três, quatro vezes antes de cair na caixa de mensagens. Que estranho.

Desligado.

— Liga de novo!

— Ok!

Agora o telefone está desligado.

Merda. O que está acontecendo.

— Ligue para Ryder, nós sabemos que o Dominick não gosta muito de celular.

— Verdade.

Encontro o contato de Ryder na agenda do celular e, em seguida, clico em ligar. De repente, sinto a bile subir à garganta. Que sensação ruim. Deb segura a minha mão, enquanto Liz senta na poltrona da frente, aflita.

— Oi, Scar! — a voz de Ryder irrompe pelo celular, coloco a ligação no viva-voz antes de conversar.

— Oi, Ryder! Tudo bem?

— Tudo ótimo, e você?

— Tudo bem, também.

— Aconteceu alguma coisa? Sua voz está estranha — comenta, desconfiado.

— Não consegui falar com Dominick, queria saber se está tudo bem...

— Está sim — Deb cruza os braços ao ouvir a conversa, tão cética quanto qualquer uma de nós. — Ele passou o dia todo na fazenda, cuidando de algumas pendências.

— Pendências?

— Sim, papai pediu para ele ir até a cidade e conferir algumas coisas no cartório, assinar alguns documentos. Isso demandou quase a tarde toda.

Que estranho. Ficou na fazenda o dia todo ou passou boa parte da tarde na cidade? Tem algo errado aqui, estou sentindo.

— Ele está aí?

EMPIRE MYSTERYWhere stories live. Discover now