6 - Início da queda

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Sayumi Aizawa 

Sayumi
[Bakugou, você tá bem? Eu soube do festival de esportes agora]
[Parabéns pelo primeiro lugar, mas o que fizeram com você não foi certo..]

Bakugou
[Aquele merda do meio a meio tava me subestimando]

Sayumi
[Você pode me contar qualquer coisa]

Bakugou
[Não tem nada pra contar, eu só fiquei muito puto com ele]

Sayumi
[E ser amordaçado na frente de tanta gente não te afetou nem um pouco?]

Bakugou
[Esquece isso porra]
[Eu tava descontrolado]

Sayumi
[Não importa, eles eram heróis, deveriam ter lidado com isso de outro jeito]
[Sinto muito mesmo]

Bakugou
[Eles fizeram o que tinha que fazer]

Sayumi
[Você não precisa defender]
[Eles fizeram merda]

Bakugou
[Mas o que você tem haver com isso Megamente?]
[Nem na turma de heróis você entrou]
[Não passou da primeira fase do festival]
[Você não sabe de nada sobre nada, inútil]

Sayumi
[Se você tá tentando me atingir, falhou, porque só falou verdades]
[Eu realmente me importo com você]
[E megamente? Que porra de apelido ruim kkkk]

Bakugou
[Não preciso da sua pena]

Ele me bloqueou, mas eu sabia que aquilo o tinha atingido. O jeito que trataram ele foi desumano. Ninguém defendeu ele, só o amordaçaram e o trataram como um monstro. Ele é só um adolescente como eu, com sentimentos difíceis de traduzir. Espero que os amigos mais próximos dele tenham dado algum apoio.

Meu pai não voltou pra casa por uns dias, acho que estava esperando que eu colocasse a cabeça no lugar antes de qualquer coisa. Não tinha problema, eu estava acostumada a ficar sozinha, me inscrevi em outra competição de violino, talvez se ganhasse mais um prêmio eu conseguisse me odiar menos.

Logo depois do festival de esportes, todos os alunos do curso de heróis foram pro seus estágios em agências diferentes, finalmente, meu pai não tinha desculpa para não estar em casa. Ele chegou enquanto eu trabalhava no meu projeto final do semestre.

- O que você tá fazendo? - Ele disse olhando a bagunça que fiz na sala.

- Coisa de auxiliar de suporte, você não entenderia, herói profissional.

- Seu professor me procurou para dizer que você não tá indo bem nas provas. Eu te avisei, deveria ter ido pra uma escola normal, você não tem talento pra esse mundo.

- Ah, então eu não sirvo pra isso porque minhas notas são baixas? Quantos alunos você vai ter que expulsar então? Kaminari, Mina, Kirishima. Pelo que sei deles, as notas estão mais baixas que as minhas.

- As notas não são tão importantes pra eles quanto são pra você. E, além disso, eles não são meus filhos.

- Que sorte a deles - Sussurrei para que ele não me ouvisse.

Esperei que aquela semana passasse rápido, não porque eu não podia lidar com meu pai, mas porque sentia falta dos meus amigos. Eles estavam ocupados demais com suas responsabilidades de heróis. As brigas em casa se intensificaram, cada vez que meu pai saia, eu achava que ele não voltaria mais de tanta raiva que ele sentia de mim. Mesmo podendo ler a mente dele, eu nunca tinha descoberto porque a pessoa que mais deveria me amar, era a que mais me colocava pra baixo. 

Shota Aizawa

Não queria ter que voltar pra casa, encarar o rosto cínico de Sayumi. Ela sempre achava que eu estava errado, que tudo era culpa minha, isso é tão irritante.

Quando abri a porta, já podia ouvir o barulho do violino. Aquele maldito violino. Hizashi foi o culpado, ele apresentou a música pra ela como solução para os problemas que a individualidade causava e desde então ela nunca parou. No começo, era bonitinho, ela aprendia rápido, mas depois de anos, passou a ser insuportável e ela sabia disso.

Preparei algo pra comer, agora que já estava livre dos curativos, teria uma refeição decente. Não percebi quando a música parou e Sayumi chegou a cozinha, me encarando.

- Finalmente lembrou que tem casa, pai? - Ela disse atrás de mim, revirei os olhos.

- Já me arrependi de ter lembrado.

- Você é terrível.

- Olha quem fala né?

Ela ficou em silêncio, mas ainda estava lá.

- A turma de heróis vai ter um acampamento de uma semana, então vou deixar dinheiro com você.

- Vou ficar sozinha a semana toda? Não posso ficar com o tio Mic?

- Não fale como se não tivesse acostumada a ficar sozinha. O Hizashi também é professor, ele tem trabalho.

- Tá, tanto faz pra você né? Não importa o que aconteça comigo, desde que seus queridos alunos estejam bem.

- Você tá bagunçando as coisas, eles são minha responsabilidade. E esse assunto encerra agora. Se você continuar assim, eu te tiro da UA hoje mesmo e te mando pra um colégio interno bem longe daqui.

- Tenta. Eu conto pra todos porque minha mãe foi embora, acho que a UA não iria aceitar um professor com seu histórico.

- Não mete sua mãe nisso! Aquilo foi um acidente! Agora some da minha frente, você não tem nenhuma outra coisa pra fazer não?? - Ela me provocava, sabia que era de propósito. Queria me atingir e me magoar, mas nunca conseguiria, não hoje.

Ela pegou o celular e a mochila e saiu de casa, eu não perguntei pra onde, não me importava, desde que ela voltasse sem causar problemas. 

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O próximo capítulo é babado demais hihihi 

Saí ainda hoje, de tarde

I'm Still Here [Finalizada]Where stories live. Discover now