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E uma nova história começa a ser contada ❤

~ por jude montoya

Tudo era feito em sangue. Sangue que vertia sob as águas. E pedaços de um corpo esquartejado afundavam no rio Sena. Havia alguém sobre a ponte com um sorriso maligno no rosto. E meus olhos estavam tomados por lagrimas.

Esse era o tipo de fim, que só um filme produzido e dirigido de Jack Dorney poderia ter.

Limpei as lágrimas, enquanto os créditos subiam. Pausei a tela quando...

Directed by

Jack W. Dorney

Ouvi o barulho da porta do apartamento sendo destrancada e minha melhor amiga Nia, da qual eu venho o dividindo, há três meses, logo rompeu por ela. Sem sapatos. A noite, pelo menos para alguém, parecia ter sido boa...

Ela olhou de mim, para a tela. E fez uma careta.

— Ah não! Já é a sétima vez Jude! — Protestou, e eu me encolhi.

— É um filme diferente! Todos foram... Esse, Imersos, nós fomos para Paris, eu assisti as gravações das cenas finais e... — Então parei, me lembrando que depois disso, o diretor me pegou pela mão, e fugimos de toda a produção para estourarmos um champanhe juntos. Só nós dois. Só meu Jack e eu.

Era o longametragem que o traria de volta depois de um hiato no showbis. E ele quis compartilhar aquela pequena vitória comigo. O último take. Pensar em compartilhar a vida com Jack Dorney era o que me fazia feliz.

— Por que você é toda minha inspiração, Jude — Ele disse sorrindo. Tão feliz. Ele irriadiava alegria.

E eu sorri mais. — O seu personagem principal é esquartejado e jogado no rio Sena, no final desse filme. — Fiz questão de o lembrar, e ele me puxou pela cintura, ainda com a garrafa de champanhe na mão, colando seu corpo ao meu e gargalhamos juntos.

— Jude, você esquarteja toda minha tristeza. — Ele disse, e eu ri mais da frase ruim, os dois abraçados e rindo sem nem um motivo. Eramos dois bobos, mas felizes.

— Nós nem bebemos ainda e já estamos assim. — Observei.

— Então ficaremos bem piores mais tarde. — Sussurrou ele, ao pé do meu ouvido.

— JUDE VOLTA PRA TERRA! — Ouvi a voz de Nia, e dois segundos depois, ela já tinha puxado o cabo da TV da tomada, a desligando. Dei de ombros, o filme já havia acabado mesmo.

— Eu só estava pensando no roteiro que estou escrevendo.

Nia semi-serrou os olhos e depois os revirou.

— Você estava pensando no Jack, amiga. De novo. — Ela apontou. Eu era tão obvia assim ou era porque ela é minha melhor amiga?

— Só um pouquinho. — Falei tampando minha cara com a manta que estava no meu colo. — Eu sinto falta dele. — Falei, enquanto ela se sentava ao meu lado e puxava a manta do meu rosto, para me olhar.

Nia Alonso era minha melhor amiga desde que tenho sete anos de idade. Nossas mães trabalhavam como empregadas em uma casa de uma família abastada, na Flórida. Eu me mudei de Cuba para a Flórida quando tinha cinco anos de idade com minha mãe, depois da morte do meu pai. Aquela velha busca de imigrantes por uma vida melhor... 

Comum de DoisΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα