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~ jude montoya

(...)

— Sam, aconteceu alguma coisa? — Perguntei enquanto ele me puxava pela mão, desviavamos das pessoas com velocidade moderada. Por um longo caminho...

— Aconteceu. — Foi a única coisa que disse, e como o lugar estava cheio, resolvi só perguntar quando chegassemos, sabe-se lá onde ele estava me levando. Mas eu podia ver como ele estava nervoso, se contendo.

Entramos no estacionamento, e ele tirou sua mão da minha, para literalmente, se virar para mim e agarrar pelo braço.

— Sam, o que é isso? — Soltei alarmada, com ele me levando em direção ao seu carro com o motorista que estavam a poucos metros de nós. — Me solta, Sam. — Rosnei, enquanto tropeçava nos meus saltos. Que droga era essa?

Ele nada disse, mas seu aperto em meu braço aumentou. Me machucando.

— Está doendo, Sam. — Puxei meu braço de volta e ele não soltou. Mas então se virou pra mim. — Entra no carro. — Mandou. Sua face. Sua expressão, era..  Era tanta raiva.

Engoli em seco, tremendo. O que ele estava fazendo?

— O que esta acontecendo? Por que está fazendo isso? Me solta!  — Pedi tentando me desvencilhar dele. Eu sentia... Pavor. Cru. Puro pavor. Meus olhos ardiam e meu coração batia forte.

Que droga era essa?

— Eu vi o que fez... — Sussurrou, cortante. Muito perto do meu rosto.

— O que eu fiz? EU NEM SEI DO QUE ESTÁ FALANDO!

E então ele apertou mais meu braço, me sacodindo no processo. Tentei me soltar de novo, mas foi em vão.

— Você tropeçando no Carl Archie. Que truquezinho ridículo, Jude. — Despejou com veneno, e então, soltou meu braço, em um rompante, e ergueu seus olhos, notei que um segurança passava pelo andar de cima do estacionamento. Sam me olhou, como se me alertasse "fiquei quieta". Me encolhi.

Abracei meu corpo fazendo uma pequena massagem no lugar onde ele apertou, parte de mim querendo sair correndo dali, mas a outra, queria saber do que ele estava falando. O que fiz de errado dessa vez? O que era esse truquezinho?

— Que truquezinho, Sam? — Cuspi, assim que o segurança passou. Mas recuei um passo. Olhei para o motorista dentro do carro, mas este olhava para o outro lado, fingindo que não nos via.

Sam riu com escárnio. Como se eu lhe contasse a melhor das piadas.

— Tropeçar. Você tropeçou em mim, Jude. Me fez te notar. E agora, tropeçou em um bilionário, ficou sorrindo pra ele. O ajudou a se levantar. — Chegou mais perto, me fuzilando com o olhar. Dei um passo pra trás — DEU EM CIMA DELE DEBAIXO DO MEU NARIZ! ACHA MESMO QUE ELE IRIA TE QUERER TENDO UMA MULHER COMO AQUELA? O ÚNICO IDIOTA QUE TE QUER AQUI SOU EU! MAS NÃO SOU O SUFICIENTE? O QUE MAIS VOCÊ QUER?

— O que? — Saiu da minha boca pois eu não consegui administrar o tamanho do absurdo que ouvi.

— Jack Dorney não bastou. Dormir com o diretor para ter espaço não bastou. — Apontou, como uma cartada final. Eu pude ouvir tudo se quebrar.

Mas ele continuou, enquanto eu apertava as mãos em punho. Ouvir aquilo... Acho que eu preferia uma facada.

— Então cansada de aguentar aqueles órfãos carentes você tratou de encontrar alguém mais bonito, famoso e mais rico? E agora que já me tinha, achou mesmo que tinha chance com o Archie? Você ia me discartar, Jude? Ia mesm...

Isso não.

— CALA A BOCA! CALA A PORRA DESSA BOCA! NÃO FALA DELES! NÃO FALA DO QUE NÃO SABE! NÃO... — Sequer consegui terminar a frase. Eu borbulhava. Sentia minhas lágrimas pintarem sobre meu colo.

Comum de DoisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora