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~ jude montoya

(...)

25 de dezembro

(...)

— Não posso mais esperar uma resposta, Jude. Não posso mesmo. Mesmo amando... É difícil. — O ouvi dizer. Engoli em seco. Sem palavras.

— Tem certeza disso?

— Eu não sei...

— Martin, você e Nia precisam mesmo conversar. Botar os pingos nos íis. Eu queria poder opinar de outra forma, mas vocês são meus amigos, é como se eu tivesse no meio de um cabo de guerra. E você sabe como é difícil pra mim. — Deixei claro. Martin era meu melhor amigo e Nia era como uma irmã. Eu achava que eles tinham que conversar, pois eu sei onde a falta de diálogo pode levar um relacionamento.

Era manhã de Natal e eu estava jogada no sofá da sala, assistindo Modern Family e me entupindo de chocolate, digo, agora em pausa, enquanto eu falava com um Martin que estava dentro de um táxi indo para o LAX. E o que se sucedeu, foi que o dia 24 de dezembro, além de véspera do Natal, foi o aniversário do Martin. Então ontem, sua família, e nós, os amigos, nos juntamos para comemorar.

Nia estava gravando "A princesa e o sapo", mas acabou tendo uns dias de folga em Atlanta. E acabou decidindo passar o Natal na Georgia, ao invés de vir para casa comemorar o aniversário dele. E não havia falado conosco.

E isso, fez Martin na noite seguinte, passar todo seu aniversário de cara feia e acabar comprando a primeira passagem pra Atlanta. Para hoje.

— Eu sei. Entendo seu lado, Jude. — Ele murmurou.

— Converse com a Nia. Se abra, Mart. Pergunte a ela o que ela quer agora.

— Por isso estou indo a Atlanta. Eu quero olhar nos olhos dela e saber como vamos ficar.

— Você a ama, tente resolver isso. — Murmurei. — E Nia ama você também. Eu tenho certeza

— Eu não tenho.

— Amigo, por favor, pense bem no que fazer. Não saia atropelando tudo.

— Eu venho pensando a muito tempo... Nia está seguindo o sonho dela, Jude, e ela está alcançando o que quer, o reconhecimento, fama. E parece que eu não me encaixo nisso... Ela não me responde faz três dias! Mas foi pra um evento com amigos famosos... No início não ter um relacionamento, era bom, era curtir um lance legal. Mas depois de um tempo... Não era mais assim. Eu quero coisas diferentes agora. Coisas estáveis. E ela está em outra frequência, e....

— Martin...

— Estou perto do túnel, vou ficar sem sinal. — Disse por fim.

Respirei fundo.

— Boa viagem, amigo. E boa sorte.

— Obrigado. Feliz Natal.

— Feliz Natal. — Respondi antes de desligar a chamada.

Eu esperava que eles se resolvessem, mesmo. E que se não for pra isso acontecer, que eles fiquem bem.

Resolvi ligar para Nia, tentei uma, duas, três vezes. Desligado. Ou sem bateria...

Olhei para o teto branco de casa, pensando em como esse Natal estava indo de mal a pior.

Minha mãe tinha ficado em Miami pois tinha que trabalhar.
Nia e Martin nessa situação.
Todos meus amigos ocupados com suas próprias vidas.
Jack e as crianças estavam em San Francisco na casa dos pais de Laura.

Ontem durante a tarde, além de separar as doações de Natal do Liberté, assistimos todos juntos a estréia do nosso documentário "A mente que nos governa", e eu amava a sensação de pessoas que assistiram me ligando, postando stories, dando reviews.

Comum de DoisWhere stories live. Discover now