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~ jude montoya

Passei a pomada em minha boca, e depois me deitei, pois o estresse me atingiu com uma tremenda dor de cabeça, acabei mandando uma mensagem a Axel falando que não poderia ir e ainda mandei junto uma foto, fazendo sinal de "paz e amor" mostrando minha boca inchada pela pimenta. E ele ficou muito preocupado inclusive, mas entendeu que eu não poderia comparecer. Mas contando que eu estaria melhor amanhã, marquei com ele de tomarmos um sorvete perto do hotel onde ele estava hospedado.

No fim daquela tarde, minha dor de cabeça se converteu em uma febre, 37,5. Não era alta, mas mesmo assim me deixou mole, sequer consegui ingerir algo, principalmente por ter tomado um antitérmico. Sam ficou no quarto estudando um roteiro para um teste, enquanto eu resolvi assistir Peaky Blinders, em volume baixo para não o atrapalhar.

Quando anoiteceu apenas tomei um banho e me enfiei dentro de um pijama de frio, enquanto Sam se arrumava para ir a um evento, algo social, pré Oliver Awards.. Era mais informal, só uma reunião com alguns artistas britânicos, pelo o que ele disse.

Quando ele terminou de se arrumar, veio até perto da cama.

— Está bom? — Se referiu a roupa. Blazer preto, camisa azul bem escura (ele amava azul pois combina com seus olhos), calça escura e botas de cano curto. Bem inglês da parte dele. E era óbvio, que ele estava lindo.

— Está lindo, Sam. — Fui sincera e ele sorriu apenas. Eu por outro lado... Estava horrível. De todos os aspectos.

— Gostaria que pudesse ficar comigo hoje. — Falei, pois eu detestava me sentir mal, fisicamente. Principalmente por que fico bem carente... E não queria ficar sozinha. — Não estou me sentindo bem. — Completei.

— Tente dormir. Tome outro antitérmico. Volto o mais rápido que puder. — Disse e eu assenti, ele se aproximou e deu um beijo rápido no topo da minha cabeça.

Resolvi puxar o pé dele, em brincadeira.

— Não vai beijar minha boca? Não é contagioso. — Falei em tom afetado, a voz em zombaria, fingindo estar séria.

Mas Sam, pigarreou. Sem graça. Engolindo em seco.

— Eu estou brincando, Samuel! — Deixei claro. — Não tem que me beijar.

Ele riu nervoso... Mas eu sabia que não estava "beijavel", foi só uma brincadeira.

— Ainda bem que é roteirista de drama.  — Soltou. Franzi o cenho. Ele prosseguiu, pegando seu celular. — Tenho que ir agora, o carro já esta lá embaixo. Não precisa me esperar acordada, pois não sei quanto tempo vai durar. Boa noite, minha amante.  — Disse e saiu.

Suspirei, aumentando o volume da TV um pouquinho, espero que Thomas Shelby possa me entreter.

Algum tempo depois, mesmo me sentindo mal, o sono simplesmente não vinha e eu estava com fome por não ter colocado nada além de água no estômago, fraca, me levantei, peguei meu celular, e resolvi preparar uma sopa para mim. Eu a deixaria esfriar, para toma-la morna por conta da língua. Mas quando chegava a cozinha, senti tontura, uma vertigem. Pressão baixa, toda vez que eu ficava sem comer era isso. Conhecia essa situação, mas não era menos ruim. O pior era a pressão psicológica do pânico noturno ter voltado que eu vinha sofrendo, gerando ansiedade, parecia que tudo estava se convertendo em uma crise hoje.

Me escorei e fui até a geladeira, peguei uma jarra de suco, me sentindo fraca e enchi o copo, mas a zonzeira foi tanta que a derrubei no chão quando fui tentar a devolver a geladeira. Fazendo o vidro e o liquido se espalhar pelo chão de porcelanato branco. Droga! Droga!

Me segurei na bancada, e me deixei escorregar para o chão, me sentando ali, afastada do suco derramado, peguei meu celular, minhas mãos tremiam, tentei ligar para Sam. Uma. Duas. Três. Quatro vezes. Nada.

Comum de DoisWhere stories live. Discover now