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~ jude montoya

Quando passei pelos portões da casa do lago naquele fim de tarde, depois de Esther liberar minha entrada... Boa parte de mim, digo, maior parte de mim, estava extremamente nervosa.
Eu tive uma viagem de horas de Los Angeles até a divisa do estado com Oregon, para pensar. E ainda sim, me encontrava nervosa.

Estacionei meu carro na única vaga restante, tirei minhas coisas do carro, e fui em direção a pequena ponte que havia na entrada.
Ela era dos pais de Kennedy, tinha dois andares, era ampla e cercada por varandas, tinha uma enorme parte gramada que circulava o lago gigantesco, que se perdia de vista, como o mar.
Havia uma piscina nos fundos. E o deck ciculava a orla da casa.

Antes mesmo que chegasse a porta, Esther a abriu, sorrindo. — Jude! Que bom que veio! Pensamos que não viria mais...

Hoje era 31 de dezembro. Véspera do Ano Novo.

Eu tive um compromisso de última hora, fui convidada pelo KTLA, um programa de TV matutino de Los Angeles para uma entrevista sobre o documentário, ontem. E isso serviu de desculpa para adiar minha vinda.

Hoje, antes que eu saísse, Nia me questionou se eu dúvidava do que sentia por Jack, devido a toda minha hesitação.

A resposta era: não.

Mas não era como antes, era diferente agora. Passei por muitas coisas. Coisas doloridas e que me deixaram apreensiva. Com medo de quebrar de novo. Ambos passamos por muitas coisas.

Mas eu sabia que apesar de ser o mesmo que eu sentia um ano atrás, ainda estava aqui. Diferente. Mas não menos forte.

E se me eu entregasse de novo, e depois acabasse... Eu sequer sabia o quanto ia doer. Mesmo que eu já tenha vivido isso antes. Eu já perdi o Jack antes. E doeu tanto. E... Eu ficava me questionando demais. E isso nem sempre era bom.

Só que se eu não tentasse agora... Eu iria sempre esperar o pior? Por que infelizmente em qualquer relacionamento estamos sujeitos a nos machucar. E viver com medo, não é viver.

Só que a diferença, é saber que você está com alguém que te ama e te respeita de verdade. Se Jack e eu formos ficar juntos daqui pra frente, vamos precisar de reconstruir algumas coisas que foram quebradas, é óbvio. Mas é a única coisa que eu realmente quero agora.

Eu sabia como abordaria esse assunto? Não.
Sabia o que seria daqui pra frente? Também não.
Mas ainda sim, passei por cima de tudo, e estou aqui.

Por que eu não queria colocar minha cabeça no travesseiro mais um dia, sentindo que falta parte de mim.

— Atrasada, mas a tempo! — Soltei, deixando minhas coisas para abraça-la.

— E onde estão os outros? — Perguntei, enquanto me afastava dela. Ela se abaixou para me ajudar com as minhas coisas.

— Os homens saíram de lancha... Para pescar. — Riu. — Amy foi com Roslyn e Beth na cidade comprar algumas coisas, deixaram Josh aqui, já devem estar chegando. Só estamos Gen e eu. — Completou dando espaço para que eu passasse. A casa estava cheia esse ano.

Fechei a porta e passamos pelo hall de entrada, em direção a sala.
Onde o pequeno Josh engatinhava no tapete, e Gen com sua barriga enorme de oito meses de gêmeos, tinha os pés inchados pra cima.

— AMIGA ACHEI QUE NÃO IA VIRRRRR! — Exclamou, fui em sua direção, e me enverguei para abraça-la.

— Meu Deus, eles logo vão estar aqui! — Falei fazendo carinho em sua barriga.

— Ainda bem! — Murmurou me olhando em desespero. — Pesam sabia? E como chutam! — Sorriu, mas parecia muito cansada.

Me enverguei e peguei Josh, que estava do lado da minha perna.

Comum de DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora