~ jude montoya
(...)
— Bom dia! — Desejei a minha mãe e Nia, na manhã seguinte, me sentando a mesa. Meu corpo estava dolorido por ter passado a noite toda escrevendo um roteiro para um projeto, eu tinha uma reunião com uma produtora amanhã cedo, e usei a madrugada para evitar dormir com medo de ter outro pânico noturno e estava mal humorada pela discussão com Sam na noite anterior. Ele sempre fazia as coisas maiores do que eram e eu acabava o magoando no processo mesmo quando não queria.
— Bom dia! — Elas responderam em uníssono.
— Você dormiu, Jude? — Minha mãe perguntou, enquanto eu me servia de café forte.
— Não muito. Eu passei a noite escrevendo. — Falei por alto, bebendo meu café.
Nia ficou de pé, veio em minha direção. — Tenho que ir agora! E tire um cochilo, Jude. — Disse dando um beijo na minha bochecha e fez o mesmo com a minha mãe antes de sair.
Assim que Nia saiu, minha mãe sentou a minha frente.
— O apartamento é pequeno. De paredes não muito grossas. — Ela disse olhando para mim.
— Mãe...
— Nia e eu escutamos ontem, a parte final. — Contou então, engoli em seco. Olhando para baixo.
— Acha que eu fui muito dura com ele?
Ela ergueu as sobrancelhas.
— Eu acho que ele na verdade, está se aproveitando. — Disse por fim. Se aproveitando?
— Se aproveitando de...?
— Da sua carência. De você estar se sentindo sozinha. — Disse muito obvia. E ela tinha razão. E o pior era que eu ainda me sentia assim. — Jude. Abra os olhos. Você é uma mulher inteligente, não deixe esse momento de fragilidade ser uma venda nos seus olhos, filha. Se você quer tentar algo com ele, é direito seu. Mas tome as rédias da situação. E se você não estiver feliz, não se prenda.
Eu concordava com boa parte disso, pois eu realmente me sentia frágil, e boa parte disso, as vezes me fazia ignorar coisas que me incomodavam no Sam, para deixar tudo em paz. Para não ficar sozinha.
— Eu sei disso. — Suspirei. — Mas existe responsabilidade afetiva, mãe. Sam é bem sensível a essas coisas. E eu gosto dele, sabe? E eu não queria fracassar em outro relacionamento. — Fui sincera. Eu não queria fracassar de novo. Eu queria que as coisas dessem certo dessa vez.
— Você não o ama. — Ela disse unicamente, era um fato. — Tome as rédias dessa relação se quer continuar nela. Sabe que...
Antes que ela terminasse meu celular começou a tocar, o peguei pensando ser Sam, pois afinal, tínhamos que conversar, mas não era. Era Esther Houston, ela e o marido eram donos do melhor centro de beleza e spa em Pasadena. Austin seu marido, era amigo do Jack de longa data. E pela convivência, ficamos amigas também. E sempre que eu ia a eventos importantes, a equipe dela cuidava de mim. Fazia tempo que eu não falava com ela, inclusive, que é de origem latina como eu. Seus pais são brasileiros, e ela se mudou para os Estados Unidos na adolescência. A atendi em prontidão.
— Bom dia, Jude. — Ela disse, e eu pude ouvir conversas atrás dela como "onde colocaram os óleos aromáticos?".
— Bom dia, Esther. E então, como você está? — Perguntei, vendo minha mãe se levantar. Ela também estava esperando que fosse Sam, disso tenho certeza.
— Estou bem. E você?
— Também estou. Mas na verdade estou te ligando para te convidar para o meu aniversário amanhã a noite.
BẠN ĐANG ĐỌC
Comum de Dois
Lãng mạnJude Montoya é uma talentosa roteirista que viu seu mundo virar de cabeça para baixo com o fim de seu longo relacionamento com o diretor de cinema, Jack Dorney. Buscando superar um amor perdido, ela não pensa duas vezes em aceitar um trabalho em uma...