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~ jude montoya

(...)

Em meio as gargalhadas ouvimos Esther perguntar - Minha irmã disse que está vindo, vocês se importam se servirmos mais petiscos e o churrasco e atrasarmos o jantar um pouco?

E todos aceitaram de bom grado. Verdade seja dita, eu já me entupido de petiscos e não estava com fome. E isso, nada mudou o ritmo do que o aniversário de Esther se tornou, estávamos todos agora, sentados em um círculo completamente torto, a música mais baixa, comidas e bebidas em uma mesa baixa, enquanto os rapazes contavam histórias ridículas do passado, e Will tinha muitas.

(...) e eu era virgem né? Juntei alguns trocados, identidade falsa, anos 90, sabem como é, e fui em uma casa de prostituição. - Ele continuou a contar. Enquando Beth sua esposa, tampava a o rosto com as mãos, como se uma vergonha grande tivesse por vir.

- Pode continuar que eu sei que essa é a parte mais saudável da história. - Heather disse, e disso eu não duvidava.

- E aconteceu, fiz o que tinha que fazer. - Will prosseguiu. - Dois dias depois... Eu tinha uma lixa purulenta nas... nas partes baixas. E eu tinha 17 anos, fiquei desesperado, e então eu... Contei pra minha mãe. E ela me levou até a casa de prostituição para perguntar a mulher se ela tinha alguma DST. Fui chutado de lá, é claro.

Fiz uma careta. Coitadas dessas mulheres.

Tentei focar minha atenção em Will, mesmo que eu me sentisse nervosa e inquieta, ao saber que Jack estava sentado em lugar estratégico, de frente para mim. E eu sentia seu olhar em mim vez ou outra, e toda vez que eu tentava o flagrar, ele virava o rosto e fingia interesse em Will.

Ele até ficava acenando com a cabeça, colocou a mão no queixo, mexia no cabelo, como se prestasse atenção no que o outro dizia.

Beberiquei meu drink sem álcool, voltando ao Will e sua situação vexatória.

- (...) o médico ainda por cima era Doutor Robert Portman, o pai da Laura. - Se virou apontando pra Jack, que apenas ergueu as sobrancelhas. - E ele me garantiu que não era DST e me deu uma pomadinha muito boa. Voltamos pra casa... No dia seguinte minha mãe foi lavar roupas e descobriu que o sabão em pó que ela usou nas minhas cuecas estava vencido.

E bem, rimos pois era ridículo e eu ri mas sem nenhuma surpresa, quando se tratava do Will, nada me surpreendia.

- Eu tenho medo dessas histórias de vocês. - Roslyn disse, dando de mamar para Josh. Ela era mãe solteira. O pai do garotinho foi comprar cigarro e não voltou. Um verdadeiro cretino!

- O vinho acabou. Tiff você pegaria duas garrafas de vinho verde que estão no balcão da adega? Vocês tem que provar, é de uma safra de 2006. Muito bom. - Esther pediu, estava sentada no colo de Austin que mais parecia preocupado em ficar brincando com as franjas da blusa dela, acabei me lembrando de Sam. Ele disse gostar de viticultura.

Mas Tiffany, antes de se levantar, soltou um breve resmungo de preguiça, então aproveitei a deixa.

- Pode deixar que eu vou. - Me ofereci. Eu queria respirar só um pouquinho, sem ter Jack a poucos metros de mim.

- Estão na bancada. - Esther disse e eu fiquei de pé em prontidão, e saí do circulo de pessoas e cadeiras para ir para dentro da casa. Quando passei pela cozinha onde as pessoas do buffet trabalhavam, olhei para o relógio na parede e ainda marcava nove da noite. As dez eu iria embora. Era tempo o suficiente. Chegaria em casa por volta da meia noite, se não tivesse cansada terminaria de escrever o roteiro.

Adentrei a adega que tinha a porta encostada em um peso, esta ficava ao fundo da área de serviço, pude avistar corredores em uma imensidão de garrafas, mas não foi difícil identificar as garrafas de vinho verde sobre a bancada. As peguei, mas quando me virei, notei Jack entrando no recinto. E fechando a porta, que fez um click que me fez engolir em seco.

Comum de DoisWhere stories live. Discover now