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~ jude montoya

alguns dias depois

(...)

— Mãe a sua comida é a melhor do mundo! — Elogiei pela milionésima vez, beliscando a comida e recebendo um pano de prato batendo em minha mão em seguida, enquanto ela preparava o jantar.

Mamãe chegou anteontem, e deu para matar um pouco da saudade, saímos juntas por Los Angeles, fomos a praia com Nia, falamos sobre tudo o que aconteceu, de nossos planos pro futuro, recebi um colo e claro, provei de suas receitas. Isso sim era muito bom!

— Espero mesmo que ele goste da minha Paella. — Se referiu a Sam, que chegou a cidade hoje e viria jantar aqui. Era requisito de Augusta Montoya que o genro provasse sua comida. Enfim, hábitos de uma cozinheira que ama o que faz.

Ela já estava finalizando o prato, enquanto Nia estava sentada a mesa trocando mensagens com alguém, que pelo sorrisinho "estou apaixonada mas não admito" era com Martin. Eu falei para ela convida-lo para jantar conosco, mas ela negou pois afinal, "isso não é um relacionamento". Essa Nia...

— Se ele não gostar, está louco, tia Augusta. — Nia disse para ela. — A senhora cozinha para testar seus genros, é? — Nia perguntou, como se eu tivesse tido muitos namorados!

— Nada disso. Eu gosto de cozinhar para as pessoas, e conversar com elas. Sentir a energia. — Disse. Essa coisa da energia era séria para ela.

— E pra dizer se eles tem tempero ou não. Ela classifica assim os homens. Os com tempero e os sem tempero. Os que estão no ponto e os que se devem jogar fora. — Falei rindo, mas era sério.

— Está pronto! — Mamãe disse ao finalizar, fugindo dos nossos comentários. — Agora só vou lá no quarto dar um jeito no meu cabelo e retocar meu batom! — Ela disse e saiu dali a passos rápidos e gingados. Ela era muito vaidosa. Amava batons fortes que constrastassem com a pele parda, bijuterias, roupas estampadas, e lenços no cabelo castanho escuro. Mamãe tinha 59 anos, era baixinha e corpulenta. E era linda.

— Com saudades do gostosão? — Questionou, deixando o celular de lado. Puxei uma cadeira da mesa e me sentei frente a ela.

— Sim. — Murmurei. Bem, eu senti, principalmente enquanto nos falávamos a noite. As conversas sobre tirar a roupa. Na verdade a semana foi corrida e eu estava me habituando a tudo de novo.

— Que sim mais desanimado. — Ela comentou.

— Não é desanimado. — Me defendi. — Mas é que só tem uma semana que não o vejo. Você está passando muito tempo com a minha mãe!

— Ela está se esforçando.

— Eu sei.

— Enquanto você tomava banho e ela fazia torta de maracujá ela ficou toda sentida pois a Amy adora. Sua mãe está a um passo de mandar comida pra casa do Jack! — Nia disse rindo. Mas eu não achei graça. Amy amava mesmo a torta de maracujá, mas minha mãe não devia nem cogitar fazer isso.

Falando em Amy... Ela não respondeu minhas mensagens. E Axel respondeu rapidamente. As férias acabaram, e eu estava mentindo pra mim dizendo que o colégio com certeza os ocupou. Como eu ia conviver com isso?

Ouvi a campainha tocar.

— Seu galã chegou! — Nia debochou.

— Para! Ou eu vou ligar pro Martin pra contar que você não vive sem ele!

— Você é baixa, Jude!

— Sim. 1,64.

— Ridícula! — A ouvi gritar enquanto eu saía da cozinha, indo abrir a porta.

Comum de DoisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora