༺XXVIII༻

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PENSILVÂNIA SÉCULO XV


ஜீ፝͜͜͡͡Estava completamente aturdido.

Levantei com dificuldade do chão, sentindo em meu peito o impacto que fora aquela explosão de energia violeta que saíra diretamente das mãos de Victoria. Olhei para minha roupa e percebi que o tom de branco da minha camisa estava acinzentado, como se tivesse entrado com contato com fogo. Em alguns cantos haviam buracos por onde ainda saíam fumaça. Não entendia bem o que havia sido aquilo, mas não fora nada bom.

Não sabia por quanto tempo eu havia apagado deitado na grama. Tudo o que eu lembro é que a vi por um segundo correndo para longe de mim, logo após fechei os olhos por e não sabia dizer se fora por muito tempo ou não. Caminhei me sentindo um pouco tonto e com o peito dolorido, até a porta de entrada. Tirei a camisa chamuscada, jogando-a no chão e por fim empurrei a porta, entrando em casa, seguindo passo a passo pela sala de estar.

Meu pai surgiu ali com passos firmes. Seus olhos revelavam toda a fúria que estava sentindo naquele momento e eu sabia exatamente o motivo que o deixara assim. Victoria certamente entrou transtornada ali e convencera o seu pai a irem embora. O seu pai fazia tudo o que ela queria, portanto não era difícil imaginar que saíra no instante que ela pediu, deixando meu pai ali completamente incrédulo.

― Eu não posso acreditar no que você fez! ― bradou ele, o que fez com que eu vacilasse por um segundo.

― Eu não podia me casar com uma garota que eu não amo ― rebati com a voz fraca, quase que em um sussurro.

― Você tem noção do que você fez seu garoto insolente? ― disse ele entre os dentes e com os punhos cerrados ao lado do seu corpo. ― Eles eram a nossa única garantia de vida.

Por um momento hesitei. O que aquilo poderia significar? Ele estava tomado pela fúria, no entanto podia ver certa tristeza em sua expressão e também em sua voz. Suas mãos cerradas logo suavizaram e ele levou uma delas até sua têmpora massageando-a.

― O que quer dizer com isso? ― perguntei por fim.

― Que estamos falidos e esse casamento era a única forma de salvar as nossas economias.

Naquele momento tudo começou a fazer sentido. Era por isso que ele insistia tanto naquele casamento. Ele queria poder manter o império que ele construiu. Não sabia como ele poderia ter falido com o tanto de bens que nós tínhamos, mas em todo caso aquele problema era bem sério. Seria difícil voltar à uma vida de simplicidade, depois de ter provado todos os privilégios que a riqueza proporcionava.

― Por que não me contou antes? ― questionei um tanto perplexo.

― Porque eu sou o seu pai e você tem que fazer o que eu mando porque eu sei o que é melhor para você! ― rebateu num tom irritado. ― E também porque não queria que soubesse que estamos decaindo.

― O que aconteceu? O que nos deixou falidos?

― Eu fiz péssimas escolhas no trabalho de em quem podia confiar e fui roubado pelas pessoas que estavam ao meu lado.

― Papai eu sinto muito.

― Não sinta. Vá agora mesmo até a casa do Archimedes e peça para que reconsidere o casamento.

― Não pai.

― O quê?

― Eu disse não! ― repeti agora em um tom mais firme que o de segundos atrás. ― Mesmo sabendo de nossa situação financeira eu ainda não irei casar com uma garota que eu não amo. Eu estou apaixonado por outra garota e é com ela que eu quero me casar.

Entre Almas [Livro 01]Where stories live. Discover now