༺IX༻

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ஜீ፝͜͜͡͡Abri os olhos ao comando de Blair.

Ao ver novamente a sala da minha casa, meu coração se encheu de alívio, por não ter mais que ficar naquele mundo lá fora e também por Dorian estar seguro novamente dentro da minha redoma mágica que garantia a sua total segurança. Respirei fundo, sentindo o cheiro de madeira molhada que vinha de alguns móveis mais antigos presentes naquele local. Lembrando-me claramente da antiguidade deles.

Minha sala de estar possuía uma decoração bastante clássica. Começava pelo meu sofá Chesterfield em couro vermelho, criado no final do século XIX, se tornando um ícone do design clássico. Havia uma pequena mesa com madeira velha de frente para o sofá, com alguns livros meus sobre ela. Às vezes lia ali, mesmo tendo um ambiente melhor na biblioteca para isso.

Abaixo do sofá havia um tapete felpudo num tom um pouco mais claro que no chão de madeira, que era bom de sentir quando se está descalço, sentindo aqueles pelos como plumas, roçando a sola do pé. Causava cócegas boas às vezes de modo que tirava o pé com o leve incômodo dos fios.

Depois da mesinha de frente para o sofá haviam algumas poltronas de couro também em cor vermelha. Algumas carregavam travesseiros pequenos de forma redonda em cores diferentes das poltronas. Um era branco e outro amarelo. Em frente às poltronas haviam apoiadores de pés, cada qual correspondente à uma poltrona específica, feitos de madeira com um acolchoado sobre ele em cor marrom.

Bem ali acima havia um lustre candelabro de cristal, com seus vários braços para várias direções e curvadas, que me lembravam claramente um polvo do mar. Na ponta de cada braço haviam pequenas lâmpadas que iluminavam bastante à noite. Algumas peças de cristal dependuradas deixavam o lustre ainda mais reluzente.

Nas paredes amarronzadas daquela sala, haviam alguns quadros pintados à mão de pintores também não tão famosos, que ganhavam a vida pintando quadros de pessoas para sobreviver. Havia um quadro meu parado e atrás de mim jazia uma grande árvore. Estava com roupas características do renascentismo com uma expressão neutra. Naquela época ninguém sorria para fotos. As pinturas capturavam nossa essência. Nosso rosto de forma original. Para nos lembrarmos exatamente de como éramos.

Havia uma lareira no fundo da sala, próximo ao corredor, feita de pedra surround, com duas mulheres esculpidas segurando sobre as suas cabeças caixas com seus respectivos rostos, enquanto na parte superior e inferior, eram adornadas por linhas enfeitadas, formando pequenos arcos de cabeça para baixo. Ao lado do portal da lareira que dava acesso ao fogo, que estava apagado naquela hora do dia, haviam ramos de louros, que tinham um bom significado segundo a cultura romana.

Sobre a lareira haviam mais alguns retratos meus em forma de pintura e também alguns vasos de pequeno porte, mas que poderia custar tanto quanto aquela casa. Alguns eram uma verdadeira relíquia da época, feitos em porcelana, outros de puro barro. Também haviam outros vasos próximo à janela na parede de frente para o sofá. Eram vasos maiores pintados em cor verde e vermelho. A cortina cor de ouro estava fechada, mas havia uma pequena fresta por onde entrava luz. Mesmo sendo imune ao sol, ainda sim não gostava muito de luz. Preferia tudo como à noite.

Soltamos as nossas mãos, enquanto nossos olhos percorriam um ao outro. O som das nossas respirações ofegantes era claro, mais do que qualquer outro ao nosso redor. Blair arfava mais que Dorian e eu, como se tivesse corrido uma maratona, já que usara bastante magia naquele pequeno espaço de tempo. Cada feitiço aplicado exigia certa quantidade de energia física, contudo alguns minutos de recuperação era o suficiente para ela logo se sentir nova em folha. Não demoraria muito até que estivesse completamente recuperada e pronta para uma próxima conjuração.

― Dorian, tudo bem com você? ― perguntei à ele.

― Por que minha vida tinha que estar tão bagunçada desse jeito? ― questionou ele passando a mão por entre os seus cabelos.

Entre Almas [Livro 01]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora