Notas do Autor

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Aqui em casa temos uma programação nos finais de semana de assistir filmes diversos. Assistimos dramas, comédias, animações, ação, suspense, terror, etc. Somos uma família de cinéfilos. Às vezes até nos falta filmes para essa programação, já que assistimos tantos. Numa dessas vezes acabamos nos deparando com o filme quatro vidas de um cachorro, onde um cachorrinho reencarna várias vezes na terra e às vezes como cachorro macho, outras vezes como uma cadelinha, me fez ter a ideia de um romance da mesma forma, além de que eu já tinha visto algo parecido em diversos filmes, séries ou livros que lia, uma pessoa que reencarnava completamente igual ao seu eu da vida anterior e com isso acabava vivendo uma história de amor.

Uma dessas foi The Vampire Diaries (2009-2017), do qual sou muito fã assumidamente em minhas redes sociais, contando a história de Helena uma garota de 17 anos que se vê no meio de dois vampiros irmãos no qual tem um passado envolvendo sua duplicata Katherine Pierce. Nessa história é usada doppelgänger, que é como irmão gêmeo ou duplo de alguém de épocas opostas. De certa forma a conexão com vampiros deu origem à Sebastian, o vampiro romântico do século XV, ou 15, que foi uma época mais medieval e Daynna, sua futura reencarnada.

Outra referência clara é o século onde a história se passa, pois quis que se passasse na mesma época ou o mais próximo possível do filme Drácula: a história nunca contada (2014). Também sou um grande fã desse filme e acho ele o mais próximo da mitologia original dos vampiros. Uma das releituras mais fiéis até, ousaria dizer. Na cena final do filme, a mulher do Drácula que foi morta outrora no filme, aparece reencarnada na atualidade com a mesma fisionomia, mudando apenas o corte de cabelo, então pensei, por quê não?

Dessa forma acabei criando Dorian, nome que achei bastante legal por ocasião do filme: O Retrato de Dorian Gray (2009). O personagem surgiu ruivo, pois queria interligar isso ao fato de que Victoria faria a população matar Daynna inventando que ela era uma bruxa por ter cabelos ruivos, tentando ressaltar às várias mulheres que morreram na Idade Média apenas por terem cabelos dessa cor, legitimando os acontecimentos com a realidade, dando uma ótima justificativa para o acontecimento, todavia mudei meus planos à medida que a história foi se aprimorando para o produto final, mas ainda sim mantive os cabelos avermelhados, pois havia encontrado a imagem perfeita para a capa dessa obra.

Victoria surgiu na história como a namorada obsessiva e inconformada por seu noivo ter a abandonado nas vésperas do casamento por outra mais bela que ela. Inspirei a personagem bastante na Katherine Pierce citada anteriormente, mas a minha personagem acabou tendo motivações bem opostas da personagem. Victoria acabou tendo um tom mais odioso que Katherine, já que muitos chegavam até a gostar da personagem, assim como eu. A escolha de cabelos escuros foi para dar um tom mais dark à personagem e fiquei bastante satisfeito com a escolha.

Blair foi feita para ser a personagem bruxa amiga de Sebastian que facilitaria os acessos à tudo, inclusive ao reencontro de Sebastian com Daynna vulgo Dorian. Originalmente ela seria branca com cabelos roxos, mas senti falta da representatividade e mudei a personagem para ser negra com cabelos roxos, inspirado no designer da Estelar da séries Titans. O fato dela ser uma bruxa e mulher empoderada que sabe o que quer, só deixou a personagem ainda maior para mim. Antes ela seria a serva de Sebastian, mas depois resolvi deixá-la apenas como uma amiga mesmo, afinal quem disse que um homem e uma mulher não podem ser amigos sem um ter interesse no outro não é mesmo?

O resultado final da história ficou dessa forma, o que me agradou bastante, pois queria realmente criar uma saga gay com personagens poderosos, já que o gênero de fantasia me abre tantas possibilidades de histórias, até mais que o romance, pois além dos casais que se formariam ao longo das obras, também teria muito enredo mágico e muitas mitologias para explorar, o que faz com que chova ideias sem parar em minha cabeça de aspirante à escritor.

Também achei extremante necessário abordar o assunto em questão na obra, pois além da representatividade gay, também faz uma alusão muito importante à transexualidade, já que essa causa ainda é muito discriminalizada até mesmo no meio gay, que fala tanto de respeito e amor. Alguns homens gays se recusam a ficar com homens trans e mesmo não dizendo nada, sabemos que há um certo preconceito como se não fossem legítimos o bastante para serem homens como os CIS, portanto quis levantar essa pauta mesmo que de forma não tão clara. Só queria mostrar que o amor é amor de todas as formas e tamanhos diferentes, sem corpos, apenas almas.

Entre Almas [Livro 01]Onde histórias criam vida. Descubra agora