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Katherine Young P.O.V

07:15 PM 

Meu celular vibrou de forma incontrolável me fazendo tirar o foco da TV. Estava aproveitando o resto da minha folga para descansar e pôr algumas series em dia. Com aquele trabalho, eu não conseguia ter tanto tempo para mais nada. Me ajeitei na cama e procurei pelo celular por debaixo da coberta e o encontrei. 

Atendi a chamada de vídeo da Brooke e notei que ela estava bem vestida com uma maquiagem que a deixava mais bonita do que normalmente já é. Brooke era minha mais nova e única amiga na cidade. Depois que vim para Nova Iorque a 8 meses atrás, eu tive que me afastar das antigas amizades e nunca mais tive contato com eles. Não me surpeende que tenha dedo do meu pai nisso. 

Eu a conheci em um restaurante onde a salvei de um cara que estava a pertubando, ela parecia perdida pela cidade, mas como sendo mais aventureira do que eu, ela acabou se adaptando rapidamente e criando amizades com diversas pessoas por toda a cidade.

Oi morta, o que está fazendo? — Ela perguntou e pude perceber que a mesma estava passando gloss nos lábios. 

— Morfando. — Falei me ajeitando na cama enquanto segurava o celular. — Já vai sair? Hoje é quarta feira. 

— Não tem dia e nem hora para viver, Katherine. — Concordei com a cabeça rindo fraco. — Você deveria estar fazendo o mesmo que eu, se arrumando. — Franzi o cenho. 

— E por que... 

— Por que vamos a uma festa e você precisa sair da sua caverna. — Ela disse pegando o celular na mão. 

— Ah, não, não. — Neguei com a cabeça. — Minha cama está quentinha, minha caverna está limpa e aconchegante. — Ela revirou os olhos. — Não estou muito afim de abandonar isso aqui. 

— Eu só vou dizer uma única vez... — Disse batendo a porta atrás de si e pude notar que ela passava pelo corredor do hotel onde morava. 

— Lá vem você... 

— Vai se trocar e tirar essa cara de defunto. — Bati a cabeça no travesseiro tentando ignora-la. — Eu já estou a caminho e acho bom estar pronta assim que eu chegar ou te arrasto pelos cabelos. 

— Qual é, Brooke. — Falei manhosa. — Não estou afim, de verdade. 

— Não está afim ou está com medo do seu pai descobrir? — Disse me encarando. — Ele não vai saber de nada, eu te dou cobertura. 

Permaneci em silêncio tentando não pensar no fato de que ela tinha razão sobre o medo do meu pai descobrir. Ele ja havia descoberto de outra saídas minhas com a Brooke outras vezes e não acabou bem. 

— Você sabe das consequências disso. — Ela bufou balançando a cabeça e pude notar que havia saído do hotel. — Não é fácil como você imagina. 

— Daqui a pouco seus cabelos brancos vão surgir. — Ela disse. — Você vai aproveitar a vida sim e eu não me importo nenhum pouco com o seu pai, e nem você deveria. — Disse parando de andar e me olhando. Seu olhar e seu bico me fizeram rir. 

Eu já tinha idade suficiente para viver minha vida e fazer o que quisesse, meu pai não podia continuar fazendo isso comigo. Por um momento me lembrei das manipulações e brigas que tivemos no passado e tudo se resumia a me controlar o máximo possível. 

Suspirei olhando o teto. 

— Que droga... — Murmurei me levantando da cama. — Vem me pegar. 

Ela deu pulinhos e gritos em forma de comemoração me fazendo rir, encerrei a chamada e fui em direção ao meu closet procurar por algo para usar. Se meu pai descobrisse que andei saindo com a Brooke, uma das pessoas que ele não confia muito por saber que a mesma sempre me arrasta para o ''mau caminho'', que pelo menos eu estivesse bem vestida para a ocasião. 

Stranger - Sebastian StanWhere stories live. Discover now