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Katherine Young Point of View 

2 Dias depois. 

Eu mal conseguia sair da cama depois daquele dia. Tive que desligar meu celular pois estava recebendo mensagens e ligações de Brooke e Tom. Minha porta também permanecia trancada pois Brooke sempre aparecia me chamando, ela faltava pouco quebrar a porta e passava horas me chamando ou tentando conversar comigo. 

Eu não conseguia ao menos me olhar no espelho sem lembrar da sua presença perto de mim. Eu estava me sentindo a coisa mais quebrada nesse mundo. Sua carta havia sido queimada no banheiro e as cinzas jogadas no lixo. Os lençois usados estavam jogados no lixo e todas as fotos apagadas em meu celular. Seu contato já não existia mais pois apaguei depois de passar horas seguidas o ligando a espera de ouvir sua voz. 

Finalmente me levantei da cama olhando as coisas ao redor. Para onde eu olhava havia uma lembrança sua, não havia nada naquele apartamento que não trouxesse lembranças suas. Até as minhas roupas traziam lembranças suas, dos seus elógios, do seu toque e cheiro. Me aproximei da janela e peguei os livros que eu tinha encima da mesa pequena, eram livros de romances que eu ainda iria ler. 

Caminhei até a cozinha e encarei a lata de lixo e os joguei ali. Voltei ao quarto e passando de frente ao espelho, parei meus passos e me encarei diante do espelho. Uma lágrima quis escorrer do meu rosto mas a limpei imediatamente. Meus cabelos estavam bagunçados e meu rosto inchado com olheiras um pouco escuras, meus olhos pequenos de tanto chorar e os lábios um pouco rachados de tanto morder. 

Ainda usava a mesma roupa de dois dias atrás e não estava cheirando tão bem. Eu estava completamente acabada e sem vontade alguma de viver. Foi quando ouvi batidas na porta, ignorei as primeiras batidas pois pensei ser Brooke mas uma voz grossa me despertou dos meus pensamentos. 

— Katherine? Sou eu. — Era o meu pai. Ótimo, era a última coisa que eu precisava no momento era ter que o ouvir falar mais besteiras. 

Fui até a porta e demorei alguns segundos até abrir a porta. 

— O que você quer? — Encarei suas vestimentas e baixei meu olhar esperando que ele logo fosse embora e não me visse daquele jeito. 

— Você está bem, o que aconteceu? — Ele perguntou empurrando a porta e me afastei ainda com a cabeça baixa. — Ele te fez alguma coisa? — Ele perguntou sério. 

— Não interessa. — Levantei o olhar e o encarei. Sua expressão mudou completamente ao me ver daquele jeito. 

— Katherine... — Ele murmurou dando um passo em minha direção e aproximando sua mão do meu rosto o tocando devagar. — Não precisa me dizer o que aconteceu, só me diga como posso concertar isso. — Ele disse e desviei meu olhar. 

— Sabe, pai. — Respirei fundo. — Nem tudo pode ser resolvido com dinheiro e você não comanda o mundo. — Ele me encarou e assentiu com a cabeça. 

— Tudo bem. — Ele disse olhando ao redor. — Mas com certeza pode pagar o que você precisa no momento. — Ele disse e o encarei confusa. 

Depois de um tempo, eu entendi o que ele quis dizer. Honestamente, eu não gostava da ideia de ficar com o meu pai por um tempo, pois ele me sufocava e eu não havia esquecido de todas as coisas que ele havia me feito passar, mas talvez, eu pudesse o usar como ele me usou. 

O encarei pensativa e ele deu um pequeno sorriso tentando me convencer sem dizer uma palavra. 

— Pra onde vamos? — Perguntei o olhando e ele abriu seus braços. Me aproximei dele devagar e o abracei sem jeito. Ele me apertou aos poucos e suspirei. 

Stranger - Sebastian StanDonde viven las historias. Descúbrelo ahora