Stranger - Sebastian Stan

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Katherine Young Point of View

Após ouvir sua voz pelo telefone, aquilo me trouxe um pouco de alívio. Faziam
alguns dias desde que eu o tinha visto, depois que sua mãe apareceu naquela noite, não recebi nenhuma notícia ou mensagem para avisar que estava vivo. Eu sabia um pouco sobre o passado de Sebastian mas nada que fosse tão revelador, ele sempre desviava do assunto quando perguntava sobre sua família e me peguei pensando desde então que algo ruim deve ter acontecido.

Depois de longos 15 minutos até chegar onde o mesmo estava hospedado, no hotel, finalmente havia chegado lá. Dentro do elevador, a ansiedade me fazia roer minhas unhas enquanto batucava o pé no chão. As portas do elevador se abriram e corri pelo corredor até chegar em frente a porta do seu quarto, bati duas vezes e esperei pela porta ser aberta.

Quando a abriu, a primeira coisa que reparei foi em seu estado. Ele cheirava a álcool forte, seus cabelos estavam bagunçados, seus olhos fundos e avermelhados com enormes olheiras. Ele usava apenas uma calça de dormir e estava sem camisa. Todo o apartamento estava uma completa bagunça atrás dele, havia coisas jogadas e quebradas pelo chão.

— Desculpe pela bagunça. — Ele murmurou chamando minha atenção e suspirei o encarando. — Acho que não foi uma boa ideia você ter vindo. — Ele disse me fazendo franzir o cenho.

— E por que acha isso? — Perguntei.

— Julgando pela sua cara, você não estava contando com isso aqui. — Olhou ao redor me fazendo revirar os olhos.

— Eu não te acho a pessoa mais perfeita do mundo. — Falei entrando no local e passando por ele. Ouvi a porta ser fechada. — Eu já vi coisas piores, acredite. — Sorri fraco para ele.

Ele estava parado me olhando e desceu seu olhar até o chão, parecia estar envergonhado.

— Quer alguma coisa? — Ele perguntou finalmente se mexendo e indo até a sua adega pegando uma garrafa de bebida e enchendo dois copos.

— Claro. — Joguei minha bolsa no sofá e dei alguns passos a sua direção. — Vai me contar o que aconteceu aqui? — Perguntei assim que ele me entregou o copo e passou por mim indo até a sua cama e sentando na ponta.

— Minha mãe apareceu, foi isso que aconteceu. — Ele disse virando a bebida em sua garganta sem fazer careta, o que me preocupava mais ainda sobre seu estado. Ele estava péssimo.

— Eu sei, eu a vi. — Me aproximei dele e me sentei ao seu lado, coloquei o copo no chão e suspirei o olhando. — Eu não sei se você vai me contar exatamente o que aconteceu, e eu não vou insistir se não quiser me dizer, mas me deixa te ajudar. — Murmurei baixo tocando suas costas nuas.

Ele ficou pensativo por alguns minutos e parecia pensar muito antes de abrir a boca para falar algo. Ele encarava o chão ainda com seu copo vazio em mãos.

— Eu não consigo. — Ele finalmente disse. — Não consigo falar por que toda vez que tento, eu penso sobre isso e... — Ele parou suspirando de forma pesada, era como se carregasse um enorme peso. — Eu não consigo parar de pensar nisso, não consigo controlar. — Ele disse desviando seu olhar para frente. — Eu tinha controle sobre isso até ela aparecer e trazer tudo aquilo de volta. — O escutei atentamente e pude notar que uma lágrima escapou pelo seu rosto.

— Você não tinha controle sobre isso, Sebastian. — Falei o fazendo me olhar sem entender. — Você só achou que tinha, e com ela aparecendo aqui, mesmo que de repente, só prova isso. — Ele me olhava com os olhos marejados e avermelhados. Vê-lo daquele jeito pela primeira vez, me deixava ansiosa e nervosa.