19

447 52 14
                                    

TW: 

O capítulo a seguir contém cenas de automultilação, crise de ansiedade e estupro. Se você é sensível a esse tipo de contéudo, sugiro que pule o mesmo. 

AVISO: 

Esse capítulo se trata de um relato do personagem sobre seu passado, e caso você (leitor) não leia, nos próximos capítulos será explicado o que aconteceu mas com censura e sem tantos detalhes. 

Sebastian Stan Point of View 

11 anos atrás... 

Estava voltando da escola a pé para casa, a neve estava densa naquele dia e quase cobria as portas das casas da vila que estava quase vazia. Meu relógio no pulso marcavam quase 2 horas da tarde. Com o céu nublado, não havia um rastro de luz do sol. Ao chegar em frente de casa, abri a porta entrando e fechei-a atrás de mim. Passando pelo pequeno corredor da entrada até chegar a sala, meu pai estava sentado na poltrona velha que estava quase se quebrando com seu peso, assistindo jogo e bebendo cerveja. 

Ele não se deu o trabalho de olhar para mim e muito menos esperei por isso. O cheiro forte de bebida fazia meu estômago revirar, a casa estava suja e empoeirada. Ao chegar até a cozinha, senti um cheiro forte de gás e corri até o folgão velho para desligar a boca quando avistei a mesma aberta sem nada no fogo. Bufei irritado e ao olhar para o chão, avistei minha mãe sentada no chão encostada no balcão com uma garrafa de bebida em mãos. A garrafa estava quase vazia e parecia estar quebrada também. 

— Mãe? — A chamei mas a mesma não me respondeu, seus olhos estavam baixos e ela não parecia se quer estar viva. — Mãe! — A chamei novamente e ela resmungou algo se mexendo e abrindo seus olhos. Eu havia me agachado para vê-la mais de perto, pude perceber manchas roxas e avermelhadas espalhadas pelo seus braços expostos. 

— Quem é você? Sai daqui, sai de perto de mim. — Ela resmungou mexendo seus braços e tentando me afastar enquanto tossia forte. 

— Mãe, sou eu. Deixa eu te ajudar. — Falei ao tentar segurar em seus braços e a ajudar a se levantar. Foi quando percebi que a calça que ela usava estava manchada de sangue. 

— Eu não preciso de ajuda, sai daqui. — Ela murmurou me empurrando, me fazendo cair sentado no chão. Meus olhos continuaram encarando o sangue em sua roupa e pude sentir meu coração bater cada vez mais forte dentro do meu peito. 

— Mãe, o que aconteceu? — Murmurei a olhando, ela continuava a se mexer no chão tentando levantar mas era em vão, ela parecia estar cansada e machucada. — Mãe, fala comigo. — Tentei me aproximar dela sem a tocar e pude ver as lágrimas caindo pelo seu rosto e um sorriso torto em seus lábios. 

Aquilo estava me assustando por dentro e me causando pânico, podia sentir meu coração bater forte e cada parte do meu corpo querer doer. 

Você é um imprestável. — Ela disse virando seu rosto para mim. — Eu tive pena de você quando você nasceu. — Ela continuou a falar. — Um moleque chorão que me rasgou inteira por dentro. — Suas palavras me atingiram tão forte naquele momento que não pude deixar de conter as lágrimas. 

Eu sempre ouvia coisas assim saindo de sua boca, já estava acostumado. Mas nas últimas semanas ela andava falando coisas diferentes que me machucavam e me faziam me sentir um merda, um completo nada. 

— Vem, deixa de falar besteira. — Tentei ajuda-la novamente e ela acertou um tapa em minha mão me fazendo a olhar sem entender. 

— Me deixa em paz, Sebastian! — Ela disse me olhando nos olhos. — Vai pra porra do seu quarto e não me enche o saco. — Foram suas últimas palavras que eu dei atenção após me levantar. 

Stranger - Sebastian StanOnde as histórias ganham vida. Descobre agora