• Capítulo 21

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Kah: Deus me livre! Bando de doentes!- ela ri.
Gio: bom, agora eu irei te dar algumas instruções.- assinto- Não sei se percebeu, mas as pessoas que trabalham aqui não são de conversar. O nosso chefe deixa bem claro que aqui é lugar de trabalhar e não de conversar.
Kah: Ruggero insuportável como sempre!- afirmo e ela ri.
Gio: enfim, só não sei se irei cumprir essa trato agora, porque você parece ser bem divertida, diferente das outras que trabalham aqui.
Kah: você também parece ser divertida- ela sorri.
Gio: enfim, evite o contato com as pessoas que vem aqui. Na hora de servir as bebidas muitas vezes os homens dão em cima por estarem muito bêbados, então fique sempre esperta e nunca de bola, a não ser que esteja afim de transar- rimos.
Kah: não, pode ter certeza que não.
Gio: então evite o contato, porque senão o Ruggero irá te dar uma bronca, ou até mesmo te demitir, o que eu acho que não seja o seu caso.
Kah: por que não?- pergunto sem entender.
Gio: é raro o Ruggero trazer novas pessoas para trabalhar aqui, porque quem geralmente quer são as mulheres que ele se deita e ele sempre possui o mínimo de contato possível, então nunca aparece gente nova para trabalhar. Eu mesma só consegui por causa que a boate tinha acabado de ser inaugurada, então aproveitei.
Kah: na verdade se eu fosse demitida seria ótimo. Já estou odiando aqui!
Gio: também não gosto daqui, mas agora pelo menos tenho você para conversar. Mas agora é melhor irmos, estamos demorando demais.- assinto e saímos do quarto em que estamos. Andamos pela boate e pude ver ainda mais pessoas bêbadas. Olho para cima e posso ver o Ruggero com uma mulher no colo olhando para mim e logo após mordendo o lábio. Reviro os olhos, lhe mostro o dedo do meio e posso ver ele rindo. Me aproximo mais de Gio e entramos por trás do balcão- Eu vi você e o Ruggero- ela diz de repente.
Kah: como assim?
Gio: ele sorrindo para você- ela diz pegando uma bandeja.
Kah: ele estava me irritando, isso sim.
Gio: parece que ele gosta bastante de te irritar.
Kah: sim- suspiro.
Gio: leva para a mesa três- ela diz logo após me entregar uma bandeja com cinco bebidas e eu assinto.

Esteban on·
Abro meus olhos lentamente e percebo que estou deitado na cama do meu quarto no galpão. Me espreguiço e me sento me lembrando de ontem. Depois do tiro que levei consegui fugir com a ajuda dos meus capangas e depois de fazer os devidos curativos fui direto para esse galpão do outro lado da cidade. O Ruggero ainda vai me pagar muito caro. Preciso achar uma forma de pegar a Karol novamente e a Caro não pode nem sonhar que a Karol está com o Ruggero. Depois de me arrumar e fazer minhas higienes saio do meu quarto e vou até meu escritório. Sento em minha cadeira e ouço duas batidas na porta.

Esteban: entre.- a porta se abre dando a visão de Jorge- O que faz aqui?
Jorge: vim saber como está.
Esteban: não importa! Enfim, o Ruggero não desconfia das suas vindas aqui né? Eu espero que não.
Jorge: claro que não. Ele nem imagina!
Esteban: sabe como a garota está?
Jorge: você sabe que eu não tenho contato direto com o Ruggero e sim o Agustín e o Michael.
Esteban: não quero saber! Eu te pago para isso. Me fala o que tem de novidades, senão irá se arrepender- falo irritado e ele assente.
Jorge: parece que ela está bem sim e na casa dele.
Esteban: e aonde é essa casa?
Jorge: eu também não sei. O Ruggero sempre nos chama para ir para o galpão- ele diz e eu bufo. Inútil!
Esteban: é só isso que sabe?- pergunto pegando minha arma com calma dentro da gaveta sem que ele perceba.
Jorge: por enquanto sim, mas talvez a encontre na boate dele- ele diz me deixando pensativo.
Esteban: ok, irei ir lá hoje.
Jorge: está louco? Acabou de levar um tiro e ainda quer ir no território inimigo?
Esteban: eu não sou seu colega para você falar o que quiser comigo, sou seu chefe. E outra, tomare que a garota esteja super bem. Você ajudou muito a gangue dele ontem e não estava no combinado.- falo pronto para apontar a arma para ele e atirar, só que a porta se abre com tudo dando a visão de Caro- O que faz aqui?
Caro: não importa!
Esteban: você não pode entrar da maneira que bem entende- falo me levantando da minha cadeira com a arma abaixada.
Caro: eu ouvi você falando de uma garota com o Ruggero. Por acaso é a minha filha?- ela pergunta e eu reviro os olhos.
Esteban: quer tanto saber? É ela sim, e está nas mãos do Ruggero- falo impaciente e ela me olha incrédula.
Caro: como você deixou isso acontecer? Eu quero ela longe dele e ele morto!
Esteban: eu já entendi porra! Dá para esperar?
Caro: não, não dá. Esse foi o nosso acordo.
Esteban: se você não se retirar da minha sala e ir embora agora eu não respondo por mim.
Caro: só quero que me prometa que vá consegui-la de volta.
Esteban: e eu vou, já estou tomando conta disso. Agora saia! Só veio para me atormentar?
Caro: vim saber como ela está já que fiquei sabendo que você estava de volta, mas enfim, agora já sei que o que eu fiz foi a maior burrice. Traz ela de volta- ela diz e se vira saindo do meu escritório. Bufo, logo após aponto a arma para cabeça de Jorge e atiro. Não preciso mais dele! Sem contar que ele poderia passar pqra gangue do Ruggero definitivamente já que aceita tudo por dinheiro. Saio do meu escritório preparado para começar um novo plano.

Kah on·
Meu dia não tinha como ser pior. Eu trabalhei por volta de cinco horas. Para muitos parece pouco, mas para mim pareceu uma eternidade. Graças a Deus que a Gio me ajudou, e muito por sinal. Nesse pouco tempo que nos conhecemos pude ver que ela é bem legal. Já é meia noite e parece que chega cada vez mais pessoas, mas ainda bem que Gio me disse que nosso expediente já acabou. Foi uma grande merda! Senti um incômodo enorme enquanto servia as mesas. Senti um olhar sobre mim, mas não consegui identificar de quem era. Sem contar que vários homens ficaram olhando para mim e também para as outras garotas que aqui trabalha. Um homem tentou agarrar uma garota a força e graças a Deus um outro homem conseguiu impedir. Isso daqui é horrível! Assim que terminei de me trocar sai do banheiro vendo Gio no quarto.

Gio: e aí, foi suportável seu primeiro dia?
Kah: para falar a verdade não. Não vejo a hora desse inferno acabar!
Gio: você e o Ruggero são da mesma família?
Kah: não, Deus me livre! Da onde tirou isso?
Gio: sei lá. Eu pensava que ele fosse algum parente seu.
Kah: não. Nos conhecemos na escola e bom, agora estou aqui.
Gio: como chegou até aqui? Se não quiser contar não tem problema.
Kah: é claro que eu conto. A minha mãe disse alguns dias antes de eu ter minhas férias que tinha um lugar super lindo em promoção em que eu poderia viajar. No início eu estranhei muito já que ela sempre fala que eu tenho que focar nos estudos, não ficar saindo, só que ao mesmo tempo não queria perder essa oportunidade. Aí eu fui e assim que cheguei no destino que ela disse era uma rua totalmente deserta. Acabei sendo sequestrada e o Ruggero conseguiu me resgatar.
Gio: nossa! Você deve ter sofrido muito.
Kah: realmente.
Gio: e por que não volta para casa?
Kah: é que por mais que eu não queira pensar que minha mãe me mandou para lá de propósito eu sei que por um lado pode ter sido, afinal ela é super cuidadosa com tudo. Tenho medo de ser e não aguentar superar ou algo do tipo, mas para falar a verdade estou preferindo ir para lá do que ficar aqui.
Gio: e seu pai?
Kah: hm, ele faleceu.
Gio: oh, me desculpe!
Kah: tudo bem, você não sabia.
Gio: sente muita falta dele?
Kah: sinto muita. Convivemos apenas por quatro anos, mas lembro de algumas coisas e também sinto falta de um pai por perto, mas a história da morte do meu pai é bem confusa. Teve um dia que eu vi minha mãe mexendo em alguns papéis. Eu achava que ele tinha morrido em uma acidente de carro, mas foi por um tiro.
Gio: nossa Kah. Se quiser não precisar contar tudo, deve ser um assunto difícil para você.
Kah: por partes sim, e muito, mas eu queria muito saber porque ele morreu por um tiro. Será que pode ter sido por um engano ou para salvar alguém, ou por que se envolvia com coisas erradas?
Gio: não tem nem ideia do que seja?
Kah: pior que não. Queria muito saber.
Gio: acho que eu posso te ajudar.
Kah: e como?
Gio: bom, é que eu tenho alguns amigos que podem me ajudar com isso.
Kah: não quero que mexa em coisa errada Gio, é perigoso.
Gio: fica tranquila Kah. Se seu pai tiver alguma coisa a ver com o mundo do crime eles irão saber. Caso não poderá ter sido para salvar alguém. Enfim, pode deixar comigo!
Kah: tem certeza?
Gio: sim, sou pior que FBI- ela diz e eu rio.
Kah: ok, só toma cuidado!
Gio: pode deixar- ela diz e a porta se abre com tudo dando a visão do Ruggero.
Kah: porra! Não sabe bater na porta não? Aqui é o quarto feminino- falo irritada.
Rugge: eu sou o dono daqui. Faço o que eu quero!- ele afirma e eu reviro os olhos- Agora vamos, chega de papinho.- ele diz e eu bufo. Me despeço de Gio com um abraço e depois saio do quarto. Assim que saímos da boate, que ainda estava cheia por sinal fomos em direção ao seu carro. Entramos dentro do mesmo e Ruggero deu partida- Como foi seu primeiro dia?
Kah: uma merda! Nem queria estar lá. Eu vou voltar para casa o quanto antes- falo e ele gargalha.
Rugge: deveria me agradecer Karol. Não tem como você voltar para casa sem dinheiro e com esse trabalho dará para voltar, se eu quiser- ele pisca para mim.
Kah: se você quiser uma ova! Eu vou conseguir um dinheiro e depois vou embora daqui.
Rugge: para ver sua mãe que está pouco se fodendo para você?
Kah: não fala assim dela. Você nem sabe o que realmente aconteceu.
Rugge: e você, sabe?- ele pergunta e eu bufo- Sua mãe nem te dá valor.
Kah: você tem razão Ruggero. Ela está nem aí para a minha existência e é uma péssima mãe, mas continua sendo minha mãe entendeu? Não vou deixar você falar o que bem entender dela.
Rugge: tá bom senhorita bravinha- ele me provoca me fazendo revirar os olhos. Assim que vi que chegamos em sua casa sai do seu carro rapidamente entrando dentro da casa e indo direto para o "meu" quarto. Me joguei na cama e não pude evitar de chorar. Ele tem razão! Minha mãe não deve estar nem ligando para a minha existência, mas mesmo assim eu me importo com ela. Espero entender de uma vez por todas porque minha mãe me trouxe pra cá. Será que ela realmente fez de propósito? E minha irmã, como deve estar? Espero que a Gio não descubra nada sobre meu pai, porque assim posso ficar mais tranquila sabendo que ele não participava do mundo do crime.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now