• Capítulo 43

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Kah on·
Já se passaram alguns minutos. Depois do Leo entregar seus presentes foi a vez do seu pai. Ele deu um brinquedo ao filho, um boné ao Rugge e me deu uma bolsa. Eu amei! Esse tempo está sendo ótimo para mim!

Leo: agora é sua vez Kah- ele diz empolgado e eu me levanto ficando no meio da sala.
Kah: antes de começar eu quero agradecer por vocês terem me acolhido tão bem. Estou me sentindo em casa, realmente.
Bruno: fico feliz em ouvir isso. Saiba que pode voltar quando quiser. A mesma coisa vale a você filho- ele se refere ao Ruggero que assente.
Kah: bom, o primeiro presente é para o Leo. Não sei se vai gostar, mas espero que sim- o entrego, ele pede ajuda ao pai para abrir o presente e assim que o abre sorri encantado.
Leo: uau! Eu amei!- ele afirma vendo a caixa da pista da Hot Wheels que comprei para ele- Obrigado Kah- ele me abraça de lado e eu retribuo.
Kah: fico feliz!- sorrio e ele volta a se sentar- Bom, o segundo é para o sen... Você Bruno.- consigo me corrigir a tempo e ele ri- Não sabia o que comprar, mas vi que gosta bastante de cozinhar, então comprei uma coleção de panelas- dou a sacola grande do presente, ele sorri e antes de abrir se levanta, me abraça e eu retribuo.
Bruno: eu estava querendo trocar as minhas panelas há tempo- ele sorri alegre e se senta abrindo seu presente. Por fim chegou a vez do Ruggero. O olhei e ele me encarava atento.
Kah: esse é o seu Ruggero. Apesar de tudo o que passamos, das brigas, desavenças, você é uma pessoa muito especial. Não sabia o que te dar, pois você é bem difícil de gostar de algo e não sei o que gosta ao certo, mas espero que goste- dou o seu presente e ele sorri.
Rugge: seja o que for eu sei que vou gostar- sorrio, ele abre e vê as duas luvas de boxe que comprei para ele. Ele gosta muito de lutar e de treinar, por isso comprei as luvas.
Kah: se não gostar tem como tro...- ele me interrompe.
Rugge: eu amei!- ele sorri de orelha a orelha.
Kah: sério?
Rugge: claro. Você sabe que eu amo lutar- sorrio.
Bruno: agora é a sua vez!- Bruno afirma para Ruggero e ele assente.
Rugge: obrigado!- ele afirma para mim e se levanta. Eu me sento no lugar que estava e ele começa pelo seu pai. Ele começa a falar e da uma foto que tinha ele, sua mãe e o Bruno em um quadro médio. Bruno acabou se emocionando, pois ele nem sabia que a foto existia. Foi bem emocionante esse momento! Para seu irmão deu um bichinho de pelúcia e para mim... Bom, ele disse que queria me dar depois. Não entendi, mas concordei. Bruno e Leo ficaram conversando com a gente na sala e depois saíram. Ruggero me chamou para ir até a varanda e eu prontamente atendi seu pedido. Assim que chegamos na varanda ele ficou de frente para mim e nos olhamos- Eu nem sei por onde começar- ele sorri nervoso, mas esse nervosismo era de timidez. Oi? O Ruggero tímido? Essa é nova!
Kah: e eu não faço a mínima ideia do que irá dizer- dou uma risada fraca, ele junta nossas mãos e posso sentir meu coração bater mais forte em meu peito. Fico toda vez assim quando estou próxima dele ou com um simples toque. Sei que não deveria estar dizendo isso. Na verdade eu tinha que ignorar o fato da existência dele depois de tudo o que aconteceu, mas isso se torna impossível a partir do momento que estamos em contato um com outro, mesmo sendo com simples olhares.
Rugge: é que para mim isso tudo é novo Karol.
Kah: como assim?- franzo o cenho e ele suspira. Eu sei que pela sua expressão e pelo fato de estar nervoso está com medo de falar o que pensa e o que sente- Você sabe que estou aqui para tudo! É só me falar o que é que está acontecendo.
Rugge: lembra do dia que eu falei que estava gostando de você? Depois da racha que eu ganhei do Esteban?
Kah: sim- assinto sem ainda entender o motivo dessa conversa, mas sentindo meu coração se acelerar cada vez mais em meu peito.
Rugge: eu não falei aquilo só para transar com você como disse depois, não disse para me aproveitar. Karol...- ele se aproxima mais entrelaçando nossas mãos ainda mais forte e sinto como se tudo ao meu redor estivesse parando. Como literalmente fosse nos filmes, só eu e ele- E-Eu gosto de você...- ele diz e eu posso sentir minhas pernas fraquejarem e meus olhos marejarem, mas respiro fundo fechando os olhos. Eu não posso crer no que acabei de ouvir! Antes que eu pudesse dizer algo ele toma a frente- Eu gosto de você, de verdade!- o olho- Aquele dia na racha eu ainda não sabia disso, mas depois que eu tive uma conversa com o Agus pude perceber que realmente gosto de você. Eu ainda não me sentia preparado para contar aquele dia que fomos para o sítio, pois não sabia sua reação e nem a minha, mas eu não posso esperar mais. O fato de ficar longe de você apenas por alguns minutos já sinto meu coração se acelerar ansioso para te ver novamente. Eu não sei como esse sentimento começou e nem quando, mas sinceramente? Eu não quero que acabe! Sei que nossa história é desastrada, perigosa, com altos e baixos, mas esses momentos que eu tenho passado com você são únicos! Eu nunca tinha me sentido assim com nenhuma mulher. Nunca tinha sentido a sensação do coração se acelerar com um simples toque ou de ficar arrepiado com um simples beijo, de saber como está, aonde está, com quem está e tudo isso mudou de uns tempos pra cá. O Ruggero de antes jamais diria isso eu sei, mas eu não quero deixar meu orgulho me vencer mais uma vez. Não quero ser fraco e teimoso, então resolvi encarar esse sentimento o quanto antes.- ele diz e posso sentir a lágrima que estava segurando por alguns minutos atrás cair em meu rosto. Ele logo a limpa e acaricia minha bochecha- Sei que não podemos ficar juntos, por sua mãe, pelo Esteban, pelo o que vivemos antes, mas... Eu gosto de você Karol, gosto muito, mais do que possa imaginar!- ele afirma me olhando com intensidade e eu não sei o que dizer. Abro a boca para falar alguma coisa, mas não consigo emitir nenhum som- Eu sei que deve estar em choque e não deve estar entendendo nada, mas acredita em mim, por favor, é a única coisa que peço. Você nem precisa sentir a mesma coisa que eu sinto, mas só não quero que duvide de mim, do sentimento que sinto por você- ele afirma, solto nossas mãos para limpar meu rosto e respiro fundo tomando coragem para falar.
Kah: e-eu...- minha voz falha- Não esperava por isso!- finalmente consigo dizer algo.
Rugge: eu sei que sou duro com você, que te provoco, mas porra, esse é meu jeito de demonstrar que me importo com você mesmo sendo absurdamente estranho. É tudo novo para mim também. Nunca pensei que algum dia iria me declarar para alguém.
Kah: Ruggero, tem certeza do que sente?- pergunto com medo. Não quero me decepcionar outra vez.
Rugge: é claro. Eu não tenho mais dúvidas do que sinto.
Kah: é que você sabe que agora não podemos ficar juntos como disse né?- ele assente.
Rugge: mas esse ficar juntos não quer dizer que precisamos namorar- meu coração se quebra. Eu sabia! Por mais que ele goste de mim ele nunca vai querer assumir algo sério.
Kah: mas é que nem n-namorar algum dia você q-quer Ruggero- sinto minha voz falhar outra vez.
Rugge: você precisa me entender também. Já foi muito difícil falar tudo o que sinto e ter algo sério não é tão fácil assim.
Kah: ouvir tudo o que disse também não foi fácil para mim- falo fria.
Rugge: olha, não quero que fique magoada com o que disse, mas você mesma sabe que não podemos ter nada sério agora- e depois? Me pergunto.
Kah: é que eu não sou como as outras mulheres que você pega e depois as descarta Ruggero. O que adianta você se declarar? As coisas entre a gente nunca vai mudar!
Rugge: claro que vai. Eu não sou perfeito e nunca vou ser, mas você sabe que estou mudando. Estou mudando por você!
Kah: e se quando voltarmos para casa tudo voltar a ser como antes?- pergunto mais uma vez com medo. Como eu disse, não quero me decepcionar outra vez.
Rugge: eu não vou deixar que isso aconteça, mas e aí? Não vai responder minha declaração?- respiro fundo.
Kah: você sabe que eu gosto de você faz tempo Ruggero.- ele solta uma risada safada. Idiota!- Eu sei que não tem como termos nada sério agora- compreendo, porém eu sei que não é algo que ele vai querer mais para frente também e isso me dói um pouco, mas ao mesmo tempo sei que tudo isso é novo para ele, aliás para mim também.
Rugge: que bom que você entende, mas não quero ficar longe de você.
Kah: e não vai, com apenas uma condição.
Rugge: o quê?- ele arregala os olhos.
Kah: ou é isso ou esquece que eu existo!- ele bufa.
Rugge: ok, fala.
Kah: você sabe que não sou que nem as outras mulheres, então por mais que não vamos estar namorando vamos estar ficando e eu não quero que fique com outras mulheres. Você tem que me prometer isso primeiro.
Rugge: o quê?- ele pergunta incrédulo.
Kah: isso mesmo que ouviu!- cruzo os braços.
Rugge: olha, eu vou tentar. Na verdade eu até que não estou ficando com muitas mulheres esses dias.
Kah: promete então que não vai ficar com outras mulheres?- ele ri.
Rugge: para de ser ciumenta e vem aqui.- ele me puxa próximo a ele- Você está me devendo um beijo agora- ele sorri de lado.
Kah: eu quero ver meu presente primeiro.
Rugge: ah é, estava me esquecendo.- ele ri- Espera aí que já volto- assinto, ele me dá um selinho e logo entra para dentro da casa. Suspiro fraco e fecho os olhos. Tomara que eu não saia machucada dessa vez. Tenho esperanças que dessa vez vai dar tudo certo! Abro os olhos e vejo Ruggero voltando. Ele fica novamente em minha frente e me mostra um colar.
Kah: que lindo!- sorrio.
Rugge: sei que isso não é muita coisa, mas resolvi comprá-lo pois assim que vi lembrei muito de você. Aqui como pode ver tem uma coroa. Te achava uma mimada e filhinha de mamãe quando te vi pela primeira vez, confesso, mas também do lado tem uma arma que te representa ainda mais que uma coroa. Você é uma mulher determinada e enfrenta o que precisar para chegar aonde quer, por isso comprei esse colar- sorrio mais uma vez.
Kah: eu amei, sério mesmo. Obrigada!
Rugge: posso colocar em você?- assinto, me viro de costas para ele e coloco meu cabelo de lado. Ele passa o colar por meu pescoço e logo o prende. Antes que eu me vire ele deposita um beijo em meu ombro e sorrio me virando e o olhando. Posso sentir seus olhos fixamente em mim e eu não o julgo, pois não consigo tirar os meus olhos do dele. Sei que ele já me decepcionou e me machucou muito, mas sim, estou disposta a tentar. Eu realmente gosto muito dele, um sentimento que nunca tinha provado antes. Logo o vejo se aproximar de mim, colocar uma de suas mãos em minha cintura e outra no meu rosto e selar nossos lábios em um beijo um tanto quanto desesperado. Como me beija tenho a certeza que estava com saudades assim como eu. Coloco meus dedos entre seu cabelo o puxando para mim, posso sentir suas mãos descerem e por impulso acabo me afastando- O que foi?- ele pergunta e posso ver sua boca borrada de batom e seus cabelos bagunçados.
Kah: aqui não Ruggero!- o repreendo e ele bufa.
Rugge: qual é o problema?- ele pergunta resmungando.
Kah: é sério mesmo que não sabe? Estamos na casa do seu pai e ele merece respeito assim como seu irmão.
Rugge: para de tentar resistir!- ele sorri safado se aproximando novamente de mim, mas eu dou um passo para trás.
Kah: merda, aqui não!- falo mais firme dessa vez. Eu quero e sei que ele quer também, mas precisamos nos controlar pelo o menos aqui na casa do seu pai.
Rugge: o que acha de irmos para outro lugar então?- ele dá um passo a minha frente, vou até o portão e ele me olha sem entender.
Kah: o que está esperando?- ele solta uma risada e vem correndo em minha direção.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now