• Capítulo 68

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Kah: DEIXA LOGO CARALHO!- ela grita ainda com sua arma apontada para mim e suspiro. Fecho os olhos fortemente não acreditando que isso seja mesmo real, mas resolvo colocar minha arma no chão. Logo ouço outra gargalhada de Esteban. Filho da puta!
Esteban: não me diga que quer voltar para mim Karol? Será um prazer!- abro meus olhos e cerro os punhos. Queria estar com raiva, mas estou chateado, triste e ainda sem entender essa situação. Se fosse antes mal me importaria, mas agora que eu amo a Karol tudo é diferente e odeio ficar vulnerável a ela.
Kah: para de ser otário Esteban. Você acha que vai sair ileso dessa?- ela aponta sua arma para ele com seus olhos cheios de raiva- EU QUE VOU TE MATAR!- ela grita e seguro em sua arma apontada para ele.
Rugge: Karol, você está alterada porra! Por que está fazendo isso?
Kah: entendo que queira matar ele, mas eu quero fazer isso e você não pode me impedir Ruggero- ela move sua arma tirando minha mão dela e meu coração até se acalma. Ela só quer matar o Esteban, mas porra, por que aquilo tudo? Ela quase me matou do coração!
Esteban: vocês dois são dois desgraçados! Eu juro que vou perseguir vocês mesmo no inferno!- ele eleva seu tom de voz e Karol gargalha, mas logo volta a ficar seria.
Kah: desde que te conheci você só acabou com a minha vida! Por quê?- sua voz sai embargada e prefiro ficar quieto, apenas observando e aproveito para pegar minha arma no chão.
Esteban: você quer conversar?- ele ri- Ok, vamos conversar.- ele se apoia na grande mesa de madeira- Não acabei com sua vida em nenhum momento e sim aquela desgraçada da sua mãe que te mandou para mim. Na verdade foi tudo um plano, sabe por quê? Ela odeia o Ruggero e o acordo foi que se você ficasse comigo durante um tempo eu o mataria, mas acabou que as coisas foram longe demais- ele diz e vejo que uma lágrima cai do olho de Karol. Sei o quanto tudo isso dói para ela e o quanto gostaria do apoio da sua mãe. Eu nem estou surpreso com essa confissão, pois já sabia que Esteban e Caro queriam me matar. Isso estava óbvio para mim.

Kah on·
Procurei Esteban no andar de baixo em todos os cantos possíveis e não o achei. Bufei, ouvi gritos vindo do andar de cima e arregalei os olhos. Não queria subir essa escada por conta das lembranças ruins, mas não tenho outra saída. Ouço mais gritos e subo os degraus, abro a primeira porta e percebo que não tem ninguém. Minha arma está inclinada para frente quando abro a segunda porta, mas é o banheiro também vazio. Bufo e percebo que as vozes estão cada vez mais audíves e vejo que a terceira porta já está aberta com Ruggero e Esteban gritando um com o outro. Impeço Ruggero de matá-lo e sei que ficou assustado, vi isso em seus olhos, mas eu estava nervosa. Ele estava quase matando Esteban e eu que quero fazer isso! Quero que minha vingança enfim seja feita, mas antes preciso saber de algumas coisas que só Esteban pode me falar e se o Ruggero tivesse o matado tudo isso iria por água abaixo! Esteban me confessa que minha mãe me mandou para ele e sinceramente? Eu já sabia, meu coração já me dizia isso, mas ouvir isso saindo da boca dele que é verdade é diferente e isso me parte o coração. Só queria uma mãe que se importasse comigo, não precisava ser a melhor de todas, mas só uma mãe que me amasse verdadeiramente.

Kah: p-por que ela f-fez isso?- minha voz sai falhada.
Esteban: eu já disse o porquê. Ela queria matar o Ruggero e obviamente eu também.
Kah: por que ela quer tanto matar ele?
Esteban: melhor perguntar para ele, não acha?- ele sorri debochado e olho para o Ruggero. Ele parecia tenso, mas logo minha atenção voltou para Esteban quando ele voltou a falar- Sabe Karol, desde o momento que te vi te achei muito bonita e fui um idiota por gostar de você! Foi por isso que como troca pedi para sua mãe que mandasse você para mim, mas como sempre o Ruggero atrapalha. Não sei qual é o feitiço que você tem por fazer eu e o Ruggero gostar de você, mas parabéns, você é ótima nisso!- ele afirma e solto uma risada.
Kah: não posso fazer nada se você confundiu as coisas- ele revira os olhos. Pensava que ele não gostava de mim, apenas que tudo era um jogo, mas ele confessou isso agora e não tinha nenhum motivo para isso!
Esteban: mas felizmente não sou tão fraco como o Ruggero e percebi antes que fosse tarde demais. Tanto é que te chamei para minha gangue para atingir o Ruggero e sei que consegui de uma certa forma- ele ri e vejo quando Ruggero quase pula em cima dele, mas fico no meio dos dois.
Kah: você m-matou meu b-bebê só por que era f-filho do Ruggero então?- pergunto com minhas mãos tremendo segurando a arma. Mesmo sabendo da resposta sei que não estou preparada para ouvi-la.
Esteban: ora, ora, você é mais esperta do que pensei!- ele ri. Minha vontade de apertar esse gatilho é grande, mas preciso saber de mais coisas.
Kah: ME RESPONDE!- grito.
Esteban: não é óbvio que sim? Você é burra? Faria de tudo para tirar tudo o que o Ruggero gosta. Já até tentei achar a família dele, mas o Ruggero é espertinho, então não consegui- ele ri debochado e Ruggero passa por mim acertando um soco no rosto de Esteban.
Kah: calma Ruggero.- o puxo pelo braço- Por favor!- olho em seus olhos e ele bufa se afastando de Esteban.
Esteban: sabe o que mais? EU SEMPRE ESTIVE POR PERTO!- ele grita. Não sei porque está revelando tantas coisas, talvez saiba que não tem outra saída e irá morrer- Fui eu que mandei a Candelária te bater naquele banheiro. Uma pena que você não saiu de lá morta! Se bem que esse não era meu intuito- vejo quando Ruggero cerra os punhos e suspiro fundo. Por isso aquela filha da puta me odeia!
Kah: tem mais alguma coisa para me dizer Esteban?- sinto minha voz outra vez embargada e inclino mais a arma para sua cabeça.
Esteban: como já disse eu sempre estive por perto. Sei muito bem das coisas que você procura saber e está mais perto do que você imagina!- ele afirma e encosto a arma na sua cabeça.
Kah: fala de uma vez o que tem para me dizer. Para com esses joguinhos!- afirmo sem paciência e dou graças a Deus mentalmente pelo Ruggero estar quieto e não estar me atrapalhando, mas sei o quanto está nervoso e quer que tudo isso acabe.
Esteban: acha que não sei que você quer saber mais sobre a morte do seu pai?- ele pergunta e abro a boca em choque. Como ele sabe?- Acha que não sei que bem no início quando você foi para casa do Ruggero e começou a trabalhar na boate dele ficava pedindo informação para uma garota?- ele pergunta e tudo se associa em minha cabeça. Posso ver o Ruggero me olhar sem entender já que nunca tinha mencionado isso para ele, mas não foi por querer. Na época eu ainda não confiava nele o bastante. Sinto uma lágrima quente cair em minha bochecha e forço mais a arma na sua cabeça- Aquela loirinha gostosa, mas desgraçada. Fui EU, EU QUE MATEI ELA!- ele grita e meu mundo desaba. Ele matou a Gio? A minha Gio? Me afasto dele e tento recuperar o fôlego.
Kah: P-POR QUÊ? POR Q-QUE FEZ I-ISSO?- grito em choque me permitindo chorar. Eu não acredito que por MINHA culpa ela morreu!
Esteban: ai Karol, são tantas coisas que já fiz que você nem imagina, pois sempre, eu sempre estive um passo na sua frente e do Ruggero- ele diz e acerto um tapa em seu rosto.
Kah: POR QUE NÃO ME DIZ DE UMA VEZ? VOCÊ QUE MATOU MEU PAI?- grito. Eu sei que é pouco provável já que a minha idade de diferença com o Esteban não é tanta, mas ele sabe de tantas coisas e é tão cruel que não duvido! Aliás por que ele me impediu de saber mais sobre meu pai?
Esteban: você é tão engraçada!- ele solta uma gargalhada e o fuzilo com olhar- Tudo bem, tudo bem.- ele levanta as mãos em rendição- Claro que não fui eu que matei ele- ele diz simples. Como posso acreditar nele? A pergunta na verdade em questão é, devo acreditar nele?
Kah: por que devo acreditar em você?
Esteban: isso é uma escolha sua de acreditar ou não, mas eu já disse, não matei o seu pai!
Kah: já que não foi você por que me impediu de descobrir a verdade sobre o meu pai?- pergunto com minha mão tremendo segurando a arma e seco minhas lágrimas com a outra mão.
Esteban: porque tenho um acordo com a sua mãe. Queria muito te contar, ver você destruída, mas não posso, porém uma hora a verdade aparece- ele sorri debochado. Então minha mãe além de ter me mandado para ele é sua cúmplice?
Kah: quero que me responda Esteban. Aonde está o cofre?- pergunto de uma vez. Já passamos tempo demais conversando e quero que isso acabe logo! Ele me encara com as sobrancelhas levantadas e surpreso.
Esteban: nossa! Sua investigação andava boa mesmo- ele ri e me aproximo mais dele.
Kah: sem gracinhas Esteban. Fala de uma vez! Não era você que estava me contando tudo a segundos atrás?
Esteban: é diferente. As coisas que estava te contando pouco me importa ou faz diferença na minha vida. Acredita em mim Karol, queria muito te contar tudo, mas infelizmente não posso. Diferente de você e do Ruggero cumpro os pactos da minha gangue de não falar nada relacionado a ela.
Kah: se você não disser, você morre!- falo com firmeza.
Esteban: não me importo, me mata, vai. Já disse que te vejo no inferno garota.- ele debocha- Sabe Karol, apesar de você ter um corpo gostoso e essa boca gostosa que faz milagres...- ele sorri sacana, morde o lábio inferior e vejo o Ruggero puto. Ele sabe que transei com o Esteban, mas sei que ainda fica com raiva quando tocam nesse assunto- Você continua sendo uma garota, cujo o pai morreu e a mãe pouco se importa. Continua sendo essa garota que não tem ninguém e nunca vai ter! Todos te deixam!- ele eleva seu tom de voz e não queria me submeter a isso, mas deixo uma lágrima escapar.
Rugge: Karol, atira nele logo! Você já perguntou tudo o que tinha para saber!- ele afirma irritado e assinto. Eu realmente sei de muitas coisas agora, mas menos a que eu estava mais interessada, o cofre, mas já percebi que Esteban não vai me falar disso.
Kah: EU TENHO NOJO DE VOCÊ!- grito- ISSO É PELO PRIMEIRO DIA QUE TE VI E DESDE LÁ VOCÊ FEZ MINHA VIDA UM INFERNO!- acerto um soco em seu rosto e ele ri debochado passando sua mão aonde acertei o soco. Até assim ele consegue ser escroto!- ISSO É PRA QUANDO ME SEQUESTROU NA BOATE E ME DEIXOU NA RUA TODA MACHUCADA.- chuto sua perna esquerda irritada, jogo sua cabeça pra trás a batendo na mesa e ele logo cai no chão com o impacto- ISSO FOI PELA GIO!- acerto um tiro em seu ombro e ele geme de dor. Ouço quando ele implora para eu parar, mas não vou mesmo. Estou com tanta raiva, meus punhos nesse momento estão cerrados e meus olhos com certeza cheios de raiva. Aliás não era ele que estava debochando em toda nossa conversa?- ISSO FOI POR TODAS AS VEZES QUE ENCOSTOU SEU DEDO MALDITO EM MIM!- grito outra vez acertando um tiro em sua perna e ele grita de dor.
Esteban: por... Favor- ele implora.
Kah: ISSO FOI POR TER MATADO O MEU FILHO!- sinto uma lágrima cair em meu rosto e acerto um tiro em sua outra perna. Ele grita mais uma vez e posiciono minhas pernas ao redor do seu corpo- E ISSO É POR VOCÊ SER UM FILHO DA PUTA E NÃO ME DIZER AONDE ESTÁ O COFRE, E JURO QUE VOU ACHAR VOCÊ QUERENDO OU NÃO!- grito com raiva e acerto um tiro no meio da sua testa fazendo ele morrer na hora e então me desabo em lágrimas.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now