• Capítulo 64

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Kah: R-Ruggero?- sua voz sai aflita e falha e abaixo a cabeça- Ele está bem né?- volto a olhar para ela e seus olhos estão marejados.
Rugge: Kah, preciso que seja forte!- uma lágrima cai em sua bochecha e a limpo.
Kah: R-Rugge...- ela respira fundo tentando se acalmar- Fala que ele está bem, por favor!- ela praticamente implora enquanto as lágrimas insistem em cair em seu rosto.
Rugge: não queria te dar essa informação, mas não posso mentir para você.- respiro fundo- Você infelizmente perdeu o bebê. Ele não resistiu!- afirmo sem delongas e ela desaba em lágrimas. Me dói parte o meu coração vê-la chorando desse jeito e não podendo fazer nada para mudar. Me dói, porque não podia impedir dela tomar a droga do suco. Me dói não poder fazer nada para o bebê voltar. Me dói mais ainda ver que se eu tivesse aceitado o bebê desde o início ela não teria ido para o Esteban e nada disso teria acontecido. A abraço em meio a esses pensamentos.
Kah: n-não a-acredito!- ela finalmente pronuncia algo depois de longos minutos só chorando enquanto estou abraçado com ela. Prefiri desde aquele momento que contei sobre ela ter perdido o bebê não falar mais nada, apenas respeitar o seu momento. Sei que ela precisa de espaço e quero que ela saiba que dessa vez estarei aqui para tudo!- Eu m-matei ele!- ela afirma ainda chorando e saio do abraço olhando seu rosto banhado pelas lágrimas.
Rugge: não, não diga isso!
Kah: é v-verdade.- um soluço alto sai da sua boca e invade o quarto- Se eu n-não tivesse tomado a-aquele suco n-nada disso teria a-acontecido!- ela afirma em meio as lágrimas e aperta fortemente suas bochechas com as mãos me fazendo ficar assustado- Sou burra! Eu sou uma burra!- ela fala repetida às vezes enquanto se bate e seguro em seus pulsos fortemente olhando suas bochechas vermelhas.
Rugge: não fala isso, por favor! Pelo ao contrário, você é a mulher mais forte e inteligente que eu já conheci.
Kah: Rugge, eu não queria que ele morresse!- ela chora mais e volto a abraçá-la.
Rugge: eu sei, eu também não. Podemos tentar de novo, não fica assim- tento acalmá-la e a aperto mais em meus braços. Nunca me imaginaria falando isso, mas não aguento vê-la assim.
Kah: não é a mais coisa! Eu queria tanto aquele filho.- sinto suas lágrimas molharem minha blusa, mas não ligo, afinal sei o quanto ela está sofrendo e também estou. Não é pelo fato que eu não esteja chorando que eu não esteja mal- Tudo bem que no início fiquei desesperada e não queria, mas depois passei a querer muito!
Rugge: eu sei Kah que está sendo difícil, mas você precisa ser forte! Quero que saiba que estou aqui para tudo! Você é uma mulher muito forte e vai superar. Eu te prometo! Por favor, não se culpe!- ela fica quieta e passo minha mão em seu cabelo fazendo carícias enquanto ela deita sua cabeça em meu ombro. No quarto só se ouve os soluços saindo de sua boca- Kah...- respiro fundo antes falar- Sei que não é o melhor momento e nem a melhor hora de falar isso, mas preciso muito saber e está na hora de você decidir. Por favor, vem comigo? Saia da casa do Esteban, por favor! E aí? O que me diz?- pergunto esperançoso e ela sai do abraço. Karol respira fundo me deixando ainda mais ansioso por sua resposta e logo começa a falar.
Kah: é óbvio Ruggero. Eu não quero nunca mais ver aquele cretino! Ele matou o meu filho, acha mesmo que agora quero ficar lá com ele?- ela diz e respiro fundo aliviado.
Rugge: caralho! Graças a Deus você abriu os olhos!- ela revira os olhos- Calma, o que eu quis dizer é que ele só ia te fazer mal, entende? Mais do que já fez- ela assente.
Kah: mas tem um problema- ela diz com medo.
Rugge: qual?- franzo o cenho- Se for questão de roupa e celular nós podemos ver isso para você depois. Não precisa se preocupar!
Kah: não é isso. É que...- ela suspira- Promete que não vai ficar bravo?- ela pergunta e desvio o olhar.
Rugge: não posso prometer isso. Não sei o que irá falar- falo e ela toca em meu queixo virando minha cabeça para olhá-la.
Kah: por favor!- ela sussurra.
Rugge: ok, não irei. Pode falar!- tento me acalmar. Já estou nervoso antes mesmo dela começar a falar.
Kah: é que já fiz o pacto com a gangue do Esteban- ela diz de uma vez e arregalo os olhos.
Rugge: o quê? É sério isso?- pergunto sentindo o nervosismo já tomar conta de mim e ela assente- Porra Karol! O que você tem na cabeça?
Kah: não fala assim comigo. Você disse que não iria ficar bravo!- ela afirma e bufo.
Rugge: por que fez isso?- tento me acalmar.
Kah: porque estava chateada com você e não imaginava que iria acontecer tudo isso. Perdão!- ela afirma e respiro fundo tentando manter a calma.
Rugge: tudo bem. Não vou brigar com você. Sei que está mal e não quero que fique mais.- ela sorri fraco, mas logo seu semblante volta de como estava antes, triste- Pode deixar que vou resolver isso ok? Isso não vai te impedir de sair de lá- ela assente. Volto a abraçá-la e sinto novamente minha blusa molhar. Ela está chorando baixinho e sei o quanto ainda está triste por tudo que está acontecendo. Eu não gosto nem um pouco de vê-la assim e espero que ela possa melhorar logo, por mais que seja difícil. Não quero que ela entre em princípio de depressão nem de ansiedade.

Dois dias depois·

Rugge on·
Dois dias já se passaram e a Karol finalmente recebeu alta. Nesses dias fiquei aqui com ela no hospital, pois ela ainda está muito abalada e mal por causa que perdeu o bebê, mas aos poucos está se recuperando. Resolvi também algumas coisas da gangue e mandei meus capangas vigiarem Esteban já que agora sei o seu galpão. Aquele desgraçado ainda vai pagar muito caro por tudo que fez a Karol, ao bebê e a mim. Preferi que meus capangas só vigiassem o que Esteban faz, os horários que sai e volta de casa, os lugares que frequenta para assustá-lo e isso está dando certo pelo o que meus capangas dizem. Não quero atacá-lo agora, até porque estou sem tempo já que estava passando esses dias aqui com a Karol no hospital e sei que precisamos de um tempo nosso.
Agora estou me despedindo de todos enquanto saio de casa. Tive uma ideia de eu e a Karol passarmos só alguns dias fora. Como eu disse, ela ainda está abalada com tudo e vai ser bom para ela e para mim ficarmos longe de todos os problemas, por pelo menos alguns dias. Ela também nesse tempo contou a todos nossos amigos como foi na casa do Esteban. Confesso que fiquei puto com algumas coisas que ela confessou e quando citou o beijo, mas enfim, isso é passado. Nem acredito que estou falando isso! Se fosse o Ruggero do passado com certeza não acreditaria nisso tudo o que estou dizendo, pelo contrário, seria frio e grosso e riria de mim, mas eu não ligo! Desde quando descobri que a Karol tinha ido para a casa do Esteban, para o lado dele, deixei de lado tudo o que os outros pensavam e o meu orgulho e assim estou vivendo. Gosto muito da Karol e finalmente percebi que às vezes tenho que deixar o coração falar mais alto, tenho que deixar de lado a razão e seguir mais o coração. Sei que vivemos em um mundo muito perigoso, sei também que passamos por muitas coisas difíceis juntos, sei mais ainda que Esteban está com sede de vingança igual a mim, porém não me importo com nada mais. Mesmo com todos os problemas, o Ruggero de hoje em dia não conseguiria ficar um minuto longe dessa mulher.

Quebra de tempo·

Rugge on·
Após um pouco mais de cinco horas finalmente eu e a Kah chegamos em Miami. Esses dias que nós estávamos no hospital resolvemos vir para cá e curtir um pouco esse lugar, principalmente as praias que são lindas! Assim que chegamos no quarto do hotel que reservamos colocamos nossas malas no quarto e Karol se jogou na cama.

Kah: ai, que cama macia!- ela afirma me fazendo soltar uma risada. Me jogo ao seu lado na cama e a abraço.
Rugge: o que acha de irmos na praia?- beijo seu ombro.
Kah: ah...- ela resmunga- Por que não ficamos um pouco aqui?- olho para ela vendo um pouco das olheiras sob seus olhos já que não dormiu muito bem esses últimos dias.
Rugge: sei que isso é uma desculpa para não ver ninguém, mas você precisa aproveitar um pouco.- falo e ela suspira saindo do meu aperto- É sério. Sei que ficou triste pelos os últimos acontecimentos, mas pensa, você só tem dezessete anos e eu dezoito. Temos muito o que viver e ainda vamos ter um filho. Eu prometo!- os olhos dela brilham. Eu sei o quanto está sensível pelos últimos acontecimentos.
Kah: ok, eu topo!- sorrio e logo nos levantamos e nos trocamos. Fui até a varanda do hotel já pronto vendo a praia em minha frente e sorri sentindo a brisa do vento tocar em meu rosto me fazendo fechar os olhos. Finalmente, um pouco de paz! Senti braços menores me abraçando por trás e sorri abrindo os olhos- Vamos? Já estou pronta- ela diz e me viro para olhá-la.
Rugge: puta merda! Você está muito gostosa assim sabia?- ela morde o lábio inferior e aproximo minha boca do seu pescoço- Eu até acho uma boa ideia se ficarmos aqui mesmo- distribuo beijos pelo seu pescoço, mas ela logo se afasta.
Kah: hm... É uma boa sugestão, mas agora estou afim de dar um mergulho sabe?- ela pisca, se vira e já posso ver minha ereção se formando na minha bermuda. Porra, essa mulher vai me enlouquecer! Me xinguei mentalmente por não ter aceitado a ideia de ficarmos aqui, assim poderíamos aproveitar de uma maneira que estou morrendo de saudades- Vem logo, se não vai ficar pra trás!- ela afirma passando pela a porta do quarto e saio dos meus pensamentos a seguindo.

Kah on·
Sorrio sentindo a brisa do vento bagunçar meus cabelos enquanto ando pela areia da praia com o Ruggero tentando achar um lugar que seria bom para ficarmos. Apesar dos últimos acontecimentos me sinto bem melhor por ter ele por perto. Ainda estou triste com tudo isso, com as minhas decisões do passado, mas tenho que enfrentá-las e assumir as consequências. Sei que o Ruggero ficou triste também por eu ter perdido o bebê, apesar dele se manter forte ao meu lado o tempo todo para me apoiar. Sinto meus olhos marejados só de voltar a pensar nesse assunto que ainda dói, mas de uma certa forma estou me recuperando até que muito bem. Respiro fundo e desperto dos meus pensamentos quando achamos um lugar bom. Abro minha bolsa, pego minha canga a estendendo na areia e Ruggero coloca a cadeira de praia que trouxe a abrindo, colocando na areia e se senta logo em seguida.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now