Cap - 3

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Mesmo que o confronto ja tinha terminado eu só podia sair de lá quando alguém me buscasse, já tinha passado mais de 20min e nada de ninguém aparecer, já estava impaciente.
- Tá normal nao, tão demorando demais. - falei andando de um lado pro outro
- Amiga relaxa e senta aqui, tô ficando tonta de te ver nesse vai e vem - May me puxou pelo braço
- Vou ligar pro Passarinho - peguei o celular e liguei, chamou umas 4 vezes eai ele atendeu.

Ligação ON

- Qual foi ? - tava ofegante
- Cadê meu pai ? Tô no quartinho ainda
- Aguenta que vou mandar um dos moleque tirar você daí. - tava ouvindo umas vozes no fundo.
- Não me respondeu onde meu pai tá Passarinho - tava cada vez mais impaciente
- Nanda tô ocupadão, jaja resolvem seu problema aí flw- desligou.

Ligação OFF

- Rolou algo com meu pai, passarinho não sabe nem disfarçar. - levantei peguei o celular e a glock coloquei na cintura e joguei minha camiseta por cima
- Tá indo onde doida? Pode sair não, cê não sabe se tem alguém ai - Júlia falou vindo atrás
- Ninguém quer me falar o que aconteceu então eu vou atrás e descubro, cês vão fica aí ? - olhei pra Mayara que ainda tava sentada
- Tô indo - revirou os olhos

Destranquei a porta e saímos, desci as escadas e parecia estar tudo em ordem, peguei a chave do carro e tava saindo quando o Ph parou com a moto na frente do portão me impedindo de sair. Soquei a mão na buzina

- Sai da minha frente! - gritei com a cabeça pra fora
- Quem mandou tu sair do quartinho? Tá locona? Se acontece alguma coisa com você seu pai me esfola, para de fogo e volta pra dentro Fernanda
- Vai sair nao? Passo por cima - ameacei acelerar e ele saiu, subi o morro indo em direção a boca.

Cheguei lá, larguei o carro de qualquer jeito na rua e fui entrando, assim que entrei dei de cara com o Passarinho, G3 o Batoré e o Tio Japa, tio de consideração, ele cresceu com meu pai e é sub aqui do morro.
- tá fazendo o que aqui em cima Fernanda ? Tu devia tá em casa - falou se levantando quando me viu entrar
- já ouvi muito "você devia" por hoje, quero saber do meu pai, tá onde ? - falei impaciente
- aqui não é lugar pra você nanda, desce depois desenrolo as ideia com você - o passarinho veio falando e pegando no meu braço querendo me colocar pra fora.
- Tira a mão de mim - Empurrei ele
- Tá perdendo a noção Fernanda? - falou gritando e puto avançando em mim mais o G3 segurou ele
- Aqui não é o pátio da escola pras criança ficar brigando não caralho, Fernanda vai pra casa e Passarinho segura tua onda antes que eu mesmo corte suas asas. - tio Japa falou dando um tapa na mesa
- Vou pra lugar nenhum, vocês tão me tirando de criança, tão escondendo de mim, Cadê o caralho do meu pai - gritei
- Fala pra ela patrão - G3 falou baixinho olhando pro tio Japa
Ficou um silêncio, que foi quebrado quando eu ouvi um grito de dor vindo da sala que era do meu pai. Empurrei o batoré longe que tava em pé na frente da porta e entrei. Ele tava lá, deitado num sofá com a dona Gerusa do lado dele fazendo alguma coisa, lavado de sangue e gemendo de dor.
- Acertaram ele, foi na barriga. Dona Gerusa tá fazendo o que pode. - G3 falou atrás de mim.
- inúteis, e se meu pai morre ? e você aí escondendo de mim - falei abaixando do lado dele - vai dar certo pai, vaso ruim não quebra, dei um beijo na testa dele
- Foi só uma trincadinha, tá tudo sob controle- gritou, dona Geruza tirou a bala. - tô te falando. - riu ainda com dor.

Ele passou a noite lá na boca mesmo, voltei em casa tomei um banho peguei umas coisas pro meu pai e subi, iria ficar com ele. Entrei e ele já estava dormindo, deixei a mochila do lado do sofá, encostei a porta e sentei na poltrona que tinha do lado de fora da sala. Tava quase cochilando quando senti alguém encostar em mim

- Vai dormir aí ? - G3 tava me olhando
- Não vou deixar ele sozinho - falei me ajeitando na poltrona
- Eu fico, vai descansar. - falou sentando na. Poltrona do lado
- Tranquilo, quero ficar, não tá super confortável mais uma noite só não vai me matar - dei risada
- jaé - falou abaixando a aba do boné tampando o rosto e colocando os pés em cima da mesinha
- Não precisa mais ficar de babá não, pode ir - falei encarando ele
- Tô de baba não pô, tenho que ficar mesmo. Aquieta aí que eu tô cansadão quero puxar um ronco.

Não falei mais nada me acomodei na poltrona e dormi. Acordei umas horas depois, puxei o celular eram 09:45 levantei fui no banheiro escovei meus dentes arrumei minha juba e fui ver como meu pai estava, tava falando no celular e não parecia feliz, tava tentando entender o que tava falando e com quem.

- Vai fica ouvindo a conversa que não é tua agora Maria Fernanda ! - quase morri quando tio japa apareceu do nada
- Vai ficar querendo me matar do coração Fabrício ? - falei colocando a mão no peito.
- Me respeita, chega aí pra nois trocar uma ideia - foi me levando pra fora da boca. - Tu tá ligada que teu pai te ama né ?
- Ih, tenho até medo do rumo que essas conversa vai levar. - falei debochando
- Sem tiração, falando sério agora. E tu sabe mais que ninguém que esse morro é tudo pra ele, mais por eu me importar tanto com ele quanto com você, acho melhor tu dá um breck nele, essa vida já levou teu avô, levou teu tio, sua mãe se foi e seu pai não tava lá porque tava preso aqui, te amo demais pra querer ver tu sofrendo pela perda do seu pai. - ouvi calada, não tava entendendo o fundamento daquilo. - falei com ele, mais você conhece seu velho é cabeça dura demais, falei pra ele ir pra BH onde tua vó tá, querem a cabeça dele, e por mais foda que nossos mlk e nosso armamento seja não dá pra ficar contando com isso. Me entende ?
- Quer que ele largue o morro e vá pra BH ? - falei sarcástica
- Largue o tráfico, e vá pra BH. - ri
- E deixa eu adivinhar, Tu que vai ficar no comando ? - olhei pra ele
- Quer deixar o batoré ? - bagunçou meu cabelo. - essa vida não é pra ele.
- Mais é pra você ? Não tô entendendo - tava começando a pegar a visão de traira do tio japa.
- Maria Fernanda, eu não tenho família, tenho vocês só. - coçou a barba - tu não queria tanto fazer faculdade ? Ter uma vida? Escuto você dizendo que queria ser normal, parar de ter que se privar por causa das escolhas dos outros, tô te dando a chance.
- Entendi. Tem razão, vou falar com ele. - ele acentiu me deu um beijo na testa e foi saindo
- aí, é melhor pra vocês. - subiu na moto e saiu.

A filha do chefe Where stories live. Discover now