Cap 40

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Nanda

Joca tinha me dado com certeza um dos presentes mais fodas que eu já tinha ganhado na vida.

- Joca, tu acertou bonito no presente - falei ainda hipnotizada com tanto brilho.

- Que bom que tu curtiu - ele ficou me olhando como quem queria dizer algo

- Respira primeiro - ele me olhou com cara de ue- Tu quer falar algo mais não diz nada, te conheço João Carlos, diz aí

- Tu já falou com o G3 desde que voltou ? - disparou

Desde que eu tinha voltado não falei com o Giovanni, não que ele não tenha tentado mais eu me esquivava sempre que dava.

- Ainda não, na verdade não sei o que exatamente nós temos pra conversar, acho que mesmo antes de tudo acontecer as coisas estavam bem claras tipo, acabou - ri sem humor

- Mais aí tu não vai conversar ou vai deixar como estar, na tua cabeça as coisas podem estar claras mais e na cabeça dele ? - tá aí uma coisa que eu não tinha pensado.

- Tem razão, mas era isso que tu queria falar ? - ele coçou a barba

- Na moralzinha? Eu queria saber como que a gente fica. - eu travei - Tu ter ficado longe só me deu mais certeza de que eu quero tu por perto.

- Eu também senti a tua falta.. - fiz pausa - mas vamos devagar ? Eu preciso conversar com ele primeiro dessa vez ok ? - ele concordou e me puxou pra perto me abraçando

- Por um minuto achei que não ia te ver mais - beijou a minha testa - e a ideia de não ter você me perturbando todos os dias me fazia embrulhar o estômago, não quero perder tu nanda.

Ouvir aquilo me fez deixar uma lágrima escorrer, não lembrava da última vez que alguém tinha demonstrado afeto e dessa vez de verdade por mim.

- Tá chorando porque doidona ?- falou segurando meu rosto secando a lágrima apenas com o polegar

- Sei lá, as coisas se reviraram de um hora pra outra, tá tudo tão bagunçado - respirei fundo - eu preciso voltar a minha cabeça pro lugar

Ele deu um sorrisinho e me abraçou de novo ficamos assim por um tempinho, tava tão bom até a bixa do Guilherme invadir a casa gritando

- Oi mores, tô atrapalhando? Se precisar volto depois - falou encarando o Joca

- Tá suave, eu vim entregar um bagulho pra Nanda, tô indo pra boca, qualquer coisa tu me liga Jaé ? - deu um beijo na minha testa e ia saindo

- Quero beijo também joquinha- levou um tapao na bunda - Ainn já te falei que agressão só na cama João Carlos

Nós rimos e o Gui veio pro sofá.

-Eai dona do cabaré, decidiu se quer o macho alpha o primo ou o turista de Niterói? - riu

- Se eu tive problemas com o G3 sobre o morro imagina com uma pessoa que não entende esse mundo? Tira o turista - rimos

- É joquinha, tá com a bola toda - dei um tapa nele - O que acha de um pagode hoje ?

- preciso mais do que nunca mona - falei empolgada - me passa o horário e onde depois, vou chamar a Sah pra ir com a gente. - ele acentiu

- Eu vou indo então, só vim ver se tava viva, e avisar do pagode - olhei desconfiada - Tá bom eu queria dar umas encaradas nos vigias ai da frente também

- Safada ! - dei um tapa na bunda dele - Vadia descarada

- Tu gosta - mandou beijo no ar e saiu de casa

Fiquei largada no sofá o resto da tarde pensando em mandar uma mensagem pro G3, até que tomei coragem e mandei apenas um "preciso falar com você, aparece aqui" bloquiei a tela sem querer ver a resposta.

Subi pro quarto tomei um banho coloquei um pijama velho e voltei pra sala. Não existe coisa melhor que estar largada em casa com roupa velha. Tava trocando de canal impaciente até ouvir barulho no portão, olhei pra porta e o G3 tava entrando com a camisa no ombro e uma bermuda preta, boné pra trás e tênis.

- Demorei porque quando tu falou eu tava no asfalto, mais fala aí - sentou no sofá

- Não é nada urgente, não precisava de pressa - tava sem graça e não sabia como começar aquele assunto. - Bom.. acho que pouco antes de tudo o que rolou as coisas ficaram meio pendentes, essa conversa devia ter acontecido a algum tempo já.

- Nanda, relaxa.. - fez uma pausa - não sou nenhuma criança, quando te levaram daqui, a gente já não tinha nada, tu deixou isso bem claro. Mas não quer dizer q eu não me preocupe nem que eu não te curta. Tava com saudade de tu, não insisti em trocar ideia contigo porque queria voltar mais porque eu queria saber se tu tava bem. - ele passou pro sofá do meu lado - mas tu só me evitou, não tiro tua razão, fui um puta cuzao, sem justificativas. Mas não significa que eu não ame tu tá ligada ? Mais suave, te respeito.

A maturidade desse desgraçado me encanta cara, sempre disse e repito, G3 era diferente dos caras daqui, não pegava geral, nunca tratou ninguém como descartável, ele era HOMEM de verdade.

- Eu odeio gostar tanto de tu, mas você é tão desgraçado que nem pra fazer algo pra eu pegar ranço tu serve - rimos e ele me abraçou - Estamos de boa ?

- Mais que de boa pô, tô aí pro que tu precisar pequena - me deu um beijo demoradinho na testa e me abraçou de novo - vou nessa, preciso levar um papo com o Passarinho, tu vai no pagode ? - acenti - nois se tromba lá então - piscou e saiu

Eu me sentia aliviada, um peso enorme saiu das costas, estava de boa com o Joca, tava de boa com o G3, as coisas no morro pareciam tranquilas.

Subi e comecei a me arrumar pro pagode, mandei mensagem pra Sabrina e pro gui, passaria pra pegar eles.

A filha do chefe Where stories live. Discover now