Cap 29

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O resto do final de semana foi tranquilo, o feriado também, voltamos Pra casa e o resto da semana foi como sempre era. Meu pai me passando as coisas da boca, me ensinando. Júlia tá cada vez mais afastada de mim, ao contrário da Sasa e do gui que praticamente tem morado aqui em casa. O Joca e eu falamos o necessário, evito a presença dele até na hora de jantar, sempre que pode ele me provoca mais eu finjo não ser comigo. Eu e o G3 estamos super bem, mais assumidos impossível, meu pai sabe, não ficou extremamente feliz mais também não protestou. As coisas estavam caminhando bem.

Duas semanas depois ~ ~ ~

- Dois meses pai ? - eu falava e ele apenas acentia com a cabeça terminando de arrumar as coisas dele. - Porque tudo isso?
- Já te expliquei, da pra ficar dando mole na pista não, vou pra lá resolvo, dou uns 10 depois volto, posso correr risco de ser pego fora daqui não pô, tu da conta os moleque te ajuda. - ele fechou a mala e tirou de cima da cama.
- Se tu voltar e não tiver mais um morro a culpa é toda tua por abandono de incapaz, nunca participei de invasão e se invadirem ? - perguntei descendo as escadas com ele
- Você não, mais geral aqui já. Para de caçar cabelo em cabeça de careca e só segue o plano cara, tu se estressa demais, se subestima demais . - deu um beijo na minha testa - tô partindo, juízo e vê se não perde essa porra. - entrou no carro e saiu.

Meu pai precisou ir pra sampa, e me deixou de cabeça enquanto tá fora, o Ph, passarinho e o cobra foram com ele. E por falar em cobra, ele e a sasa terminaram. Sabrina falou dele assumir ela como fiel e ele não curtiu muito a ideia, ela acha que tem mulher por trás disso, não tem porque ele não querer assumir se não estiver escondendo ela de alguém.
Peguei meu celular e passei uma mensagem pras putas subirem aqui pra casa. Minha vó tinha ido visitar a tia raissa e não tava afim de dormir sozinha.

Me joguei no sofá e liguei a tv. Ouvi um barulho na porta e achei que fosse o Guilherme entrando, quando olhei pra porta era o Joca.
Ele sentou no outro sofá e ficou no celular. Ignorei a presença dele e foquei na minha série que estava passando.

- Ela acorda - ele disse do nada.
- Que ? - perguntei não entendendo
- A Macarena, ela acorda do coma. - só aí entendi que ele estava falando da série.
- Ah, obrigada - revirei os olhos pelo spoiler.
- Tem janta ? - acenti e ele continuou ali - Já comeu ?- neguei com a cabeça ainda tentando assistir minha série - bora jantar.
- Tô sem fome - falei não tirando os olhos da tv
- Me faz companhia então ? - enfim olhei pra ele que tava em pé na porta da cozinha com meio sorriso no rosto
- Tô tentando assistir não tá vendo? - falei grossa e seu sorriso sumiu, ele apenas acentiu e entrou na cozinha.

Não queria ser grossa com ele. Mais ele me força, sabe que evito estar perto dele, falar com ele e mesmo assim puxa assunto. Me senti mal pela forma que falei e pausei a série, entrei na cozinha ele já estava sentado comendo, peguei um prato e me servi sentei de frente pra ele e comecei a comer.

- Se eu soubesse que.. - antes dele terminar eu interrompi
- Você queria companhia, tô aqui. Mais come de boca fechada por favor. - eu sabia em que assunto ele ia entrar e eu não estava afim.
- Jaé, prefiro ficar sozinho entao. - pegou o prato e ia levantar
- Joca... - falei baixo e ele me olhou - por favor - ele sentou de novo e voltou a comer.

Terminamos lavamos as louças e limpamos a cozinha, sem ninguém abrir a boca. Fui pra sala e me joguei de novo no sofá.

- Vou pra casa, tu vai ficar sozinha aí ? - eu só acenti - Se tu quiser eu busco meus bagulho em casa e volto pra dormir aqui. - falou parado na porta da sala.
- Pode ser. - já que ninguém me dava sinal de vida e o G3 tava de ronda na boca era melhor o Joca aqui do que ficar sozinha.
- Jaé - pegou a chave da moto e saiu.

Peguei meu celular e tinha umas mensagens do G3

WhatsApp On

Giovanni 🖤- Já jantou nega?
Quer que eu fale pros moleque levar algo pra tu ?
Nanda - acabei de comer, rlx
E tu já comeu algo?
Giovanni 🖤- Um salgado, mais tá sussa hoje.
Saindo daqui passo pra ficar contigo Jaé ?
Nanda - amanhã cedo tenho carregamento pra receber kkkk tu sai e eu entro
Giovanni 🖤 - Quer ser dona de morro é isso aí kkkk deixa eu me adianta que os moleque faz merda se eu não ficar em cima.
Vai dormi sozinha ?
Nanda - Joca disse que vem pra cá
Giovanni 🖤- qualquer coisa bate um rádio, vou nessa, te cuida mulher ❤️
Nanda - Tu também coração ❤️

Guardei o celular com um sorriso no rosto.
Giovanni tem sido incrível comigo, um poço de carinho e atenção. Nunca me privou de nada, sempre me deixou muito a vontade, faz tudo por mim, raramente discutimos.

Tava moscando pensando no relacionamento que construímos quando ouvi um barulho de vidro quebrando no fundo de casa.

Passei a mão na glock que fica na gaveta, e fui indo devagar pra não fazer barulho. Cheguei lá não tinha ninguém, só uns estilhaços de vidro quebrado, olhei pra cima e vi a janela do quarto quebrada. Voltei pra dentro e a porta da sala tava aberta. Gritei o Joca pra ver se tinha sido ele que tinha entrado e nada dele responder. Peguei meu celular e liguei pro G3

Ligação on

- Diz ai preta?
- Tem alguém aqui. - falei baixo
- Como assim ? Tô descendo com os moleque
- Sem chamar atenção, vem quietinho.
- Me espera na sala e não sai daí.

Desligou.

Fui quietinha pra cozinha, os armários estavam abertos. Olhei pra porta que dava no quintal, aberta também. Ia voltar pra sala mais ouvi um som de passos e me abaixei atrás da bancada. Os passos ficavam cada vez mais perto, provavelmente a pessoa já estivesse quase na bancada, aí pararam. Senti um cheiro de perfume, um perfume doce e tive a impressão de que eu já tinha sentido ele antes. Segurei firme a glock pronta pra atirar então ouvi a voz do Giovanni.

- Entra pela cozinha menor.

Os passos saíram, como se estivesse indo pra sala então eu levantei e dei um tiro pra pegar na perna, não atingiu mais raspou. Logo em seguido os moleques entraram na casa mais quem tava ali já tinha sumido, reviraram a casa e não viram ninguém .

- Tu conseguiu ver quem era? - G3 entrou na cozinha e me abraçou
- Tava de capuz, mais não sei.. o cheiro
- O que tem o cheiro ? - G3 me olhou estranho
- Era familiar, o perfume - já tinha sentido, tenho certeza.
- Cadê os cara que fica aí no portão ? Quando cheguei não tinha ninguém nessa porra - falou irritado. - Cadê o Joca ? Não ia ficar aqui com você
- Tô aqui, o que tá pegando ? - falou calmo quando entrou na cozinha.
- Invadiram a casa - Um dos vapores respondeu
- Como assim? -ele se acelerou- invadiram aqui e tu tá parado aqui fazendo o que? Pia ! Quero o desgraçado na minha sala antes de amanhecer ! - gritou dando um tapa na mesa e os meninos saíram . - Aí, cês namora mais a ordi vale pra você também G3
- To ligado. - falou seco, me deu um beijo calmo me abraçou novamente e saiu - Te cuida, qualquer coisa já sabe.
- Tô aqui agora, vai na paz irmão - Joca falou irônico.

Peguei um copo d'água e sente na bancada pra me acalmar, sentia meu peito acelerado mais não queria demonstrar que tava assustada, que porra de dono de morro seria eu se estivesse com medo de um invasãozinha de casa.

- Vai comer alguma coisa - Joca cortou meus pensamentos - tu tá branca, pressão deve ter caído.
- Tô tranquila - disse seca
- Sem pose pra mim, sabe que não precisa. Mais se não quiser comer também não come, faz o que achar melhor. - pegou uma maçã na fruteira - tô na sala, quando quiser ir dormir me avisa que eu subo também. - saiu

João Carlos tem me irritado tanto ultimamente, esse jeito "irônico" e egocêntrico dele me gasta.

A filha do chefe Where stories live. Discover now