Capítulo 60

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Por Poncho:

Anahí a princípio relutou com a possibilidade de sair dali acompanhada por mim, mas isso não me surpreendeu. Ela mudou de ideia após o olhar duro que Maite lhe lançou.

— Não precisava daquela cena. Eu saberia me defender... — Ela resmungou, enquanto seguíamos para o elevador.

— Eu não tenho dúvidas disso, Ani. Mas eu também não tenho sangue de barata. Como você acha que me senti todas as vezes que o vi forçando uma situação com você?

Ela suspirou e se encolheu no canto, assistindo as portas de metal fecharem.

— Você está bem? — Perguntei preocupado.

— Vou ficar melhor quando você desaparecer do meu campo de visão. — Respondeu como uma criança birrenta, me arrancando uma risada contida.

— Não seja mal agradecida...

— Desculpe, super man. — Ela debochou.

Revirei os olhos e a vi esfregando os braços com as mãos.

— Está com frio? — Ela negou com a cabeça, embora continuasse com o gesto com as mãos. Bufei. Imediatamente tirei o blaser que usava por cima da camisa e coloquei sobre os ombros dela. — Você é tão teimosa! — Constatei e a puxei para mim, circulando seu ombro com um dos braços. Ela não relutou, para minha total surpresa.

De repente a porta do elevador abriu, mostrando que estávamos no térreo.

— Eu não acredito! — Uma voz completamente familiar invadiu nossos ouvidos. — Vocês não podem ser normais.

Olhamos para frente e vimos Rodrigo (Sim, o narigudo, ex de Anahí) nos olhando abismado.

— Rodrigo... — O cumprimentei quase que por obrigação, e Anahí nem se deu ao trabalho.

Saímos do elevador e assistimos ele entrar no mesmo.

— Posso indicar um psicólogo excelente pra vocês. Santo Deus!... — Ele continuou resmungando e o vimos sumir do nosso campo de visão.

Anahí e eu nós olhamos e começamos a rir, como se aquilo fosse algo inevitável. Era realmente a cena mais inacreditável da noite. E de certa forma, tinha sido responsável por quebrar o gelo, pelo menos no percurso até o hotel.

Tive praticamente que arrastar Anahí até o seu quarto, parecia que a embriaguês ou o cansaço tinha subido de vez a sua cabeça.

A sentei na cama enquanto tirei suas sandálias e seu vestido.


— O que você tá fazendo? — Ela resmungou.

— Vou levar você pra tomar um banho.

— Eu não quero...

— Mas vai, querendo ou não.

— Você não manda em mim Alfonso!

— Não mando, mas amanhã você vai me agradecer por isso.

A peguei no colo e a carreguei para o banheiro, a coloquei sobre o box e liguei o chuveiro me certificando que a água estava numa temperatura agradável.

Vi Anahí se dar por vencida e acabar de se livrar das roupas íntimas, que não tive coragem de tirar por ela.

Engoli a seco por vê-la nua, porque eu nunca seria imune aquilo.

— Entre. — Disse a olhando nos olhos, tentando desviar meus pensamentos.

Ela entrou no chuveiro e vi a água cair pelo seu corpo, como numa cascata perfeita. Novamente a encarei e Anahí me lançava um olhar tão sedutor, que senti  toda a minha pele se arrepiar.

— Poncho... — Ele murmurou.

— Ani, não... — Implorei.

— Por favor, eu preciso...

Fechei os olhos com toda força e respirei fundo. Eu não podia.

— Ani, eu não posso. — Lamentei.

— Não pode? — Perguntou chorosa e senti meu coração despedaçar. — Não pode,  por que? É por causa dela, não é?

— Claro que não! Eu não posso, porque você está nesse estado. Eu nunca faria nada com você assim, Ani.

— Mas eu estou pedindo. Eu quero isso!

— Não, você não quer. É o álcool falando, Ani. Você está brava comigo e se eu fizer isso, amanhã você não irá querer olhar na minha cara. — Justifiquei.

— Você não me deseja mais? É isso?

Deus! Eu precisava de uma força inimaginável para resistir a tudo aquilo.

— Não Anahí, por Deus! Eu nunca desejei uma mulher em toda minha vida, como desejo você.

— Você está mentindo. Eu não acredito em você! — Ela me acusou.

Eu apenas abaixei a cabeça, derrotado, por alguns segundos, para voltar a encara-lá quando a ouvi falar novamente.


— Por que você não me deixa? — Ela me encarava com os olhos cheios de lágrimas. — Por que tem o tempo inteiro que se meter na minha vida? Eu não sou mais criança, será que você não entende isso?

— Eu nunca vou permitir que te machuquem, Anahí.

— Então se afaste de mim, Poncho! — Ela soluçou, deixando as lágrimas fluírem. — Vá embora, porque você é o primeiro a me machucar.

Senti o impacto de suas palavras como um soco na boca do estômago. Mas não disse nada, apenas e encarava com um olhar doloroso, e então ela continuou:

— Odeio tanto isso. Odeio que me trate como uma criança! Que ache que tem algum poder sobre mim! Odeio que finja que se importa, quando sabe que isso não é verdade! No fundo, você sabe! Eu não passo de um capricho pra você!

— Não diga isso!

— Eu digo. Digo, porque é a verdade. Você jamais foi capaz de sentir alguma coisa por mim, Poncho! — Ela me acusava, enquanto as lágrimas rolavam. — Você jamais foi capaz de me amar.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Ela era mesmo capaz de acreditar naquilo?

— Eu tenho vergonha de todas as vezes que admiti meus sentimentos pra você... Eu sou uma idiota! Uma tola por achar que você pudesse ter mudado, e que as coisas realmente seriam diferentes... Você ainda é o mesmo cara inseguro...

Ela ia completar, mas eu a interrompi, segurando seu rosto completamente molhado pela água do chuveiro.

— O que você quer ouvir de mim Anahí? — Quase gritei. — Que eu te amo? — Perguntei, sentindo a primeira lágrima rolar. — Eu te amo, porra! Amo de uma forma que nunca imaginei que pudesse amar! Você é parte de mim e desde o dia em que toquei em você pela primeira vez, nunca mais me senti completo se não estivesse ao seu lado. Nos últimos tempos, eu só consigo me recriminar e me arrepender por tudo o que eu fiz com a gente. Por todas as vezes em que você esteve nos meus braços e eu te deixei ir. Por não ter te respondido quando você disse que me amava, porque sim, ali eu já sabia... — Suspirei. — Eu venho pensando em como posso consertar tentos erros e em como podemos recomeçar. Já não sei como, Ani... — Desabafei. — Parece que o universo inteiro está contra nós dois. Só eu não posso desistir. Me perdoe, mas eu não posso!










<Notas da Autora>

Quem aí está morrendo de saudades desse casal? Eu também! Acreditem!
Melhor aparecer duas vezes no ano do que nunca mais, né? Kkkkkkk.
Espero que estejam todos bem e com saúde! ❤️

One Step Closer (Concluída)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora