Capítulo 45

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Por Anahí:

Era um dia emblemático, mas que tinha começado muito mal. Queria dizer que estava decepcionada por não encontrar Poncho na cama pela manhã, mas nem isso consegui sentir. Seu bilhete na mesinha de cabeceira, explicando que teve problemas com Dani me deixou preocupada, mas infelizmente não aliviou a mágoa que estava sentindo.

Só que eu tinha outras coisas pra me preocupar no momento. O contrato tinha acabado e ainda naquela manhã embarcaria para Chiapas, onde Manuel e eu assinaríamos os papéis que abririam o processo de divórcio.

Pois é... Eu disse não!

Não dava pra continuar vivendo daquele jeito. Eu precisava pela primeira vez na vida, pensar em mim em primeiro lugar.

Pra minha total surpresa, Manuel entendeu os meus motivos e não insistiu mais naquela história.

Ficamos por cerca de uma hora no escritório do advogado, lendo e relendo as centenas de cláusulas. Por sorte, estávamos em comum acordo, não fosse por isso, suspeito que teríamos ficado o dia inteiro naquilo.


— Obrigado Meireles. — Manuel apertou a mão do nosso advogado. — Conto com a sua total discrição.

— Você sabe que quanto a mim, não há com o que se preocupar. Mas não posso garantir isso quando os papéis chegarem ao fórum. — Meireles explicou. — Infelizmente sabemos que isso passa pelas mãos de diversas pessoas. E uma hora ou outra, a informação acaba vazando...

Manuel assentiu, porque sabia que aquilo seria inevitável. Podíamos adiar, mas não evitar que as pessoas soubessem que estávamos nos divorciando.

Sai daquele lugar me sentindo incrivelmente leve. Uma nova fase começava na minha vida, e eu estava confiante.


— Será que a minha ex esposa aceitaria tomar um café comigo? Ou teremos que nos tornar inimigos como a maioria dos divorciados? — Ele me perguntou em tom de brincadeira.

Eu sorri.


— Eu aceito, mas só se você pagar! — Pisquei.

— Mal assinou os papéis e já quer me extorquir? Bem que eu fui alertado sobre isso...

Revirei os olhos e lhe dei um pequeno tapa no ombro.


Fomos a uma cafeteria que não ficava muito longe dali. Enquanto caminhávamos, paramos varias vezes pra tirar fotos com as pessoas que nos reconheciam na rua. O mesmo aconteceu quando já estávamos dentro do estabelecimento.

Depois que fizemos os pedidos e nos deliciamos com o que escolhemos, tivemos algum momento sem interrupções.


— Ani, eu espero que as coisas sejam sempre assim entre a gente... — Manuel começou, olhando em meus olhos. — Em nome de tudo o que vivemos juntos e do nosso filho. Acho que não existe mágoas entre nós dois, então não há nenhum tipo de problema em mantermos uma amizade.


Sorri e toquei a sua mão que estava em cima da mesa.


— Também não quero mudar isso. Pode acreditar! — Suspirei. — E me desculpe se eu não pude fazer mais por você... Se não consegui fazer o que me pediu.

Manuel tocou o meu rosto.


— Não peça desculpa. Isso seria mais do que você poderia lidar nesse momento, e eu compreendo.

— Você fez muito por mim...

— Não querida, eu fiz muito por nós... E veja o lindo resultado...

One Step Closer (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora