Capítulo 23

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Por Poncho:

Naquela noite eu não consegui pregar os olhos. As palavras de Christopher não saiam da minha cabeça.

Estava a um passo de perder Anahí.

Um imbecil estava usando todas as armas para conquista-la, enquanto eu só sabia afastá-la com a minha insegurança.

Muitas lembranças me atingiram, enquanto virava de um lado pro outro na cama.

Tudo que passamos juntos...

A primeira vez que "por acidente" transformei um beijo técnico, num super beijo de língua. Nossos jogos... A forma despretensiosa com que levávamos as coisas no começo. Meus namoros, seus namoros... A última vez que fizemos amor... A dor que eu senti quando olhei nos seus olhos, e entendi que tinha a perdido. Sofrimento, muito sofrimento! Raiva... Ódio, mágoas! A forma com que ela recebeu a notícia de que eu iria ser pai... A dor que senti quando soube da sua gravidez...

O silêncio...

Anos e anos de silêncio. Acompanhar sua vida perfeita pelas redes sociais, era quase masoquismo.

A saudade...

Esse sentimento que eu tentava dia após dia matar.

Nosso reencontro...

Todas as sensações de volta...

Todos os medos e todas as consequências...

Estar perto de Anahí de novo, despertou um Alfonso que eu já não  me lembrava que existia.

Pensar nas nossas últimas conversas... Em como nos divertíamos de uma maneira quase infantil. Tão leve, que tinha me causado uma incrível sensação de paz.

Sensação essa que eu jamais imaginei que pudesse sentir ao lado dela.

A tensão sexual, quase palpável que nos rodeava. A sensação única de estar dentro dela, e não querer sair nunca mais dali. Era como estar de volta ao lar. Como se aquele fosse o único lugar no mundo ao qual eu realmente pertencesse.

Notar suas reações involuntárias quando estava perto de mim ou quando eu a tocava. Seus arrepios, seus suspiros, suas lágrimas, a forma com que seu coração batia descompassado, o jeito com que me olhava e sorria pra mim... Seus gemidos de prazer!

Como eu podia não querer aquilo?

Como eu podia não amar aquilo?

Como eu podia continuar vivendo sem tudo aquilo?

Estava lutando contra um impulso quase idiota de ir atrás dela e implorar. Implorar pra que ela não fosse a lugar algum... De prendê-la tão fortemente ao meu corpo, de modo que ela não pudesse escapar.

Odiava a possibilidade de outro olhar pra ela, tocar nela, estar perto dela...

Um pensamento tão primitivo, que me assustava. Mas era inevitável.

Eu pensei que eu pudesse esperar esse encontro acontecer, e então depois procurá-la. Mantive esse pensamento, e um certo controle até o começo daquela noite.

Mas foi então que o desespero me dominou outra vez.

Anahí deveria estar se vestindo, se maquiando e perfumando... Pra outro!

Iria rir das cantadas idiotas de outro, enquanto ele serviria o seu melhor vinho... E provavelmente eles conversariam sobre isso, porque afinal, ela entendia muito bem do assunto. Então o idiota iria perceber que tinha feito a melhor escolha de toda a sua vida. E talvez nesse momento, não tivesse mais volta.

One Step Closer (Concluída)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt