Capítulo 43

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Por Poncho:

Nunca tive dúvida da intensidade do que eu sentia por Anahí, e por mais contraditório que isso pareça, também não duvidava do que ela sentia por mim. Ela tinha razão, afinal... Apenas sentimentos nunca seria o suficiente.

Perdi as contas de quantos desencontros tivemos em todos esses anos. Devo admitir que grande parte daquela culpa cabia a mim. Não só por não ter mergulhado de cabeça naquilo quando pude, mas também por carregar tantas mágoas por tanto tempo.

Sentia inveja dela, porque ela sabia perdoar. Porque nunca se entregou à mim, para em seguida me jogar na cara os meus erros.

E eu sei que foram muitos. Mas porra... Sinceramente? Como eu podia imaginar que fosse ter esse tipo de proporção? Como eu podia prever que naquela noite, quando ela invadiu o meu apartamento e me pediu pra que fizesse amor com ela, seria a última vez que a tocaria em anos? Que depois daquilo, seria tudo diferente?

NADA! Absolutamente nada disso podia ser previsto.

Um dia eu pisquei e ela já não estava mais ali.

Nem nos meus braços, nem na minha cama, nem na televisão, nem na cidade... Anahí tinha se tornado alguém fora do meu alcance.

Eu me distrai por quase um segundo e quando retomei a consciência, ela era de outro.

Nunca me permiti aceitar que aquilo fosse realmente vingar... Era só jogada política, não era? Então eu declarei guerra aos políticos.

De uma hora pra outra, me tornei quase um especialista. Me aprofundei mais e mais nesse assunto. Aceitei um papel, que me custou muito caro. Dane-se! Eu não estava à venda.

E então a cada ação, havia uma reação.

Foi assim que eles noivaram, casaram e então, ela engravidou.

E sim, eu tinha seguido em frente. Na verdade, nunca foi muito difícil pra mim me interessar por outras mulheres. O que me movia era o contraste. Adorava quando elas eram totalmente o oposto da mulher me enlouquecia.

Estava em terra firme, seguro.

Nem Diana e nem nenhuma outra me faziam perder o controle.

Me sentia anestesiado.

Houve um tempo em que eu agradecia por toda aquela distância. Me aliviava saber que iria a um evento, e não correria o menor risco de encontra-la. Talvez, porque eu soubesse que se isso acontecesse, as coisa seriam exatamente como agora.

O que nos atrai é inevitável e irresistível. Esse magnetismo sobrenatural, que resiste há mais de uma década. E me assusta é saber que quando a maioria das pessoas me olham, automaticamente enxergam Anahí. É como se fizéssemos parte de uma coisa só.

Não pensem que eu fui sempre tão covarde. Acreditam mesmo que eu nunca me dei conta do que tava deixando escapar? Que eu nunca fui atrás dela e tentei reverter a situação?

Eu dei a Anahí a chance de desistir, mas ela disse que era tarde demais.

E aquilo me devastou de uma tal maneira, que ainda não me sentia totalmente recuperado.







Uma reunião foi marcada na casa do Pedro para sermos instruídos a respeito da grande pré estreia do documentário. Aquilo aconteceria dali a uma semana, e isso queria dizer que da próxima vez em que estivéssemos os seis juntos novamente, já seríamos novamente o RBD.

Não tinha falado com Anahí desde aquela tarde, mas me sentia um pouco mais racional. Tinha consciência de que poderia estar entendendo tudo errado e por isso decidi que aproveitaria aquela reunião, para tentar esclarecer as coisas.

One Step Closer (Concluída)Where stories live. Discover now