One Step Closer (Concluída)

Capítulo 49

Por Poncho:

Eu tinha certeza que levar um tiro no peito doeria menos do que ter ouvido tudo aquilo de Anahí, embora eu também soubesse que tinha merecido. Nunca tinha ouvido da boca dela, que o que tínhamos tinha chegado ao fim. E porra, já passamos por tantas e tantas coisas que me fizeram acreditar que aquele momento tinha chegado. Mas no final, nossos caminhos voltavam a se cruzar e o jogo recomeçava.

Aquilo doeu de um jeito que não consigo dimensionar. Só que de maneira nenhuma, eu iria aceitar. Daquela vez o erro era meu, e eu precisava correr atrás do prejuízo. Não importa quanto tempo levasse ou o quão rude ela fosse, eu precisava do seu perdão. E se fosse pra ficarmos juntos definitivamente, seria perfeito. Mas se aquilo não fosse mais possível, se ela realmente não me quisesse mais, pelo menos eu precisava deixar claro que não era daquele jeito que a via.

— A próxima vez que tiver que beija-la em público, ao menos faça isso decentemente. Você é um ator, caramba!

Naquele momento eu me esqueci das minhas próprias feridas, e o Alfonso Herrera dos tempos das cavernas ressurgiu. Era impressionante o poder que Anahí tinha de destruir qualquer controle que pudesse existir em mim.

Sem raciocinar direito, dei alguns passos em sua direção e vi quando ela estagnou.

— Você não é bem um parâmetro a seguir, quando se trata de beijos públicos, Cariño. — A olhei no fundo dos olhos, e por um momento percebi que ela vacilou. — Eu não tive a iniciativa do beijo e muito menos apreciei. Mas se você quer comparar os beijos que já dei em qualquer mulher, aos que dei em você... Sinto em te decepcionar, mas todos vão parecer ridículos. — Encaixei minha mão na curva do seu pescoço, num sinal quase possessivo. E a puxei pra mim. Anahí apenas me olhava fixamente. — E me deixe te esclarecer mais um ponto: Eu não sou sou ex namorado, ex marido ou pai do seu filho. Sou muito mais que isso Anahí. — Ela franziu o cenho, e eu sabia que estava pronta pra responder à altura. — Queira você ou não. Goste ou não. E dane-se! Porque eu nem sempre aceitei ou gostei da ideia. Só que a cada vez que eu olho pra você, a cada vez que toco em você... Tenho mais certeza de que estamos destinados um ao outro. E que nunca vai existir outra que me faça sentir o que você faz. — Ela amassou os lábios. E eu a conhecia bem a ponto de saber que estava segurando as lágrimas. — Eu sei que te disse coisas imperdoáveis, mas não vou desistir de você. Não outra vez. Agora é tudo ou nada, amor. — Aproximei meu rosto e rocei meu nariz ao dela. — Quer saber por que nunca vou conseguir beijar outra como te beijo? — Sussurrei e a vi fechar os olhos. — Porque a minha boca foi feita na medida perfeita pra sua. — Encostei meus lábios aos dela. — Tudo em mim, foi feito pra você Anahí. Fui imbecil o suficiente pra demorar tanto pra enxergar isso, mas vou me redimir. Nem que leve a vida inteira. — Suspirei. Anahí entreabriu os lábios e meu me surpreendi por ela ter dado passagem ao beijo. Subi a minha mão, e meus dedos afundaram em seus cabelos. Os puxei de forma delicada, apenas pra dar movimento ao beijo.

Sabia que não podia esperar muito daquilo, mas era um alívio que ela estivesse em meus braços novamente, mesmo que por segundos. Aquilo ainda me dizia muita coisa. Porque mesmo que Anahí estivesse magoada, os sentimentos ainda existiam. E eu nunca imaginei que isso um dia pudesse ser um ponto a meu favor, mas sabia que da mesma forma que eu, ela também não podia controla-lós.

Quando o ar nos faltou, Anahí espalmou as mãos em meu tórax e me empurrou. Ela não disse nada, apenas saiu apressadamente, me deixando com milhões de pensamentos.

Algumas semanas passaram, e não vimos desde então. Tive algumas tentativas frustradas de tentar falar com ela. E acreditem, cheguei ao ponto humilhante de marcá-la em um store no Instagram quando recebi o texto da mini série. Tirei uma foto da primeira folha, onde tinham falas de uma cena entre Mia e Miguel. Obviamente borrei as partes que não poderiam de forma alguma vazar.