Capítulo 14

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Não tive nenhuma dificuldade em entrar no condomínio, já que a minha chegada havia sido previamente autorizada. Era um condomínio de casas muito luxuosas. Logo que avistei o número da casa que ela havia me passado, estacionei numa vaga próxima e segui até a porta.

Cogitei apertar a campainha, mas antes que eu erguesse minha mão para toca-la, a porta abriu.

Anahí surgiu, vestida com um robe de seda preta. Incrivelmente mais sensual do que sempre fora. A maquiagem ainda estava ali, marcando seus traços perfeitos.

Ela me olhou com preocupação. E eu tive vontade de saber o que passava pela sua cabeça.

— Por favor, entre! — Me deu espaço, e eu prontamente obedeci.

Ela fechou a porta atrás de nós e andamos alguns passos até o que parecia ser uma sala de visitas.

Não nos sentamos.

Ela me encarou e cruzou os braços.

— E então Poncho, o que houve? —Sua voz era séria.

Eu já estava ali e já tinha apostado todas as minhas fichas. Então, era necessário ser direto.

— De quem é essa casa?

Ela enrugou a testa sem entender, mas respondeu.

— Minha.

Aquilo era uma novidade.

— Manu está aqui? — Me senti na obrigação de perguntar, mesmo sabendo que se a resposta fosse sim, aquilo mudaria todos os meus planos.

— Não.

— Tem mais alguém aqui?

— Claro que não! — Ela parecia ter se irritado com a pergunta. — Que droga de interrogatório é esse? Você não acha que errou de endereço, não? — Bufou.

Sorri.

Como eu podia sentir falta até do seu mau humor?

— Não, não errei.

Dei um passo em sua direção. Ela deu um passo pra trás. Dei outro. Ela estagnou e me olhou como um gatinho acoado.

— E não, eu não estou bêbado. — Mais um passo. — E sim, eu sei o que estou fazendo. — Outro passo e estava a cinco centímetros de Anahí. Ela desviou olhar. — E não, eu não vou me arrepender. — Segurei o seu queixo com uma das mãos e a obriguei a me encarar. — E sabe por que eu tenho tanta certeza disso? — Ela negou com a cabeça. — Porque eu to completamente louco por você. — Eu a olhava dentro dos seus olhos. — E antes de mais nada... — Colei nossos corpos e a senti estremecer. — Mesmo que eu não possa te prometer nada, preciso que você entenda que é diferente. — Rocei nossos narizes e fechei os olhos. Ela ofegou. — Você não é como um objeto pra mim... — Arrastei meus lábios nos dela. — E muito menos como as outras. — Estalei um pequeno beijo ali. — Você é a Anahí e eu sou o Poncho. — Suas mãos pousaram em meus braços, uma de cada lado. — Isso não te diz nada? — Senti uma lágrima quente na mão em que ainda segurava o seu rosto e voltei a abrir os olhos. — Isso diz tudo, não diz Ani? — Ela apenas assentiu, enquanto outras lágrimas rolavam. Detive uma por uma, com muita paciência. — E nós sabemos... nós sempre soubemos, que é mais forte do que nós.

Eu não sabia ao certo o que estava fazendo com ela, mas ela não falava nada, apenas me olhava, tentando não chorar.

Ninguém pode apagar o que passou. — Continuei. — Mesmo que eu desse a vida por isso, eu não conseguiria. — Suspirei. — E eu não sei se um dia nós vamos conseguir nos perdoar, pelo que fizemos um com o outro... Mas hoje... Só por hoje, eu queria que o passado não existisse. — Confessei. — Eu... eu queria que os outros não existissem... — Pausei, pra conter a emoção que estava ficando óbvia na minha voz. — E tudo que eu mais queria, Ani, era amar você! De todas as maneiras que me fosse possível. E quando eu não tivesse mais forças, eu encontraria, só pra continuar dentro de você.

One Step Closer (Concluída)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt