Capítulo 30

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Por Anahí:

Ainda ficamos por vários minutos recuperando o fôlego. Me sentia tão próxima do céu, que me dava medo. Medo de que aquilo não fosse real. Mas principalmente, medo de que aquilo acabasse.

— Você quase me matou! — Comentei com a voz manhosa.

Poncho me encarou e sorriu.

— Você mereceu! — Ele selou meus lábios. — Foi uma garota muito má!

Mordi o lábio inferior.

— Fui é? Por que? — Arqueei a sobrancelha.

— Hum... — Começou em tom sugestivo. — Primeiro, porque me deixou acordar sozinho naquela manhã... Segundo, porque me provocou daquele jeito na chamada de vídeo... E terceiro, porque não respondeu às minhas mensagens. — Ele passou os dedos nas mechas de cabelo que estavam caídas no meu rosto, e colocou-as atrás da minha orelha. — Como você pôde? Heim? — Acariciou minha bochecha com o polegar.

Fechei os olhos por um momento e me permiti sentir o seu toque.

— Desculpe! — Suspirei derrotada, e voltei a encara-lo. — Sou uma histérica as vezes. Mas eu juro que estou trabalhando isso na ioga.

Poncho apertou meu nariz e sorriu.

— Tola! — Ele aproximou nossos lábios e os roçou. — Não vê que eu sou louco por você?

Senti um milhão de mariposas no estômago.

Queria dizer que o amava, que na verdade sempre o amei e que duvidava muito que algum dia na vida poderia deixar de amá-lo.

Mas embora aquilo já tivesse me escapado uma vez, depois de fazermos amor de uma forma tão intensa, não voltaria a dizer. Pelo menos não por hora. Precisava me proteger de alguma forma, porque quanto mais eu me entregava, mais riscos eu corria de sair machucada de tudo aquilo.

E eu juro que queria muito acreditar que estávamos nos entendendo de uma vez por todas, e que agora sim poderíamos ser felizes. Mas com toda experiência que eu tinha em me envolver com Poncho, não conseguia ter tanta certeza. Havia muita coisa que ainda precisava ser falada. Coisas que aconteceram lá atrás e que nos feriram.

Talvez pudéssemos levar nosso romance do jeito que tava, por algum tempo, até as coisas voltarem para o seu devido lugar. E depois então, falar do passado. Para quem sabe assim, podermos nos perdoar por tudo que fizemos um ao outro, e por todas as coisas que perdemos.

— Quiero besarte, Poncho. — Murmurei contra os seus lábios.

— Pois beije. — Ele respondeu no mesmo tom. — Não peça... Você não precisa de permissão. — Passou a língua nos meus lábios e eu fechei os olhos. — Esse é um direito que ninguém nunca te tirou e nem vai tirar.

Senti meu coração palpitar por ouvir aquelas palavras. Meus olhos marejaram, e dei graças a Deus por eles estarem fechados.

Tomei a boca dele sem pressa. E com a maior delicadeza, explorei todos os cantos. Ouvi Poncho suspirar algumas vezes, e me senti feliz, por conseguir enxergar o quanto aquilo significava pra ele também.

Ele acariciava meus cabelos com uma mão e envolvia a minha cintura com a outra. Enquanto meus braços estavam entrelaçados no seu pescoço.

— Hum... — Sussurrei assim que o beijo cessou, totalmente ofegante. — Acho que preciso de um banho. To super melada! — Fiz carreta.

Ele me olhou e sorriu daquele jeito. Daquele jeito que Miguel sorria pra Mia. Daquele jeito que ele sorria pra mim e conseguia me derreter. E eu me dei conta de que fazia muito tempo que não via aquele sorriso. Fazia muito tempo que não via aquele Poncho.

One Step Closer (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora