Capítulo 55

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Por Anahí:

Pior do que qualquer silêncio era ouvir aquilo. Poncho sabia como me  quebrar em um milhão de pedacinhos. Era quase um superpoder.

— Não diga isso, porque você sabe que jamais seria capaz de aceitar.

Ele enrugou a testa, e seu semblante se tornou sério. Era como seu eu tivesse acabado de ofende-lo.

— Seria um choque a princípio, isso eu não posso negar. Mas não mudaria o que sinto por você, e eu estava disposto a tudo, Ani. Eu nunca tive tanta certeza do que queria, como naquele dia. Nunca, até... — Ele pausou.

Sua expressão era típica de quem acabara de falar demais.

— Até...? — Perguntei confusa.

— Até agora. — Ele suspirou, e senti meu coração acelerar. — Podemos ser uma família, Cariño. — Acariciou meu rosto e eu fechei os olhos. Aquela ideia parecia tão surreal, que me causava dor. — Você, Manu, Dani, eu... E quem sabe um filho nosso. Hum? — O encarei. Ele me olhava nos olhos, e eu traguei a minha própria saliva. — Você nunca pensou nisso? Em nós juntos, como deveria ter sido desde sempre? Porque apesar de tudo, eu soube desde aquele dia que pertencia a você. E com o passar dos anos, eu tinha mais e mais certeza de que eu poderia ter qualquer mulher no mundo, mas nenhuma delas me teria.

Uma lágrima escorreu no meu rosto, e me senti extremante vulnerável a ele. Poncho era o meu ponto fraco.

— Me dê uma chance, é tudo que eu peço. Me deixe te mostrar o quanto eu mudei. — Ele refez o caminho de lágrima com o polegar.

— Não é tão fácil, Poncho. — Respirei fundo, tentando conter aquela dor que se alastrava no meu peito. — Não quando você mora com outra mulher...

— Isso vai acabar assim que voltarmos. É uma promessa! Você confia na minha palavra?

Eu o olhei por vários segundos.

— Confio.

Poncho soltou um sorriso, que parecia ser de alívio e me abraçou fortemente.

— Não se negue ao que sentimos, meu amor. Por favor, não aqui... Não no nosso lugar. — Ele sussurrou próximo demais ao meu ouvido e eu senti toda a minha pele arrepiar. — Sinto a sua falta.

Meu corpo inteiro amoleceu em seus braços. E naquele momento eu entendi que não tinha mesmo como ser de outra forma. Nosso amor tinha nascido ali, e ainda existia, tão forte que eu podia jurar que mesmo depois que eu morresse, continuaria o amando.


— Poncho...

Ele segurou meu rosto com as duas mãos e me olhou.

— Eu sou tão incompleto sem você. Me resgate, amor... Apenas me traga de volta. — Poncho encostou os lábios nos meus, e senti meu corpo inteiro reagir.


Sem poder mais resistir, eu o beijei. Sim, tomei a iniciativa. Tente racionar num momento desses. Aquele homem arrancaria de mim o que quisesse, ainda que seja humilhante admitir isso.

Ele devorou meus lábios, como se dependesse daquilo pra viver. Eu ofegava entre um beijo e outro, e contive um gemido quando ele pressionou meu corpo contra o seu. Um sorriso incontrolável surgiu nos meus lábios quando ele finalizou com um selinho.

— Obrigado. — Ele sussurrou.

— Obrigado? — Franzi o cenho, confusa.

Ele me olhou.

One Step Closer (Concluída)Where stories live. Discover now